domingo, 15 de julho de 2018

Reflexão para seu domingo:

Sacudir a poeira
O Papa Francisco fala que devemos ser Igreja “em saída”, ou seja, precisamos superar a tentação de nos fecharmos para dentro de nós mesmos, superando o intimismo ou a fé inerte e partindo para evangelizar.
Jesus escolheu os apóstolos, enviou-os para ensinar a todos, de todos os lugares, com o poder de fazer as pessoas superar seus males físicos, psíquicos e espirituais. Mas Ele sabia que nem todos aceitariam sua pregação e mudança de vida. Por isso, Ele afirmou que deveriam ir a outros que os aceitassem. Na saída deveriam até sacudir a poeira dos pés, indicando a reprovação aos oponentes (Cf. Marcos 6,7-14).
Dom José Alberto
O Papa Francisco fala que devemos ser Igreja “em saída”, ou seja, precisamos superar a tentação de nos fecharmos para dentro de nós mesmos, superando o intimismo ou a fé inerte e partindo para evangelizar. Dessa forma entramos bem dentro da perspectiva de Jesus, sendo discípulos e missionários seus. A Igreja não é finalidade por si mesma nem de si mesma.  É instrumento de salvação para indicar o caminho acertado do ser humano, para produzir vida digna para todos. O Mestre indica sua missão de ser luz para a humanidade encontrar o sentido de sua história. Desse modo, é possível consertar o que está errado e que faz o ser humano sofrer quando isso não é necessário. Tem muito sofrimento provocado pelo egoísmo, pela injustiça e falta de altruísmo ou compaixão. Como Igreja solidária seremos capazes de ajudar as pessoas a se formarem e se conscientizarem a respeito do bem realizado aos outros, com as melhores consequências também para quem o faz. Podemos implantar mais defesa do meio ambiente, superar as guerras, as discriminações, as exclusões sociais, bem como melhorar a família, a política e a cultura inclusiva, com os respeito aos mais fragilizados da sociedade.
O Concílio Vaticano II nos dá muitas indicações para sermos Igreja que sabe dialogar com a sociedade, mesmo tendo que sacudir a poeira frente a quem desrespeita a vida e a dignidade humana. Sua voz profética a leva a não se calar perante gritantes injustiças e desrespeito ao semelhante. Ela ajuda a formar as pessoas e as consciências para a construção de uma convivência cidadã e inclusiva, a partir da base da família que saiba formar os caracteres das crianças e dos jovens para a cultura da alteridade e da paz.
Conforme a narrativa bíblica, Amasias, sacerdote de Betel, advertiu o profeta Amós para ele não exercer a profecia perto da morada do rei para ele não ser perseguido. Mas o profeta não renunciou sua missão, mesmo árdua. Continuou a falar em nome de Deus para a conversão dos que não viviam corretamente (Cf. Amós 7,12ss). Se as pessoas de bem, comprometidas com o projeto do Criador, exercerem sua missão de testemunhar a verdade e defender a justiça, terão mais resultado em colaborar com a mudança da sociedade. Assim atuam em bem da implantação da vida de mais harmonia e solidariedade para todos. Não podemos nos omitir perante tantos males da sociedade, fazendo nossa fé mais dinâmica e transformadora.
Os discípulos de Jesus o obedeceram e fizeram o bem possível a todos aos quais se dirigiam, ensinando o que Ele fez e mandou dizer, bem como atuando pelo bem físico, moral e espiritual para as pessoas. Hoje, se também nos unirmos para a promoção do bem da comunidade, seremos mais capazes de atender as necessidades de todos, a partir dos mais deixados de lado no convívio social.
                                 Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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