sexta-feira, 15 de setembro de 2023

24º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão
_____________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

1ª Leitura: Eclo 27,33-28,9

Leitura do livro do Eclesiástico:

O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados. Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? Se ele, que é um mortal, guarda rancor, quem é que vai alcançar perdão para os seus pecados? Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; pensa na destruição e na morte e persevera nos mandamentos. Pensa nos mandamentos e não guardes rancor ao teu próximo. Pensa na aliança do Altíssimo e não leves em conta a falta alheia!

_____________________________________________________________________________________

Responsório: Sl 102

O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.

1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / e todo o meu ser, seu santo nome! / Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / não te esqueças de nenhum de seus favores!

2. Pois ele te perdoa toda culpa / e cura toda a tua enfermidade; / da sepultura ele salva a tua vida / e te cerca de carinho e compaixão.

3. Não fica sempre repetindo as suas queixas / nem guarda eternamente o seu rancor. / Não nos trata como exigem nossas faltas / nem nos pune em proporção às nossas culpas.

4. Quanto os céus por sobre a terra se elevam, / tanto é grande o seu amor aos que o temem; / quanto dista o nascente do poente, / tanto afasta para longe nossos crimes.

_____________________________________________________________________________________

2ª Leitura: Rm 14,7-9 
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos, ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.

_____________________________________________________________________________________
Evangelho: Mt 18,21-35

Proclamação do Evangelho de São Mateus:

Pedro aproximou-se de Jesus, e perguntou: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, levaram a ele um que devia dez mil talentos. Como o empregado não tinha com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, ajoelhado, suplicava: ‘Dá-me um prazo. E eu te pagarei tudo’. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado, e lhe perdoou a dívida. Ao sair daí, esse empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Ele o agarrou, e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague logo o que me deve’. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dê-me um prazo, e eu pagarei a você’. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão, e lhe contaram tudo. O patrão mandou chamar o empregado, e lhe disse: ‘Empregado miserável! Eu lhe perdoei toda a sua dívida, porque você me suplicou. E você, não devia também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive de você?’ O patrão indignou-se, e mandou entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que fará com vocês o meu Pai que está no céu, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.»

_____________________________________________________________________________________

Reflexão do padre Johan Konings:

Perdão e reconciliação

No domingo passado ouvimos o ensinamento de Jesus sobre a correção fraterna. Mas não basta “corrigir”, importa que o que estava errado seja realmente superado pelo perdão. E que adianta pedir perdão a Deus, se a gente mesmo não perdoa?

Já o Antigo Testamento nos ensina que não podemos pedir perdão se não perdoamos. A 1ª leitura fundamenta o perdão fraterno na Aliança: somos todos “povo de Deus”. Como posso condenar para sempre o meu irmão, que é filho de Deus? Se fizesse tal coisa, eu negaria minha comunhão com Deus, e então, o perdão de Deus não me alcançaria.

E Jesus, no evangelho, nos ensina a estarmos sempre dispostos a perdoar, inúmeras vezes. Conta a parábola do homem que foi absolvido de uma dívida enorme, mas não quis perdoar uma ninharia a seu colega. Resultado: seu patrão o condenou a pagar tudo. Quem não é capaz de perdoar não é capaz de viver em fraternidade, em comunhão.

O que importa para Deus, em última instância, não é acertar contas, e sim, promover a comunhão, a amizade e a reconciliação. Talvez seja preciso primeiro pôr as contas em dia, mas o objetivo final é a fraternidade. Quem não sabe reconciliar-se com seu irmão não pode ser amigo de Deus, que é o Pai de todos.

Num mundo de competição, como é o nosso, nada se perdoa, não se leva desaforo para casa, vinga-se a honra etc. Devemos substituir esse modelo de competição e de vingança pelo modelo de comunhão. Quando perdoo, não perco nada: pelo contrário, ganho a comunhão com o irmão e a realização de minha vocação: a semelhança com Deus (cf. Gn 1,26).

O ser humano é tão coitado, que qualquer coisa que alguém lhe estiver devendo lhe parece uma carência vital… Apenas Deus é bastante rico para perdoar sempre a quem se arrepende. A Igreja deve ser um sinal de Deus no mundo. Deve imitar Deus no perdão – no sacramento da reconciliação – e ensinar a mesma coisa aos homens. O sacramento da reconciliação é uma alegria, não um desagradável dever. É uma celebração da magnanimidade de nosso Deus. “Confessar” significa proclamar não só os pecados, mas, sobretudo o louvor do Deus que perdoa. O sacramento da reconciliação é um serviço que Deus confiou à Igreja, comunidade de salvação, para ajudar o irmão a corrigir seu caminho, a reconciliar-se com Deus e com seus irmãos na fé, e a proclamar a grandeza do amor de Deus. Para quem vivia em pecado grave, é uma verdadeira ressurreição.

_____________________________________________________________________________________

PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

_____________________________________________________________________________________

Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:


..........................................................................................................................................................................

   Reflexão/banner: franciscanos.org.br  Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos  Imagem: osservatoreromano.va

Nenhum comentário:

Postar um comentário