sexta-feira, 16 de junho de 2023

11º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão
_____________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

1ª Leitura: Êx 19,2-6a

Leitura do Livro do Êxodo:

Naqueles dias, os israelitas, partindo de Rafidim, chegaram ao deserto do Sinai, onde acamparam. Israel armou aí suas tendas, defronte da montanha. Moisés, então, subiu ao encontro de Deus. O Senhor chamou-o do alto da montanha, e disse: “Assim deverás falar à casa de Jacó e anunciar aos filhos de Israel: Vistes o que fiz aos egípcios, e como vos levei sobre asas de águia e vos trouxe a mim. Portanto, se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim a porção escolhida dentre todos os povos, porque minha é toda a terra. E vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa”.

............................................................................................................................................................

Responsório: Sl 99(100)
- Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.
- Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.

- Aclamai o Senhor, ó terra inteira, servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos!

- Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, Ele mesmo nos fez, e somos seus, nós somos seu povo e seu rebanho.

- Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente!

............................................................................................................................................................

2ª Leitura: Rm 5,6-11

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: Quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, no tempo marcado. Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer. Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. Muito mais agora, que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos salvos da ira por ele. Quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele pela morte do seu Filho; quanto mais agora, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida! Ainda mais: Nós nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconciliação.

............................................................................................................................................................
Evangelho: Mt 9,36-10,8

Proclamação do Evangelho de São Mateus:

Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu Irmão João; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”

............................................................................................................................................................

Reflexão do padre Johan Konings:

Os doze apóstolos e o novo povo de Deus

O evangelho narra a vocação e missão dos doze apóstolos de Jesus. O número doze tem um significado simbólico muito forte. No Antigo Testamento, Deus escolheu as doze tribos de Israel para ser seu “povo sacerdotal”, povo que devia celebrar e mostrar aos outros povos a santidade de Javé, sua Lei e seu reino (1ª leitura). Ora, o evangelho conta que Jesus encontrou a massa popular abatida e exausta. Pediu, então, operários para a “colheita messiânica”, para reconstituir, a partir dessa massa dispersa, o povo de Deus. De acordo com a estrutura do antigo povo das doze tribos, nomeia doze representantes do novo povo de Deus. Eles serão os operários da colheita. Esses doze operários, Jesus os manda anunciar o reino e curar as doenças. E, pensando no “aqui e agora”, os manda primeiro às ovelhas desgarradas de Israel. Depois de sua ressurreição, enviá-los-á a todas as nações (Mt 28,16-20).

Nosso povo também está abatido, oprimido. Observamos a decadência social, e até física, das populações da periferia e do interior, a desorientação dos jovens, a violência crescente etc. Isso não nos deve desanimar: é um desafio. A consciência comunitária e a missão evangelizadora podem transformar a situação, como acontece, por exemplo, em comunidades de base que realmente vivem o evangelho.

Pelo número dos seus “operários”, Jesus manifestou a intenção de constituir um povo novo para Deus. De imediato, mandou-os às ovelhas perdidas do povo de Israel. Jesus reconstruiu o povo com base nos símbolos de sua tradição religiosa e cultural, tomando como referência as doze tribos de Israel. Isso é uma lição para nós. Povo para Deus não se constrói destruindo sua identidade. Será que nós respeitamos, ou melhor, devolvemos à multidão popular (índios, negros … ) sua identidade? Damo-Ihes representantes conforme as feições próprias deles?

Além disso, Jesus os envia a anunciar e a curar. As curas são sinais de que no âmbito da missão de Jesus se realiza o que Deus deseja, o bem de seus filhos. Em nossa missão evangelizadora, a palavra deve ser acompanhada da prática transformadora. É preciso levar “amostras do Reino”.

Deus e Jesus quiseram a ajuda de um povo. O Reino de Deus não pode ser realizado sem o povo, ainda que fraco e até inconfiável (como revela o caso de Judas). O paternalismo pastoral (fazer para, mas não com .. .) é condenável. O povo deve participar ativamente, pelo anúncio e pela ação transformadora, da realização do Reino de Deus.

_____________________________________________________________________________________

PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

_____________________________________________________________________________________

Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:

..........................................................................................................................................................................
Reflexão/banner: franciscanos.org.br Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos Imagem: vaticannews.va

Nenhum comentário:

Postar um comentário