domingo, 2 de agosto de 2020

Papa no Angelus deste domingo:

A lógica de Deus é cuidar do outro e não lavar as mãos

No primeiro Angelus dominical de agosto, Francisco nos exorta a seguir a lógica de Deus, que nos leva a "cuidar do outro". O convite é de aproximar-se do Sacramento da Eucaristia com confiança no Senhor e sem esquecer nossos irmãos e irmãs que estão privados "do que é necessário".
Silvonei José – Vatican News - "Compaixão" pelas necessidades dos outros, confiança no amor "providente" do Pai e “corajosa” partilha. No Angelus de um domingo muito quente de agosto na Praça São Pedro, com a presença de muitos fiéis, entre os quais um grupo de religiosas brasileiras com bandeiras do Brasil, o Papa Francisco recorda as atitudes de Jesus com a multidão da passagem evangélica deste domingo, dedicada ao "prodígio da multiplicação dos pães", e exorta a seguir a lógica de Deus, que nos leva a "cuidar do outro". O convite é a "fraternidade", aproximando-se do Sacramento da Eucaristia sem esquecer os irmãos e irmãs "privados do necessário" e usando precisamente a "compaixão" e a "ternura" de Jesus: Ele - para aqueles que o seguem e que, "para estar com ele", se esqueceram de fazer provisões - não demonstrou "sentimentalismo" mas sim, explica, a manifestação "concreta" do amor que "assume" as necessidades das pessoas.
A lógica de Deus
O Papa recordou que a cena descrita pelo evangelista Mateus se desenvolve em um lugar deserto onde Jesus, tendo se retirado ali com seus discípulos, é alcançado por pessoas que querem "ouvi-lo e serem curados": "suas palavras e seus gestos - acrescenta - curam e dão esperança".
Ao entardecer, a multidão ainda estão lá, e os discípulos, homens práticos, convidam Jesus a se despedir deles para que possam ir procurar o que comer. Mas Ele responde: "Vocês mesmos deem-lhes de comer". Imaginemos os rostos dos discípulos! Jesus sabe muito bem o que está prestes a fazer, mas quer mudar a atitude deles: não diz "deixem que se arranjem", mas "o que a Providência nos oferece para compartilhar? Duas atitudes opostas. E Jesus quer levá-los à segunda atitude, porque na primeira proposta, é uma proposta de um homem prático, mas não generoso: "deixem-os ir, que vão procurar, que se arranjem. E Jesus pensa de outra forma.
Jesus, através desta situação, quer educar seus amigos de ontem e de hoje para a lógica de Deus: a lógica de cuidar do outro.
E qual é a lógica de Deus que vemos aqui? A lógica de cuidar do outro. A lógica de não lavar as mãos, a lógica de não olhar para o outro lado. Não. A lógica de cuidar do outro. Eles que se arranjem não faz parte do vocabulário cristão.
Jesus nutre com Sua Palavra
Jesus toma os cinco pães e os dois peixes "em suas mãos", "levanta os olhos para o céu, recita a bênção e começa a dividir e dá as porções aos discípulos para distribuir": esses pães e esses peixes - recorda Francisco - não terminam, são suficientes e sobram para milhares de pessoas".
“Com este gesto Jesus manifesta seu poder, não de forma espetacular, mas como sinal de caridade, da generosidade de Deus Pai para com seus filhos cansados e necessitados. Ele é imerso na vida de seu povo, ele compreende seu cansaço e suas limitações, mas não deixa que ninguém se perca ou seja excluído: nutre com sua Palavra e dá alimento abundante para o sustento”.
O pão cotidiano
No relato evangélico o Pontífice observa a evidente referência à Eucaristia, "especialmente onde ele descreve a bênção, o partir do pão, a entrega aos discípulos, a distribuição ao povo".
“Deve-se notar quão estreita é a ligação entre o pão eucarístico, alimento para a vida eterna, e o pão cotidiano, necessário para a vida terrena. Antes de oferecer-se como Pão da salvação, Jesus cuida do alimento para aqueles que O seguem e que, para estar com Ele, se esqueceram de fazer provisões. Às vezes se contrapõem espírito e a matéria, mas na realidade o espiritualismo, como o materialismo, é alheio à Bíblia. Não é uma linguagem da Bíblia”.
A compaixão
A compaixão, a ternura que Jesus demonstrou para com a multidão – continuou o Papa - não é sentimentalismo, mas a manifestação concreta do amor que cuida das necessidades das pessoas. Somos chamados a nos aproximar da mesa eucarística com estas mesmas atitudes de Jesus: compaixão pelas necessidades dos outros…esta palavra que se repete no Evangelho quando Jesus vê um problema, uma doença ou estas pessoas sem alimento... "Ele teve compaixão". A compaixão não é um sentimento puramente material; a verdadeira compaixão é partire con, assumir as dores dos outros. Talvez nos faça bem – disse Francisco - nos perguntar hoje: tenho compaixão quando leio as notícias de guerras, fome, pandemias? Tantas coisas... Tenho compaixão daquelas pessoas? Tenho compaixão das pessoas que estão próximas de mim? Sou capaz de sofrer com eles ou dirijo o meu olhar para o outro lado, ou digo "que eles se arranjem"? Não se esqueça desta palavra "compaixão", que é confiança no amor providente do Pai e significa corajosa partilha.
Fraternidades para enfrentar a pobreza e o sofrimento
Antes das saudações, Francisco invocou Maria Santíssima para que  "nos ajude a percorrer o caminho" que nos foi indicado pelo Senhor.
“É o caminho da fraternidade, que é essencial para enfrentar as pobrezas e os sofrimentos deste mundo, e que nos projeta para além do próprio mundo, especialmente neste grave momento, porque é um caminho que começa com Deus e retorna a Deus".
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Assista:
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Papa Francisco afirma que o perdão de Deus gera paraíso e faz apelo em prol do trabalho

Nas saudações pós-Angelus, o Papa recordou que hoje poderá ser recebida a indulgência plenária nas igrejas franciscanas e nas paróquias em todo o mundo. Pediu às instituições políticas e econômicas que relancem o trabalho para ajudar as famílias e a sociedade.
Silvonei José – Vatican News - A Solenidade do Perdão de Assis, que se celebra neste domingo, esteve nas palavras do Papa nas saudações do pós-Angelus, quando recordou que ao longo do dia de hoje os fiéis poderão receber a indulgência plenária, a absolvição por seus pecados, "o dom espiritual que São Francisco obteve de Deus por intercessão da Virgem Maria":
“Trata-se de uma indulgência plenária que pode ser recebida aproximando-se dos Sacramentos da Confissão e da Eucaristia e visitando uma igreja paroquial ou franciscana, recitando o Credo, o Pai Nosso e rezando pelo Papa e pelas suas intenções. A indulgência também pode ser destinada a uma pessoa falecida. Como é importante colocar ao centro o perdão de Deus, que "gera paraíso" em nós e ao nosso redor! Este perdão que vem do coração de Deus é misericordioso".
Apelo pelo trabalho
Francisco dirigiu-se então aos presentes na recitação do Angelus, romanos e peregrinos, para desejar-lhes, e a todas as pessoas que seguiam o Angelus através dos meios de comunicação, de transcorrer um período de férias marcado pela natureza e espiritualidade, lançando ao mesmo tempo um apelo às instituições, para que não se esqueçam de salvaguardar os empregos:  
“Espero que durante este período muitos possam viver alguns dias de descanso e contato com a natureza, nos quais possam recarregar também sua dimensão espiritual. Ao mesmo tempo, faço votos de que, com os esforços convergentes de todos os líderes políticos e econômicos, o trabalho seja relançado: sem trabalho, as famílias e a sociedade não podem ir avante. Rezemos por isso, porque é e será um problema do pós-pandemia, a pobreza e falta de trabalho e é preciso muita solidariedade e muita criatividade para resolver este problema”.
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Proximidade do Papa
ao povo nicaraguense após o ataque à catedral de Manágua
Francisco, depois do Angelus, dirigiu-se ao povo nicaraguense para demonstrar sua proximidade após o ataque que, há dois dias em Manágua, destruiu um antigo e venerado crucifixo intitulado ao "Sangue de Cristo".
Silvonei José – Vatican News - É forte o pensamento que Francisco dirigiu aos nicaraguenses após Angelus deste domingo na Praça São Pedro, quando recordou o ataque da última sexta-feira contra a Catedral de Manágua, que não causou feridos, mas que destruiu um crucifixo de quatro séculos:
“Penso no povo da Nicarágua que sofre por causa do atentado à catedral de Manágua, onde foi muito danificada, quase destruída, a imagem tão venerada de Cristo, que acompanhou e sustentou durante os séculos a vida do povo fiel. Queridos amigos nicaraguenses, estou próximo de vocês e rezo por vocês”.
O ataque contra a catedral da capital nicaraguense foi imediatamente definido pelo cardeal arcebispo da cidade, Leopoldo Brenes, como "um ato terrorista" que feriu profundamente a comunidade católica nicaraguense. Para a arquidiocese, o coquetel molotov lançado por um homem encapuzado dentro da igreja, na capela do Sangue de Cristo, deve ser lido como "um ato premeditado". Diante desse crucifixo, São João Paulo II havia se detido em oração durante a viagem que em 1996 o havia levado à Nicarágua, Guatemala, El Salvador e Venezuela, e as palavras de conforto de Francisco chegam a um país que hoje se reúne em oração, para um dia de "súplica e lágrimas", convocado pelo cardeal Brenes.
Atos de vandalismo
Nos últimos meses, as igrejas da Nicarágua sofreram atos de vandalismo de vários tipos. Os bispos do CELAM, o Conselho Episcopal Latino-Americano, pedem esforços para viver em paz e harmonia em um momento em que há um clima de violência e intimidação contra os católicos no país latino-americano, que está passando por uma forte crise política e social.
Entretanto é um domingo de oração e silêncio neste domingo, 2 de agosto, na arquidiocese de Manágua depois do ataque contra a Catedral. "O objetivo - pode-se ler no site do CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano) - é rezar como ato de reparação pelo ultraje, falta de respeito, sacrilégio e profanação de Jesus em sua presença real no Santíssimo Sacramento". O cardeal pede aos fiéis que perdoem o autor do ataque e enfatiza: "Esta ação perversa também feriu a todos nós, sacerdotes, religiosos e religiosas, os fiéis, homens e mulheres de boa vontade”.
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