o 3º Domingo da Quaresma
Não queiramos fazer Deus à nossa imagem e semelhança, nós é que fomos feitos à Sua imagem e semelhança e devemos nos amoldar a isso.
As leituras
da liturgia deste final de semana nos levam a buscar uma pureza de fé, de
louvor a Deus, dentro do que Ele deseja.
Deus é
espírito, invisível e, por isso, não existe imagem para representá-lo, como
entendemos na primeira leitura extraída de Êxodo 20, 1-7.
Do mesmo
modo, a transformação do espaço de culto em local de vendas e de câmbio, e a
revolta de Jesus, expulsando os mercadores do Templo, como nos relata o
Evangelho, tirado de João 2, 13-25, nos admoesta sobre o zelo que deveremos ter
com esse espaço sagrado.
A pureza
também aparece na segunda leitura, 1ª Coríntios 1,22-25, quando Paulo é
incisivo em dizer que nossa fé e religião pregam Jesus Cristo crucificado,
poder de Deus e sabedoria de Deus. Portanto nada além disso deve ser pregado e
tudo o mais dentro do Cristianismo deverá decorrer desse anúncio, Jesus, o
Verbo Encarnado foi pregado na cruz, por amor a todos os homens e ressuscitou
ao terceiro dia e está sentado à direita do Pai.
A liturgia dá
um salto ao não concordar dom a materialização de Deus e nem com a
comercialização do relacionamento do homem com Ele.
Quando Jesus
fala para a samaritana que a adoração de Deus deve ser em espírito e verdade –
Jo 4, 23c –, que não existe lugar para adorá-lo, o Senhor reafirma que Deus é
onipresente, onisciente e onipotente está em toda parte e sabe de tudo e tudo
pode.
Não queiramos
fazer Deus à nossa imagem e semelhança, nós é que fomos feitos à Sua imagem e
semelhança e devemos nos amoldar a isso.
Deus está em
toda parte, em todo lugar para me dirigir a Ele, vê-Lo, senti-Lo, percebê-Lo
nas pessoas, nas coisas, pois tudo foi criado por Ele, tudo possui sua marca
registrada. Tudo deverá nos falar Dele. Tudo deverá nos levar ao Seu encontro.
E tudo é de
graça. A vida é de graça!
Tudo deve me
levar a gratuitamente falar de Deus e levar as pessoas a Deus. Amor com amor se
paga!
“De graça
recebestes, de graça dai.” Mt 10, 8
Não se paga
sacramentos e nem sacramentais, mas posso fazer e receber doações por ocasião
de um momento muito importante de minha vida ou de minha família. Não estou
pagando e nem cobrando, mas fazendo e recebendo uma doação. Amor com amor se
paga!
Minha relação
com Deus é tão íntima que não precisa de imagem, eu O reconheço em suas
palavras e gestos, em seu amor; nessa relação tudo é graça, tudo é relação
afetiva, tudo é amor. Até no culto, tudo expressa a relação pai-filho;
irmão-irmão e em tudo nos unimos para louvar nosso Deus, como fez Francisco de
Assis com o Cântico das Criaturas e, mais tarde, Inácio de Loyola com a
Contemplação para Amar, conclusão de seus Exercícios Espirituais.
Pe. Cesar Augusto, SJ
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