os
cristãos que vivem em meio às guerras sejam sementes de paz
Na mensagem de
vídeo com a intenção de oração para o mês de dezembro, divulgada nas vésperas
da viagem do Papa Leão à Turquia e ao Líbano, o Santo Padre convida a rezar
pelas comunidades cristãs que vivem em regiões de guerra ou de conflito. O
Pontífice as convida a não sentirem-se abandonadas e a serem “sementes de paz,
de reconciliação e de esperança”.
Nas vésperas de sua primeira viagem apostólica à Turquia e ao Líbano, o Papa Leão XIV convida a rezar pelas minorias cristãs que vivem em contextos de guerra, na intenção de oração deste mês de dezembro.
O Santo Padre
inicia, assim, a última intenção de oração do ano, divulgada nesta quarta-feira
(26/11):
“Rezemos para que os cristãos que vivem em contextos de guerra ou de conflito, especialmente no Oriente Médio, possam ser sementes de paz, reconciliação e esperança.”
Ele mesmo o faz
por primeiro, rezando uma oração ao “Deus da paz”, no vídeo produzido e
divulgado pela Rede Mundial de Oração do Papa, com a colaboração do Vatican
Media.
Os cristãos “que
vivem em meio a guerras e violência” não se sintam nunca abandonados: “Mesmo
cercados pela dor”, disse o Papa, “nunca deixem de sentir a gentil bondade” da
presença de Deus “e as orações de seus irmãos e irmãs na fé”.
“Pois somente por Ti, e fortalecidos pelos laços fraternos, podem tornar-se sementes de reconciliação, construtores de esperança em pequenos e grandes gestos, capazes de perdoar e seguir adiante, de superar divisões e de buscar a justiça com misericórdia.”
Mesmo naquelas
partes do mundo onde a guerra parece ser única lei, “onde a harmonia parece
impossível”, os cristãos são chamados a ser “instrumentos de paz”. E não
somente os que vivem naqueles lugares, mas todos nós, porque Jesus “chamou
bem-aventurados os que promovem a paz”, disse ainda o Papa, acrescentando:
“Espírito Santo, fonte de esperança nas horas mais sombrias, sustentai a fé dos que sofrem e fortalecei a sua esperança. Não permitas que caiamos na indiferença, e fazei de nós construtores da unidade, como Jesus. Amém.”
A fé em meio aos
escombros
A intenção de
oração deste mês e a primeira viagem apostólica do Papa Leão XIV se concentram
numa das áreas mais instáveis do mundo do ponto de vista político, econômico e
da segurança. Segundo o Relatório 2025 sobre a liberdade religiosa da Fundação
Ajuda à Igreja que Sofre, o número dos conflitos nas regiões médio-orientais e
as condições socioeconômicas expõem as minorias religiosas, particularmente os
cristãos, a uma condição de extrema vulnerabilidade. Na Palestina, a população
está exaurida após dois anos de guerra e muitas igrejas se tornaram refúgios
para as famílias sem casa. No Líbano, a grave crise econômica obrigou uma
enorme quantidade de pessoas a fugir, esvaziando paróquias e escolas. No Iraque
e na Síria, a reconstrução se realiza em meio ao cansaço entre instabilidade
política, insegurança e falta de perspectiva para os jovens. Mas, apesar de
tudo isso, as pequenas comunidades continuam a resistir, guardando a fé,
servindo aos pobres e construindo pontes de convivência com seus vizinhos de outras
religiões.
As imagens que
acompanham a oração feita pelo Papa nos apresentam exatamente isso, mostrando
exemplos de uma fé firme e inquebrantável em meio aos escombros e destroços.
São celebrações nos vilarejos iraquianos que voltaram a reunir-se depois da
guerra, a força extraordinária da comunidade paroquial de Gaza mesmo nos dias
de bombardeios, o trabalho indispensável da Caritas do Líbano entre os pobres e
os refugiados dos Países vizinhos, o oásis de espiritualidade oferecido pelos
mosteiros sírios: todos sinais da presença daquele Espírito Santo que – como
diz a oração feita pelo Papa – é “fonte de esperança nas horas mais sombrias”.
De Francisco a
Leão
“As condições
dos cristãos nos contextos de conflito é uma preocupação constante no coração
do sucessor de Pedro”, afirma pe. Cristóbal Fones, diretor internacional da
Rede Mundial de Oração do Papa. “Nos últimos anos, o Papa Francisco tinha
confiado muitas vezes à oração da Igreja universal o sofrimento e o testemunho
dos cristãos que vivem em situações e contextos difíceis. Pediu para rezar, por
exemplo, pelos cristãos perseguidos, pelo diálogo e a reconciliação no Oriente
Médio, pelas comunidades religiosas discriminadas e perseguidas, pelos novos
mártires, testemunhas de Cristo.
O Papa Leão XIV
retoma esta herança, coincidindo com sua primeira viagem apostólica à Turquia e
ao Líbano. O seu convite de oração é um gesto de proximidade e de esperança: um
modo para dizer aos cristãos da Palestina, Líbano, Síria, Iraque e de tantos outros
Países que não estão esquecidos, que a Igreja universal caminha com eles; mas
também para recordar a todos nós que a fé cresce mesmo em meio às provações e
dificuldades, e que das comunidades feridas podem nascer sementes de
reconciliação e de paz.
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