quinta-feira, 13 de agosto de 2020

A inspiração bíblica da Semana Nacional da Família:

“serviremos ao Senhor”

“Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Este foi o tema escolhido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para animar a Semana Nacional da Família 2020. O texto é do capítulo 24 do livro de Josué, no versículo 15. A reflexão proposta revela a necessidade de que as famílias façam escolhas convictas e que a Igreja ajude no processo de conhecimento a partir da luz do Evangelho.
A iluminação bíblica tem todo um contexto que precisa ser entendido para perceber também como Josué chega no final do versículo falando que ele e a sua casa servirão ao Senhor, explica o assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, padre Crispim Guimarães.
Padre Crispim Guimarães | Foto: CNPF/Luiz Lopes Jr
“Primeiro, é um texto do Antigo Testamento que devemos observar que começa fazendo uma referência ao povo que tem dificuldade de escolher o Deus verdadeiro porque sente saudade do tempo em que estava no Egito, fora da terra prometida, ou misturados com outras pessoas que vieram para a terra prometida e tinham outros deuses”, contextualiza.
O versículo começa com Josué dizendo: “Contudo, se vos desagrada servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir”. Josué percebe que há uma confusão no meio do povo, querendo servir a outros deuses, observa padre Crispim: “Diante disso, ele afirma que ele, pessoalmente, portanto “Eu e minha casa”, a sua família, faz a opção de servir ao Senhor. Isto é muito interessante num tempo para nós hoje em que também muitos deuses se apresentam, sobretudo os deuses dinheiro, poder e tantas outras coisas que se apresentam como deuses em que coloca o povo diante de muitas confusões”.
Escolhas convictas
O assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB ressalta que é “essencial que as famílias hoje façam essas escolhas convictas” e que “a Igreja ajude nesse processo de conhecimento, nesse processo de descoberta”. “É por isso que a Igreja acompanha essas pessoas, dá aquilo que tem, isto é, a luz do Evangelho, para que essas pessoas possam fazer escolhas coerentes”, diz.
“A Igreja é família, também a denominamos Mãe e Mestra, por isso, oferece os conteúdos da fé por meio da sua Doutrina, colaborando para que cada ser humano possa – no processo de discernimento – fazer escolhas maduras. A Palavra de Deus nos apresenta um modo concreto de vida, seja na relação de cada pessoa consigo mesma, nas relações interpessoais, assim como, nas relações com a natureza. “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”, por exemplo, apresenta concretamente uma família que diante da percepção da existência, segundo o Deus da vida e de outros deuses, muitos deles comprometidos com a morte e a dominação, faz a opção coerente por agir servindo a Deus, e obviamente, servido aos irmãos. Hoje, à luz do Evangelho, as famílias são chamadas novamente a optar por servir a Deus, através do serviço aos irmãos”, reflete padre Crispim.
Escolha renovada nos Evangelhos
Também no Novo Testamento, a Palavra de Deus também apresenta a exigência de escolhas por parte do povo de Deus. Jesus exorta em Mateus 6,: ‘Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro!’.
“São textos que nos ajudam a perceber que a gente, como pessoa, individualmente falando, e como família, comunidade (comunidade primeira da casa, depois a própria comunidade mais extensa, a Igreja que também é família) nós precisamos fazer essa escolha diante dos deuses pagãos e diante do Deus da Vida, que é aquele que não se serve das pessoas, mas que está sempre à disposição para servir os seus filhos, que somos todos nós”, aprofunda padre Crispim.
Segundo o assessor, o aprendizado com esta reflexão é que o serviço “é uma forma bonita de a gente viver a nossa vocação, o nosso estar a serviço de Deus significa também estar a serviço da comunidade, dos irmãos e irmãs”.
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Dom Salm:
“A família integra
a grande comunidade dos discípulos de Jesus”

Dentro do Mês Vocacional, a Igreja no Brasil celebra, nesta segunda semana de agosto, a Semana Nacional da Família. Por isso, o portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convidou o presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, dom João Francisco Salm, para falar sobre a importância da vocação do pai, da mãe e dos filhos -, a igreja doméstica.
Dom João Francisco Salm
Em um vídeo gravado com exclusividade e que faz parte da série do mês vocacional, divulgada toda semana no portal da CNBB, dom Salm afirma que a família, como pequena comunidade missionária, integra a grande comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus, a paróquia, a diocese, a Igreja. “Ninguém mais duvida do quanto nos anos iniciais o ambiente familiar e o modo como o pai e a mãe produzem a vida em família são decisivos para a vida e a felicidade dos filhos”, garante.
Para dom Salm quando um pai e uma mãe vivenciam com serena alegria a fé, como testemunhas e sempre muito agradecidos a Deus por todo o amor recebido, eles tornam possível aos filhos a experiência de um ambiente favorável ao despertar e à transmissão da fé.
“Contribuem para isso o convívio familiar que permite perceber os sinais da presença amorosa de Deus na vida de cada um e de todos juntos; o cultivo da gratidão pelo amor recebido; a atenção à Palavra de Deus e a familiaridade com ela; a oração como encontro e amizade com Deus; a vida sacramental e a participação nas celebrações litúrgicas (…)”, acrescenta o bispo.
Dom Salm salienta o quanto é importante falar dessas vocações para a Igreja e o quanto são caminhos de santificação e felicidade. “Pais assim e o ambiente que promovem são um tesouro que não tem preço”, afirma. Ainda de acordo com o bispo numa família assim tudo favorece o despertar vocacional. “Semeia-se, germina, cresce, amadurece e produz frutos as sementes das várias vocações: as vocações leigas, as vocações para o matrimônio, para os ministérios ordenados e para a vida consagrada”, reitera.
No vídeo, dom Salm ressalta as numerosas mudanças vividas nos tempos atuais e ainda suas dificuldades, mas garante que ser autenticamente cristão sempre foi exigente. “Ser cristão é ser diferente. É viver aquela vida nova que Cristo trouxe e ofereceu a todos, isso significa ir contra a corrente. Em situações muito difíceis de perseguição e de martírio se formaram crianças, jovens e adultos com profunda experiência de Deus e com grande generosidade para servir”, comenta.
Por fim, dom Salm exorta para que todas as famílias e comunidades sejam abençoadas, “lugar onde de fato ressoe a voz de Deus que chama e onde se abram os ouvidos para escutar e dizer: fala senhor, que o teu servo te escuta”, finaliza o bispo.
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Assista:
*No contexto do Mês Vocacional, dom Salm também escreveu um artigo especial para o site com o título “Paróquia, um mosaico vocacional”. Confira (aqui).
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