sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Leituras do

19º Domingo do Tempo Comum
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1ª Leitura: Sb 18,6-9
Leitura do Livro da Sabedoria:
A noite da libertação fora predita a nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito, se conservassem intrépidos. Ela foi esperada por teu povo, como salvação para os justos e como perdição para os inimigos.
Com efeito, aquilo com que puniste nossos adversários serviu também para glorificar-nos, chamando-nos a ti.
Os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios secretamente e, de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. Isso, enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais.
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Salmo: 32
Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!/ Aos retos fica bem glorificá-lo./ Feliz o povo cujo Deus é o Senhor/ e a nação que escolheu por sua herança!
- Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,/ e que confiam esperando em seu amor,/ para da morte libertar as suas vidas/ e alimentá-los quando é tempo de penúria.
- No Senhor nós esperamos confiantes,/ porque ele é nosso auxílio e proteção!/ Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,/ da mesma forma que em vós nós esperamos!
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2ª Leitura: Hb 11, -2.8-12
Leitura da Carta aos Hebreus:
Irmãos: A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem. Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho. Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia.
Foi pela fé que ele residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas com Isaac e Jacó, os coerdeiros da mesma promessa. Pois esperava a cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor. Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa. É por isso também que de um só homem, já marcado pela morte, nasceu a multidão “comparável às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”.
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Evangelho: Lc 12,32-48
Leitura do Evangelho de São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino. Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. Porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater.
Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!
Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também, ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”.
Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?”
E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”
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Reflexão
Vigilância
A Palavra de Deus que a liturgia do 19º. Domingo do Tempo Comum nos propõe e convida-nos à vigilância: o verdadeiro discípulo não vive de braços cruzados, numa existência de comodismo e resignação, mas está sempre atento e disponível para acolher o Senhor, para escutar os seus apelos e para construir o “Reino”.
As leituras de hoje nos chamam a atenção para sermos desprendidos dos bens materiais (Cf. Lc 12,33), para procurarmos viver confiantes em Deus segundo o testemunho de fé de Abraão e Sara (Cf. Hb 11,8-18) e, conscientes da brevidade de nossa vida terrena (Cf. Sb 18,6), estamos vigilantes (Cf. Lc 12,35) sabendo que a qualquer momento podemos deixar este mundo(Cf. Lc 12,40). Diante dessas realidades de nossa vida resta-nos levar mais a sério nosso compromisso com Deus. A insistência no tema do desprendimento e da vigilância é porque nem sempre nos lembramos de que nossa vida neste mundo é passageira e que dos bens materiais nada levamos. Tudo passa. Só Cristo permanece. O mais importante é termos consciência de que somos de origem divina, pois trazemos em nós a semelhança com Deus, que é eterno. Apesar Dessa verdade, nossa tendência é procurar realização e plenitude nas coisas passageiras, bens ilusórios, que aparentemente nos realizam, mas que no fundo não preenchem nossa sede do eterno. As coisas nos são necessárias para vivermos, mas não são a fonte da vida nem nelas está o segredo para sermos pessoas verdadeiramente felizes. Os bens materiais nos trazem momentos felizes e de realização, mas não nos trazem a alegria e a felicidade permanente e eterna. Uma pessoa pode ter tudo e se sentir frustada, sentir um vazio existencial e não saber a razão de tal sentimento. É o vazio que deve ser preenchido pela presença de Deus, nada de material preenche o lugar de Deus no coração do homem e da mulher. Não é o que temos que nos faz verdadeiramente felizes, mas o que somos; por isso, não podemos nos esquecer de que só seremos realizados, se desenvolvermos integralmente o nosso ser: material, humano e espiritual.
Dom Eurico dos Santos Veloso
A primeira leitura (Cf. Sb 18,6-9) apresenta-nos as palavras de um “sábio” anônimo, para quem só a atenção aos valores de Deus gera vida e felicidade. A comunidade israelita – confrontada com um mundo pagão e imoral, que questiona os valores sobre os quais se constrói a comunidade do Povo de Deus – deve, portanto, ser uma comunidade “vigilante”, que consegue discernir entre os valores efêmeros e os valores duradouros.
A segunda leitura (Cf. Hb 11,1-2.8-19) apresenta Abraão e Sara, modelos de fé para os batizados de todas as épocas. Atentos aos apelos de Deus, empenhados em responder aos seus desafios, conseguiram descobrir os bens futuros nas limitações e na caducidade da vida presente. É essa atitude que o autor da Carta aos Hebreus recomenda aos crentes, em geral.
O Evangelho (Cf. Lc 12,32-48) apresenta uma catequese sobre a vigilância. Propõe aos discípulos de todas as épocas uma atitude de espera serena e atenta do Senhor, que vem ao nosso encontro para nos libertar e para nos inserir numa dinâmica de comunhão com Deus. O verdadeiro discípulo é aquele que está sempre preparado para acolher os dons de Deus, para responder aos seus apelos e para se empenhar na construção do “Reino”.
Seria muito triste eu não zelar, não administrar bem o que o Senhor me confiou, os talentos: a quem muito foi dado, muito será colhido, a quem muito foi confiado, dele muito será exigido. É verdade! É desafiador! É exigente! É urgente! Deus me confiou muitas coisas, Deus me deu muitos dons, Deus me confiou uma obra, Deus me confiou muito. Então, eu tenho que ser fiel àquilo que Deus me confiou, eu tenho que administrar bem aquilo que Deus me confiou, mesmo sabendo de minhas fraquezas e pecados, Deus me confiou.
Neste domingo em que rezamos pelos nossos pais vivos, dando-lhes a ele nosso respeito e a nossa devoção, pedindo a sua bênção. E, também, rezando pelos nossos pais que estão na comunhão dos santos. Deus te confiou uma família, Deus te confiou um trabalho, Deus te confiou tantas coisas. Deus te confiou uma comunidade, Deus te confiou filhos, Deus te confiou pais, Deus te confiou o que está à tua volta para que você cuidasse com toda fidelidade e pudesse estar vigilante: hoje o Senhor vai vir! Os primeiros cristãos viviam sempre na iminência da segunda vinda de Cristo. Assim como eles, também nós estejamos vigilantes porque Jesus vai voltar. Ele pode voltar hoje pela manhã, pela tarde, ou durante a noite. Vivamos então, meu amigo e minha amiga, preparados, para que o Senhor possa assim nos encontrar.
Ao rezar por nossos pais recitemos: Pai, leva-me a tomar consciência de que muito será exigido de mim, pois muito me foi dado. Que minha vida seja compatível com minha condição de discípulo do teu Reino.
Nesse domingo iremos celebrar, no Brasil, o dia dos pais. Que nossos pais possam educar seus filhos na fé e transmitam a fé para as suas famílias e em seus trabalhos. Nosso abraço e a bênção de Deus para todos os pais. Que Deus nos conceda a graça de uma fé inquebrantável, de desprendimento e de equilíbrio.
                          Dom Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora - MG
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