sábado, 9 de setembro de 2023

Sábios questionamentos:

O que faço por uma Igreja mais fiel a Jesus?

José Antonio Pagola

“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei ali no meio deles”. A melhor maneira de tornar Cristo presente em sua Igreja é manter-nos unidos atuando “em seu nome”, movidos por seu Espírito. A Igreja não necessita tanto de nossas confissões de amor ou nossas críticas quanto de nosso compromisso real. Não são poucas as perguntas que podemos fazer-nos.

O que faço para criar um clima de conversão coletiva no seio desta Igreja, sempre necessitada de renovação e transformação? Como seria a Igreja se todos vivessem a adesão a Cristo mais ou menos como a vivo eu? Seria mais ou menos fiel a Jesus?

O que trago de espírito, verdade e autenticidade a esta Igreja tão necessitada de radicalidade evangélica, para oferecer um testemunho crível de Jesus no meio de uma sociedade indiferente e incrédula?

Como contribuo com minha vida para edificar uma Igreja mais próxima dos homens e mulheres do nosso tempo, que saiba não só ensinar, pregar e exortar, mas, sobretudo, acolher, escutar e acompanhar os que vivem perdidos, sem conhecer o amor nem a amizade?

O que trago para construir uma Igreja samaritana, de coração grande e compassivo, capaz de esquecer-se de seus próprios interesses, para viver voltada para os grandes problemas da humanidade?

O que faço para que a Igreja se liberte de medos e servidões que a paralisam e atam ao passado, e se deixe penetrar e vivificar pela frescura e criatividade que nasce do Evangelho de Jesus?

O que trago nestes momentos para que a Igreja aprenda a “viver em minoria”, sem grandes pretensões sociais, mas de maneira humilde, como “fermento” oculto, “sal” transformador, pequena “semente” disposta a morrer para dar vida?

O que trago por uma Igreja alegre e esperançosa, mais livre e compreensiva, mais transparente e fraterna, mais crente e mais digna de crédito, mais de Deus e menos do mundo, mais de Jesus e menos de nossos interesses e ambições?

A Igreja muda quando mudamos nós, converte-se quando nós nos convertemos.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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                                                           Fonte: franciscanos.org.br     Banner: vaticannews.va

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