sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Papa Francisco na missa desta sexta-feira:

O essencial da vida é a nossa relação com Deus

As doenças da alma devem ser curadas e o remédio é o perdão: na missa matutina na Casa Santa Marta, o Papa Francisco comentou o episódio evangélico da cura do paralítico realizada por Jesus.
Adriana Masotti – Cidade do Vaticano - Ao celebrar a missa na capela da Casa Santa Marta (17/01), o Papa comentou o trecho de hoje, extraído do Evangelho segundo Marcos, que apresenta um episódio de cura realizada por Jesus a um paralítico.
Jesus está em Cafarnaum e a multidão está reunida em volta dele. Através da abertura feita no teto da casa, algumas pessoas levam a Ele um homem deitado numa maca. A esperança é que Jesus cure o paralítico, mas surpreende a todos dizendo: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. Somente depois ordenará que se levante, pegue a cama e volte para casa.
O Pontífice comentou dizendo que, com as suas palavras, Jesus nos permite ir ao essencial. “Ele é um homem de Deus”, afirmou o Papa: cura, mas não é um curandeiro, ensina, mas é mais do que um mestre, e diante da cena que se apresenta, vai ao essencial:
Olha o paralitico:“Os teus pecados estão perdoados”. A cura física é um dom, a saúde física é um dom que devemos proteger. Mas o Senhor nos ensina ainda que também a saúde do coração, a saúde espiritual precisa ser preservada.
O medo de ir ali onde acontece o encontro com o Senhor
Jesus vai essencial também com a mulher pecadora, de que fala o Evangelho, quando diante do seu choro, diz: “Os teus pecados estão perdoados”. Os outros ficam escandalizados, afirmou o Papa, "quando Jesus vai ao essencial, se escandalizam, porque ali está a profecia, ali está a força".
Proclamação do Evangelho
Do mesmo modo, “vai, mas não peques mais”, diz Jesus ao homem da piscina que nunca chega em tempo para descer na água para poder curar. À Samaritana que lhe faz tantas perguntas, -“fazia um pouco o papel de teóloga”, disse o Papa – Jesus pergunta do marido. Vai ao essencial da vida. “E o essencial – afirmou Francisco – é a sua relação com Deus. E nós muitas vezes esquecemos disto, como se tivéssemos medo de ir propriamente ali, onde há o encontro com o Senhor, com Deus”. O Papa observou que fazemos tanto por nossa saúde física, trocamos conselhos sobre médicos e remédios, o que é bom, “mas pensamos na saúde do coração?”.
Aqui tem uma palavra de Jesus que talvez nos ajudará: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. Estamos acostumados a pensar neste remédio do perdão dos nossos pecados, dos nossos erros? Nós nos perguntamos: “Eu devo pedir perdão a Deus por alguma coisa?”. “Sim, sim, sim, em geral todos somos pecadores”, e assim a coisa se dilui e perde a força, esta força de profecia que Jesus faz quando vai ao essencial. E hoje Jesus, a cada um de nós, nos diz: “Eu quero perdoar os teus pecados”.
O perdão é o remédio para a saúde do coração
O Papa prosseguiu afirmando que há pessoas que não encontram pecados em si mesmas para confessar, porque “falta a consciência dos pecados”. “Pecados concretos”, “doenças da alma”, “doenças da alma” que devem ser curadas “e o remédio para se curar é o perdão”.
É uma coisa simples, mas que Jesus nos ensina quando vai ao essencial. O essencial é a saúde, toda: do corpo e da alma. Devemos preservar bem a do corpo, mas também a saúde da alma. E devemos ir àquele médico que pode nos curar, que pode perdoar os pecados. Jesus veio para isto, deu a vida por isto. 
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Assista:
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Sete dias com Francisco
A semana litúrgica inicia no domingo, a de trabalho, convencionalmente na segunda-feira. Para o Papa não é assim. Para Francisco a semana começa na sexta-feira, dia da compaixão pelos “invisíveis”, da misericórdia que sai dos Muros do Vaticano rumo à periferia. A nossa narração segue este percurso a partir da sexta-feira, seguindo o ritmo de uma agenda onde os compromissos são organizados com o critério da caridade.
Gabriella Ceraso e Alessandro De Carolis – Cidade do Vaticano“Quando uma criança chora na igreja, é um lindo sermão”. São palavras ditas pelo Papa Francisco com o afeto de um “avô”, durante a Missa de 12 de janeiro na Festa do Batismo. O Papa se preocupa em deixar as mães os pais, muito emocionados, à vontade. Como todos os anos, no dia da Festa do Batismo o Papa batiza alguns recém-nascidos na Capela Sistina, neste ano eram 32 crianças. “Batizar um filho – sustenta – é um ato de justiça” e explica o motivo:
“Porque nós com o Batismo damos-lhe um tesouro, com o Batismo damos-lhe um penhor: o Espírito Santo. A criança sai [do Batismo] tendo dentro de si o poder do Espírito: o Espírito que a defenderá, a ajudará, durante toda a sua vida. Por isso é muito importante batizá-la quando é pequenina, para que cresça com a força do Espírito Santo. Esta é a mensagem que eu gostaria de vos entregar hoje. Trazeis aqui os vossos filhos hoje, [para que possam ter] o Espírito Santo dentro deles. E preocupai-vos por que eles cresçam com a luz, com o poder do Espírito Santo, através da catequese, da ajuda, do ensino, dos exemplos que lhes dareis em casa...”
No final da Missa, ao rezar a oração do Angelus diante da multidão presente na Praça São Pedro o Papa renovou o convite “recordar todos os anos” a data do próprio Batismo e festejá-la “no coração”. E em Jesus que se deixa batizar por João distingue os dotes “de moderação e de escondimento” pedidos também hoje a todos os cristãos:
“Aquele que se pavoneia não é um bom discípulo. O bom discípulo é humilde, é manso, é aquele que pratica o bem sem o ostentar. Na ação missionária, a comunidade cristã é chamada a ir ao encontro dos outros propondo sempre e nunca impondo, dando testemunho, partilhando a vida concreta do povo”
No dia anterior, sábado, 11 de janeiro, Francisco tinha celebrado um importante aniversário, os 100 anos do Colégio Etíope que se encontra dentro dos Muros Vaticanos. Uma ocasião para solicitar cuidados pastorais pelos que emigram da Etiópia e da Eritreia e desejar que as Igrejas dos dois países tenham “a liberdade de servir para o bem comum”, sem temer mais uma guerra fratricida.
Na segunda-feira dia 14, o Papa dedicou a homilia da Missa na Casa Santa Marta à coerência e ao testemunho. Francisco fez uma distinção em particular entre a autoridade de Jesus e a hipocrisia dos escribas “que dizem e não fazem”.
“O povo de Deus distingue bem entre a autoridade de uma pessoa e a graça da unção. E esta é a sabedoria do nosso povo, que tolera tantas vezes, tantos pastores incoerentes, pastores como os escribas, e também cristãos que vão à missa todos os domingos e depois vivem como pagãos. E as pessoas dizem: “Isto é um escândalo, uma incoerência”. Quanto mal fazem os cristãos incoerentes que não dão testemunho e os pastores incoerentes, esquizofrênicos, que não dão testemunho!”
Na quarta-feira, 15 de janeiro, dia da Audiência Geral o Papa concluiu o ciclo das reflexões sobre os Atos dos Apóstolos. O protagonista da catequese é São Paulo que, mesmo sendo prisioneiro em uma casa romana, não deixa de testemunhar o Evangelho aos que o visitam, afirma Francisco, a Palavra de Deus, “não fica acorrentada”.
“Esta casa aberta a todos os corações em busca é uma imagem da Igreja que, embora perseguida, incompreendida e acorrentada, nunca se cansa de acolher todos os homens e mulheres com o coração maternal para lhes anunciar o amor do Pai que se tornou visível em Jesus (…) O Espírito anime em cada um de nós o chamado para sermos evangelizadores corajosos e alegres. Que Ele nos torne, como São Paulo, capazes de impregnar nossas casas com o Evangelho e torná-las cenáculos de fraternidade, onde podemos acolher o Cristo vivo, que “vem ao nosso encontro em todas as pessoas e em todos os tempos”.”
"Um amor que é principalmente misericórdia", é o que o Papa sublinhou na Missa matutina de 16 de janeiro, ao comentar o episódio do leproso que consegue comover Jesus e obter a cura com uma oração “simples”, “se queres, podes me purificar”:
“Tenhamos o hábito de repetir esta oração, sempre: “Senhor, se queres, tens o poder. Se queres, tens o poder”. Com a confiança de que o Senhor está próximo de nós e a sua compaixão tomará sobre si os nossos problemas, os nossos pecados, as nossas doenças interiores, tudo. Façamos essa experiência”
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