sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Leituras do

6º Domingo do Tempo Comum
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1ª Leitura: Eclo 15,16-21
Leitura do Livro do Eclesiástico:
Se quiseres observar os mandamentos, eles te guardarão; se confias em Deus, tu também viverás. Diante de ti, Ele colocou o fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender a mão. Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir. A sabedoria do Senhor é imensa, ele é forte e poderoso e tudo vê continuamente. Os olhos do Senhor estão voltados para os que o temem. Ele conhece todas as obras do homem. Não mandou a ninguém agir como ímpio e a ninguém deu licença de pecar.
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Salmo: 118
Feliz o homem sem pecado em seu caminho,/ que na lei do Senhor Deus vai progredindo!
Feliz o homem sem pecado em seu caminho,/ que na lei do Senhor Deus vai progredindo!
- Feliz o homem sem pecado em seu caminho,/ que na lei do Senhor Deus vai progredindo./ Feliz o homem que observa seus preceitos,/ e de todo o coração procura a Deus!
- Os vossos mandamentos vós nos destes,/ para serem fielmente observados./ Oxalá seja bem firme a minha vida/ em cumprir vossa vontade e vossa lei!
- Sede bom com vosso servo, e viverei,/ e guardarei vossa palavra, ó Senhor./ Abri meus olhos, e então contemplarei/ as maravilhas que encerra a vossa lei!
- Ensinai-me a viver vossos preceitos;/ quero guardá-los fielmente até o fim!/ Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei,/ e de todo o coração a guardarei.
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2ª Leitura: 1Cor 2,6-10
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos: Entre os perfeitos nós falamos de sabedoria, não da sabedoria deste mundo nem da sabedoria dos poderosos deste mundo, que, afinal, estão votados à destruição. Falamos, sim, da misteriosa sabedoria de Deus, sabedoria escondida, que desde a eternidade Deus destinou para nossa glória. Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria. Pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória.
Mas, como está escrito, “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu”. A nós Deus revelou esse mistério através do Espírito. Pois o Espírito esquadrinha tudo, mesmo as profundezas de Deus.
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Evangelho: Mt 5,20-22a.27-28.33-34a.37 (Texto breve)
Leitura do Evangelho de São Mateus:
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Eu vos digo: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo.
Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
Vós ouvistes também o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas `cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum. Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim’, e o vosso ‘não’: ‘Não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno”.
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Reflexão:
Instrumentos da vida divina

"Peçamos a Jesus Cristo a graça de sermos instrumentos de vida, não de morte"
A liturgia de hoje garante-nos que Deus tem um projeto de salvação para que o homem possa chegar à vida plena e propõe-nos uma reflexão sobre a atitude que devemos assumir diante desse projeto.
Na segunda leitura (cf. 1Cor 2,6-10), São Paulo apresenta o projeto Salvador de Deus (aquilo que ele chama “sabedoria de Deus” ou “o mistério”). É um projeto que Deus preparou desde sempre “para aqueles que o amam”, que esteve oculto aos olhos dos homens, mas que Jesus Cristo revelou com a sua pessoa, as suas palavras, os seus gestos e, sobretudo, com a sua morte na cruz (pois aí, no dom total da vida, revelou-se aos homens a medida do amor de Deus e mostrou-se ao homem o caminho que leva à realização plena).
Dom Eurico dos Santos Veloso
A primeira leitura (cf. Eclo 15,16-21) recorda, no entanto, que o homem é livre de escolher entre a proposta de Deus (que conduz à vida e à felicidade) e a autossuficiência do próprio homem (que conduz, quase sempre, à morte e à desgraça). Para ajudar o homem que escolhe a vida, Deus propõe “mandamentos”: são os “sinais” com que Deus delimita o caminho que conduz à salvação.
O Evangelho (cf. Mt 5,17-37) completa a reflexão, propondo a atitude de base com que o homem deve abordar esse caminho balizado pelos "mandamentos": não se trata apenas de cumprir regras externas, no respeito estrito pela letra da lei; mas trata-se de assumir uma verdadeira atitude interior de adesão a Deus e às suas propostas, que tenha, depois, correspondência em todos os passos da vida.
Jesus, à primeira vista, age com mais dureza do que a própria Lei. Na verdade, é justamente o contrário! Jesus não era mais rigoroso e nem contra a Lei (cf. Mt 5,17); era contra o uso da Lei como um tipo de comércio: “Façamos exatamente o que manda a Lei, porque em compensação Deus deverá nos conceder a salvação”. O que Jesus deseja é a perfeição da Lei, realmente uma observância do coração: não simplesmente matar fisicamente, mas evitar matar psicológica e moralmente o irmão por desprezo, depreciação e inveja (cf. Mt 5,21-22). Não basta não cometer adultério; é preciso também não alimentar no coração a cobiça por mulher casada ou homem casado, e ser fiel ao compromisso assumido no casamento (cf. Mt 5,27). Repudiar a esposa ou o esposo por um motivo ou crise que pode ser superada nunca foi a vontade de Deus (cf. Mt 19,1s). No matrimônio não se pode pensar só em si mesmo; é uma vocação de amor oblativo, total doação um ao outro; é uma vocação em que os dois deverão enfrentar os desafios, sofrimentos e crises juntos. Se o divórcio é um mal menor, nunca poderá ser um bem! Deus quer que sempre se diga a verdade, se é necessário fazer um juramento a Deus, significa que a pessoa nem sempre falou a verdade (cf. Mt 5,33-37).
Peçamos a Jesus Cristo a graça de sermos instrumentos de vida, não de morte. Sempre instrumentos de vida, não de morte. Sempre instrumentos de união, e não de separação. Sempre instrumentos de união, e não de separação. Sempre garantia da verdade, e não da incerteza ou mentira.
No sermão da montanha (cf. Mateus 5 a 7), bem como no diálogo com o jovem rico (cf. Mateus 19;16ss), ao Cristo tratar do verdadeiro espírito da lei Ele lembra que Deus leva em conta não só a mera obediência ao seu texto, mas as reais e íntimas intenções do indivíduo quanto a tal obediência. Nenhum dos mandamentos da Lei de Deus tem aplicação limitada a Israel. O próprio princípio do sábado foi estendido aos “filhos dos estrangeiros” (cf. Isaías 56;2-8), e todas as pessoas de todas as nacionalidades têm necessidade de um dia regular de repouso, daí porque “o sábado foi feito por causa do homem” (cf. Marcos 2;27).
No novo concerto os princípios básicos da lei divina são escritos por Deus nos corações e mentes dos Seus filhos, judeus ou gentios, nos moldes do que havia sido prometido ao antigo Israel em Ezequiel 36,26, 27 e Jeremias 31,31-33.
Nos debates de Cristo com os escribas e fariseus sobre o sábado Ele está corrigindo a prática extremada e insensível deles do Decálogo, e não combatendo uma norma estabelecida por Ele próprio como Criador e Legislador (ver Mateus 12:1-12; Heb. 1:2).
João no Apocalipse (1,10) refere-se ao “dia do Senhor” que para nós católicos é o Domingo, como sendo um dia especial dedicado a Deus. Portanto, ele mantinha um dia especial de observância, como estabelecido no 3º mandamento da lei de Deus: Santificar os Domingos e Festas de Guarda.
Que tuas palavras expressem o que trazes no teu coração. Que tua boca diga aquilo que o coração está cheio. Enquanto é tempo, acerte o passo! Reconcilia-te como Deus e o irmão!
Senhor, purifica os meus lábios com o fogo do teu Espírito. As palavras que saem da minha boca possam ser reflexo da eterna Palavra, viva e eficaz, a ponto de penetrar a alma dos meus irmãos, que revela os pensamentos do coração e como o bálsamo que alivia as chagas!
                                       Dom Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora
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