domingo, 1 de julho de 2018

Papa no Angelus deste domingo:

Todos são admitidos no caminho do Senhor,
ninguém deve sentir-se um intruso.

"Sentir necessidade de cura e confiar n’Ele" são os únicos requisitos para ter acesso ao coração de Jesus. E as curas que realizou, indicam que todos são admitidos no caminho do Senhor, ninguém deve se sentir como um intruso, uma pessoa abusiva ou alguém que não tem direito. E a única morte que devemos temer, é a do coração endurecido e mumificado pelo mal e pelo pecado.

Cidade do VaticanoO Evangelho de Marcos 5, 21-43 inspirou a alocução do Santo Padre no Angelus deste domingo. Eis a íntegra:
“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo apresenta dois prodígios realizados por Jesus, descrevendo-os quase como uma espécie de marcha triunfal para a vida.
Primeiro, o evangelista fala de um certo Jairo, um dos líderes da sinagoga, que vem a Jesus e suplica a ele para que vá a sua casa, porque sua filha de doze anos está morrendo. Jesus aceita e vai com ele; mas, ao longo do caminho, vem a notícia de que a menina morreu. Podemos imaginar a reação daquele pai. Mas Jesus lhe diz: "Não tenha medo, apenas tenha fé!" Chegados na casa de Jairo, Jesus manda sair as pessoas que choravam, e também havia as mulheres carpideiras que gritavam forte, e entra no quarto somente com seus pais e três discípulos, e dirigindo-se à falecida diz: "Menina, eu lhe digo: levante-se!". E imediatamente a menina levantou-se, como se despertasse de um sono profundo.
Dentro da história desse milagre, Marcos insere outro: a cura de uma mulher que sofria de hemorragia e foi curada assim que tocou o manto de Jesus. Aqui toca o fato de que a fé dessa mulher atrai – e me vem o desejo de dizer “rouba” - o poder salvador divino que existe em Cristo, que, sentindo que uma força que "saiu dele", tenta entender quem tenha. E quando a mulher, com tanta vergonha, se aproxima e confessa tudo, Ele diz a ela: "Filha, a tua fé te salvou".
Trata-se de duas histórias interligadas, com um único centro: a fé, e mostram Jesus como fonte de vida, como aquele que devolve a vida àqueles que confiam nele plenamente. Os dois protagonistas, isto é, o pai da menina e a mulher doente, não são discípulos de Jesus e ainda assim ficam tocados pela sua fé. Têm fé naquele homem. A partir disso entendemos que todos são admitidos no caminho do Senhor: ninguém deve se sentir como um intruso, uma pessoa abusiva ou alguém que não tem direito. Para ter acesso ao seu coração, ao coração de Jesus, há apenas um requisito: sentir necessidade de cura e confiar n’Ele.
Eu pergunto a vocês: cada um de nós se sente necessitado de alguma cura? De qualquer coisa, de qualquer pecado, de qualquer problema? E se sente isto, tem fé em Jesus? São dois os requisitos para ser curado, para ter acesso ao seu coração: sentir-se necessitado de cura e confiar n’Ele.
Jesus descobre essas pessoas na multidão e as tira do anonimato, libertando-as do medo de viver e ousar. Ele faz isso com um olhar e com uma palavra que as coloca em caminho depois de tantos sofrimentos e humilhações. Nós também somos chamados a aprender e a imitar essas palavras que libertam e esses olhares que restituem àqueles que são privados disto, o desejo de viver.
Nesta página do Evangelho, os temas da fé e da nova vida que Jesus veio oferecer a todos se entrelaçam. Entrando na casa onde já morta a menina, Ele expulsa aqueles que se agitam e se lamentam e diz: "A criança não morreu, está apenas dormindo”. Jesus é o Senhor e, diante dele, a morte física é como um sono: não há motivo para desesperar-se. Outra é a morte da qual devemos ter medo: a do coração endurecido pelo mal! Ah, dela sim devemos ter medo! Quando nós sentimos ter o coração endurecido, o coração que se endurece e me permito a palavra: o coração mumificado. Devemos ter mede disto. Esta é a morte do coração. Mas mesmo o pecado, mesmo o coração mumificado, para Jesus nunca é a última palavra, porque Ele nos trouxe a infinita misericórdia do Pai. E mesmo que caíssemos, a sua voz suave e forte nos alcança: "Eu te digo: levanta-te!"
É belo ouvir aquela palavra de Jesus dirigida a cada um de nós: “Eu te digo: levanta-te. Vai. Levanta-te, coragem. Levanta-te”. E Jesus restitui a vida à menina e restitui a vida à mulher curada: vida e fé às duas.
Peçamos à Virgem Maria que acompanhe nosso caminho de fé e de amor concreto, especialmente para com os necessitados. E invoquemos a sua intercessão materna por nossos irmãos que sofrem no corpo e espírito”.
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