sexta-feira, 9 de junho de 2023

10º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão
_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

1ª Leitura: Os 6,3-6

Leitura da Profecia de Oseias:

É preciso saber segui-lo para reconhecer o Senhor. Certa como a aurora é a sua vinda, ele virá até nós como as primeiras chuvas, como as chuvas tardias que regam o solo.

Como vou tratar-te, Efraim? Como vou tratar-te, Judá? O vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz.

Eu os desbastei por meio dos profetas, arrasei-os com as palavras de minha boca, como luz, expandem-se meus juízos; quero amor, e não sacrifícios, conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.

............................................................................................................................................................

Responsório: Sl 49(50)
- A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
- A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

- Falou o Senhor Deus, chamou a terra, do sol nascente ao sol poente a convocou. “Eu não venho censurar teus sacrifícios, pois sempre estão perante mim teus holocaustos.

- Não te diria, se com fome eu estivesse, porque é meu o universo e todo ser. Porventura comerei carne de touros? Beberei, acaso, o sangue de carneiros?

- Imola a Deus um sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo. Invoca-me no dia da angústia, e então te livrarei e hás de louvar-me.”

............................................................................................................................................................

2ª Leitura: Rm 4,18-25

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: Abraão, contra toda a humana esperança, firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua posteridade.” Não fraquejou na fé, à vista de seu físico desvigorado pela idade – cerca de cem anos – ou considerando o útero de Sara já incapaz de conceber. Diante da promessa divina, não duvidou por falta de fé, mas revigorou-se na fé e deu glória a Deus, convencido de que Deus tem poder para cumprir o que prometeu. Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça.

Afirmando que a fé lhe foi creditada como justiça, a Escritura visa não só à pessoa de Abraão, mas também a nós, pois a fé será creditada também para nós que cremos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, nosso Senhor. Ele, Jesus, foi entregue por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para nossa justificação.

............................................................................................................................................................
Evangelho: Mt 9,9-13

Proclamação do Evangelho de São Mateus:

Naquele tempo: Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus.

Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.

Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”

Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício.’ De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.


............................................................................................................................................................

Reflexão do padre Johan Konings:

Jesus chama os pecadores

Há quem diga que o evangelho de hoje é autorretrato do evangelista Mateus. De fato, o trecho conta a vocação do publicano Mateus – ou Levi, como é chamado nos outros evangelhos – por Jesus, enquanto estava exercendo sua função na coletoria de taxas, espécie de posto de pedágio (terceirizado) do Império Romano na terra de Israel (Mt 9,9-13). Os cobradores eram chamados “publicanos”; eram funcionários públicos a serviço do imperialismo estrangeiro e terrivelmente desprezados pelos “bons judeus”. Jesus chama alguém dessa categoria para ser seu discípulo. Pior: vai jantar com ele e seus colegas, considerados pecadores. Os fariseus criticam-no. Jesus, então, responde com uma parábola: um médico não vem para pessoas sadias, mas para doentes. E acrescenta um argumento da Sagrada Escritura: “Misericórdia eu quero, não sacrifícios”, texto do profeta Oséias, que critica uma religiosidade externa e meramente ritual da parte de pessoas que desconhecem a misericórdia, primeira qualidade de Deus e primeira exigência nas relações entre as pessoas (1ª leitura).

Os pecadores notórios convidam Jesus à mesa; em contraposição, os considerados justos acham isso um desacato. Consideram a justiça monopólio deles. Assim fazendo, perdem a “justiça” que só o Deus da misericórdia nos pode atribuir, por pura bondade, sem que o mereçamos. A vocação dos pecadores revela a gratuidade divina de nossa salvação. Deus nos dá seu amor porque precisamos dele, não porque o merecemos. Deus não exclui ninguém, nem mesmo aquele que se apresenta diante dele com as mãos vazias, mas com verdadeira vontade de conversão no coração (é o que faltava aos fariseus).

A melhor maneira de entender a lógica de Deus é fazer como ele: superar o formalismo e dar a cada um o mesmo crédito que Jesus deu a Mateus … A comunidade eclesial deve se tornar o instrumento da “misericórdia convidativa” de Cristo. E os pecadores que aceitarem o convite devem por sua vez convidar os outros (como fez Mateus).

Portanto, não é preciso ser santo para ser chamado por Cristo. Deus nos chama para tornar-nos santos. Ninguém é justo por si mesmo. Jesus chamou os pecadores, para mostrar que todos devem converter-se para receber a misericórdia de Deus.

Com essa lição combina muito bem a 2ª leitura. Paulo explica que Abraão foi considerado justo por Deus não por causa de sua vida exemplar – teve as fraquezas humanas de todo mundo -, mas por causa de sua fé, quando Deus lhe prometeu um filho na sua velhice. Nessa confiança, ele se mostrou “amigo de Deus” (Rm 4,18-25, cf. Gn 15,5-6).

O problema hoje é que muitos vivem uma vida tão ambígua quanto a dos publicanos, mas não admitem de modo algum que precisam de conversão….

_____________________________________________________________________________________

PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

_____________________________________________________________________________________

Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:

..........................................................................................................................................................................
Reflexão/banner: franciscanos.org.br Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos Imagem: catequese-constantim.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário