sexta-feira, 7 de agosto de 2020

19º Domingo do Tempo Comum

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: 1Rs 19,9a.11-13a

Leitura do Primeiro Livro dos Reis:

Naqueles dias, ao chegar a Horeb, o monte de Deus, ao profeta Elias entrou numa gruta, onde passou a noite. E eis que a palavra do Senhor lhe foi dirigida nestes termos: “Sai e permanece sobre o monte diante do Senhor, porque o Senhor vai passar”.

Antes do Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos. Mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento, houve um terremoto. Mas o Senhor não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E, depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo isso, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta.

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 Salmo: 84
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,/ e a vossa salvação nos concedei!

- Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,/ e a vossa salvação nos concedei!

- Quero ouvir o que o Senhor irá falar:/ é a paz que ele vai anunciar. Está perto a salvação dos que o temem,/ e a glória habitará em nossa terra.

- A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.

- O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.

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2ª Leitura: Rm 9,1-5

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: Não estou mentindo, mas, em Cristo, digo a verdade, apoiado no testemunho do Espírito Santo e da minha consciência.

Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor contínua, a ponto de desejar ser eu mesmo segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os de minha raça. Eles são israelitas. A eles pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, as leis, o culto, as promessas e também os patriarcas. Deles é que descende, quanto à sua humanidade, Cristo, o qual está acima de todos, Deus bendito para sempre! Amém!

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Evangelho:  Mt 14,22-33
Leitura do Evangelho de São Mateus:

Depois da multiplicação dos pães, Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”

Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?”

Assim que subiram no barco, o vento se acalmou. Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”

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Reflexão

Águas agitadas

“É o vento que veio para dizer que há uma igualdade fundamental entre as pessoas

Os ventos fortes, em alto mar, causam vários tipos de agitação nas águas e a formação de grandes ondas. Isso provoca medo nos navegadores inexperientes, podendo até perder a vida como às vezes acontece. Com os apóstolos de Jesus navegando pelo mar da Galileia não foi diferente, mas diante do perigo e do medo apelam para o Mestre, que os acode e lhes dá segurança.

Dom Paulo Peixoto
Estamos em tempos agitados, com ventos vindos de todos os lados. Interessante que todas as classes sociais estão sentindo o peso da insegurança, do vendaval da instabilidade, corroborado agora com a agressividade do coronavírus. Ninguém pode dizer que está totalmente imunizado e seguro de não ser infectado. É o vento que veio para dizer que há uma igualdade fundamental entre as pessoas.

No meio da tempestade em alto mar, a palavra de Jesus para os transeuntes foi: “coragem”, mas também acalmou a fúria das águas agitadas. O momento não é de perda de coragem só porque enfrentamos dificuldades. Mas também é necessário abrir os olhos para a confiança naquele que é capaz de acalmar as águas. Não basta confiar em nós mesmos, mas pedir a proteção divina.

Podemos dizer que o medo é o contrário da fé. Quanto mais a pessoa achar que Deus é um fantasma (Mt 14,26), muito mais insegurança terá e poderá perder o sentido da vida. Qualquer água agitada, por mais raso que seja o local, é capaz de levá-la para o fundo e morrer. A agitação descontrolada pode não ter a presença de Deus, porque Ele é o Deus da serenidade e da responsabilidade.

Os últimos anos têm sido muito agitados nas redes sociais, porque as pessoas dizem o que querem, sem filtro nenhum. Não somente dizem como também divulgam notícias construídas sem responsabilidade, nivelando por baixo o grau de confiança nessas redes de comunicação. São águas bem agitadas que causam muitos prejuízos para a harmonia da sociedade e desrespeito às pessoas.

Necessitamos de ventos novos para conduzir a humanidade. No momento, a chegada da vacina de combate ao vírus da covid-19 poderá trazer novos rumos para os povos. Mas outros ventos também são urgentes para superar as brigas ideológicas que dificultam um caminho de fraternidade e partilha entre as pessoas. A briga pelo poder e o ter faz muita gente sofrer e perder a esperança no país.

                                                                 Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba
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                        Fontecnbbleste2.org.br    Banner: cnbb.org.br    Ilustração: franciscanos.org.br

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