"Somos uma parte minúscula, mas significativa do cosmos"
O Papa recebeu
em audiência os estudantes da Escola de verão da "Specola Vaticana",
o Observatório Astronômico do Vaticano. De 1º a 27 de junho, em Castel
Gandolfo, 24 jovens astrônomos, representando 22 países, analisam as
descobertas dos três primeiros anos do telescópio espacial James Webb,
inaugurado no Natal de 2021.
“Um momento
entusiasmante para ser astrônomo!” Com esta exclamação, o Papa saudou os
estudantes e estudiosos da Escola de verão do Observatório Astronômico Vaticano
(Specola Vaticana), que se realiza este mês de junho em sua sede em Castel
Gandolfo, nos arredores de Roma.
Este ano, a
Escola de verão é dedicada ao tema “Explorar o universo com o telescópio
espacial de James Webb”. Eis por que se trata de um momento entusiasmante
para a astronomia, disse Leão XIV, pois pela primeira vez se é capaz de
prescrutar profundamente a atmosfera dos exoplanetas, isto é, planetas que
orbitam uma estrela fora do nosso Sistema Solar e onde pode haver vida. Com
este telescópio, é possível estudar as nebulosas, onde se formam os
sistemas planetários, e traçar a luz antiga de galáxias distantes, que indicam
o início do próprio universo.
As imagens do
James Webb “nos enchem de maravilha”, disse o Papa, citando as Sagradas
Escrituras. O Pontífice agradeceu à equipe científica do telescópio espacial,
que trabalhou para que essas imagens se tornassem públicas, de modo a alargar o
nosso conhecimento do cosmos do qual “somos uma parte minúscula, mas
significativa”.
O telescópio
permitiu ver de modo novo o mundo que nos circunda, disse ainda o Pontífice,
exortando os cientistas a serem generosos em compartilhar o que aprendem: “Não
hesitem em compartilhar a alegria e a maravilha que nascem da contemplação das
‘sementes’ que, com as palavras de Santo Agostinho, Deus espalhou na harmonia
do universo”.
“Quanto mais
alegria compartilharão, mais alegria criarão e assim, por meio da busca do
conhecimento, cada um de vocês poderá contribuir para a construção de um mundo
mais pacífico e justo.”
Leão XIV
concluiu concedendo a todos as bênçãos do “Deus da sabedoria e da compreensão,
da alegria e da paz”.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
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Papa aos bispos de Madagascar:
não desviem o olhar dos pobres
O Papa Leão XIV,
recebeu na manhã desta segunda-feira, no Vaticano os bispos da Igreja de
Madagáscar, vindos a Roma em peregrinação jubilar. “É o nosso primeiro
encontro”, disse o Santo Padre.
“Exorto vocês a
não desviarem o olhar dos pobres: eles estão no centro do Evangelho e são os
destinatários privilegiados do anúncio da Boa Nova”: foi o que disse o Papa
Leão XIV, acolhendo na manhã desta segunda-feira os pastores da Igreja de
Madagascar, vindos a Roma em peregrinação jubilar. O Santo Padre disse que este
encontro tinha para ele um significado particular, “porque é o nosso primeiro
encontro”, acrescentando sua admiração pela decisão de virem todos juntos a
Roma, como bispos de Madagascar.
“É um belo sinal
de unidade, recordou Leão XIV, citando Papa Francisco, “que sentimos
espiritualmente presente neste momento”. “Ele visitou o seu país em 2019 e,
três anos depois, os acolheu em Visita ad limina Apostolorum. Desta vez, é
o Jubileu, o Ano de graça proclamado pelo Senhor Jesus, que os convocou”.
O Santo Padre
destacou em seguida que é muito bonito que eles tenham se tornado peregrinos da
esperança, juntamente com os milhares e milhares de fiéis que todos os dias
atravessam as Portas Santas das basílicas papais. “Vocês são, antes de
tudo, peregrinos da esperança para vocês mesmos: vocês que são pastores,
recordaram que são antes de tudo ovelhas do rebanho, às quais Cristo diz: “Eu
sou a porta das ovelhas. [...] Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e
sairá e encontrará pastagens» (Jo 10, 7.9). E, ao mesmo tempo, tornaram-se
peregrinos da esperança para o seu povo, para as famílias, para os idosos, as
crianças, os jovens; para que as Igrejas que estão em Madagascar, através de
vocês, recebam a graça de caminhar na esperança que é Jesus Cristo”.
O Papa Leão XIV
disse então da sua felicidade em ouvir eles contarem as alegrias e as provações
pastorais que levam com fidelidade. “A proximidade de vocês com o povo de
Deus é um sinal vivo do Evangelho. Encorajo cada um de vocês no seu ministério
episcopal, em particular a cuidar dos sacerdotes, que são os seus primeiros
colaboradores e os seus irmãos mais próximos, bem como dos religiosos e
religiosas que se dedicam ao serviço”.
O Santo Padre
deu graças pela vitalidade missionária das Igrejas particulares de Madagascar,
herdeiras do testemunho dos santos que, para levar o Evangelho a esta terra
longínqua, não temeram nem a rejeição nem a perseguição.
“Gostaria de
recordar Henri de Solages, o primeiro missionário que não se deixou desanimar
pelo fracasso e pela prisão, ou o santo mártir Jacques Berthieu, cujo sangue
foi semente de cristãos em Madagascar. Que o seu exemplo continue a fortalecer
vocês na entrega de si mesmos a Cristo e à sua Igreja, entre os sucessos e as
provações pastorais que atravessam para chegar ao povo de Deus nas diversas
realidades de suas dioceses!"
E uma exortação
do Pontífice: “exorto vocês a não desviarem o olhar dos pobres: eles estão
no centro do Evangelho e são os destinatários privilegiados do anúncio da Boa
Nova. Saibam reconhecer neles o rosto de Cristo e que a sua ação pastoral seja
sempre animada por uma concreta solicitude para com os mais pequenos”.
Seguindo o Papa
Francisco, Leoão XIV convidou os bispos presentes a cuidarem da nossa casa
comum, a preservar a beleza da Grande Ilha, cuja beleza e fragilidade
foram a eles confiadas. “Cuidar da nossa casa é parte integrante da sua missão
profética. Cuidem da criação que geme e ensinem aos seus fiéis a arte de
protegê-la com justiça e paz”, disse o Papa.
“Queridos
irmãos, - finalizou - continuem o seu serviço com coragem e esperança. O
Sucessor de Pedro os acompanha com a sua oração e o seu afeto. Que a Virgem
Maria, Nossa Senhora de Madagáscar, os proteja. Que o Beato Raphaël Rafiringa,
a Beata Victoire Rasoamanarivo, São Tiago Berthieu e todos os santos da sua
terra intercedam por vocês”.
Silvonei José – Vatican News
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O Papa:
Floribert Bwana Chui mártir africano, um homem de paz
Leão XIV recebeu
os peregrinos vindos a Roma para a beatificação deste jovem funcionário da
alfândega congolesa, no último domingo, na Basílica de São Paulo Fora dos
Muros. Floribert pertencia à Comunidade de Santo Egídio e foi morto, em 2007,
em Goma por se recusar a deixar passar cargas de alimentos estragados:
"Numa região dilacerada pela violência, ele continuou sua luta pela paz
com mansidão, servindo aos pobres".
O Papa Leão XVI
recebeu em audiência, nesta segunda-feira (16/06), na Sala Clementina, no
Vaticano, os peregrinos da República Democrática do Congo que vieram a Roma
para participar da beatificação de Floribert Bwana Chui assassinado, em Goma,
em 8 de julho de 2007.
A missa de
beatificação foi celebrada na Basílica de São Paulo Fora dos Muros pelo
prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, na
tarde do domingo 15 de junho.
O Pontífice
iniciou o seu discurso, saudando os bispos presentes, em particular os da
República Democrática do Congo, incluindo o bispo de Goma, diocese onde viveu o
novo beato. Saudou também a mãe e a família do Beato Floribert, bem como a
Comunidade de Santo Egídio, à qual ele pertencia.
A seguir,
recordou o novo beato com as palavras do Papa Francisco dirigidas aos jovens de
Kinshasa, no "Estádio dos Mártires", em 2 de fevereiro de 2023,
durante sua viagem apostólica à República Democrática do Congo:
«Um jovem como
você, Floribert Bwana Chui: […] com apenas 26 anos, foi morto em Goma por
bloquear a passagem de produtos alimentares deteriorados, que teriam
prejudicado a saúde da população. […] Como cristão, rezou, pensou nos outros e
escolheu ser honesto, dizendo não à sujeira da corrupção. Isto é manter as mãos
limpas, enquanto as mãos que traficam dinheiro estão manchadas de sangue. […]
Ser honesto é brilhar de dia, é difundir a luz de Deus, é viver a
bem-aventurança da justiça: vencer o mal com o bem!»
De onde um jovem
tirou forças para resistir à corrupção, enraizada na mentalidade vigente e
capaz de qualquer violência? A escolha de manter as mãos limpas – ele era
funcionário da alfândega – amadureceu numa consciência formada pela oração,
pela escuta da Palavra de Deus, pela comunhão com os irmãos.
Floribert Bwana
Chui "viveu a espiritualidade da Comunidade de Santo Egídio, que o Papa
Francisco resumiu em três palavras: oração, pobres, paz. Os pobres foram
decisivos em sua vida", disse Leão XIV, acrescentando:
O Beato
Floribert viveu uma familiaridade comprometida com os meninos de rua, levados a
Goma pela guerra, desprezados e órfãos. Amou-as com a caridade de Cristo:
interessou-se por eles e preocupou-se com sua formação humana e cristã. A força
de Floribert cresceu em sua fidelidade à oração e aos pobres. Um amigo recorda:
«Ele estava convencido de que nascemos para fazer grandes coisas, para incidir
na história, para transformar a realidade». Ele era um homem de paz.
"Numa
região tão sofrida como o Kivu, dilacerada pela violência, ele continuou sua
luta pela paz com mansidão, servindo aos pobres, praticando a amizade e o
encontro numa sociedade dilacerada", disse ainda o Papa, ressaltando que
uma religiosa lembrou que ele dizia: «A comunidade coloca todos os povos na
mesma mesa».
Segundo o
Pontífice, "este jovem, não resignado ao mal, tinha um sonho, alimentado
pelas palavras do Evangelho e pela proximidade ao Senhor. Muitos jovens se
sentiam abandonados e sem esperança, mas Floribert ouviu a palavra de Jesus:
«Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós». Nenhuma terra é abandonada por
Deus!"
Floribert
"convidou os seus amigos a não se resignarem e a não viverem para si
mesmos". "Tinha confiança no futuro", disse ainda Leão XIV,
recordando o que disse o novo beato: «O Senhor está preparando um mundo novo,
onde a guerra deixará de existir, o ódio será extinto, a violência já não
aparecerá como um ladrão na noite... as crianças crescerão em paz. Sim, é um
grande sonho. Não vivamos, portanto, por aquilo que não vale a pena. Vivamos,
em vez disso, para este grande sonho!»
Este mártir
africano, num continente rico de jovens, mostra como eles podem ser fermento de
paz "desarmada e desarmadora". Este leigo congolês destaca o valor
precioso do testemunho dos leigos e dos jovens. Que então, pela intercessão da
Virgem Maria e do Beato Floribert, a tão almejada paz no Kivu, no Congo, e em
toda a África se torne realidade em breve!
Mariangela Jaguraba - Vatican News
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