domingo, 6 de outubro de 2019

O Papa abre o Sínodo:

Por e com os irmãos na Amazônia, caminhemos juntos
“Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos”, disse o Papa Francisco na missa de abertura da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, celebrada na manhã deste domingo (06/10) na Basílica de São Pedro.
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano “Reacender o dom no fogo do Espírito é o oposto de deixar as coisas correr sem se fazer nada. E ser fiéis à novidade do Espírito é uma graça que devemos pedir na oração. Ele, que faz novas todas as coisas, nos dê a sua prudência audaciosa; inspire o nosso Sínodo a renovar os caminhos para a Igreja na Amazônia, para que não se apague o fogo da missão.”
Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã deste domingo (06/10) na Basílica de São Pedro, na abertura da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, evento eclesial que se realizará no Vaticano até o dia 27 deste mês, com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
No início da celebração, a longa procissão de entrada com os 185 padres sinodais, 58 do Brasil. Na assembleia, também representantes de comunidades indígenas. A Eucaristia foi concelebrada com os treze novos cardeais, criados no Consistório presidido pelo Santo Padre no sábado à tarde.
Fazer Sínodo, caminhar juntos
Dirigindo-se aos padres sinodais, bispos provenientes não só da região Pan-Amazônica, mas também de outras regiões, Francisco, referindo-se à segunda carta de São Paulo a Timóteo proposta nesta liturgia do XXVII Domingo do Tempo Comum, ressaltou que o apóstolo Paulo, o maior missionário da história da Igreja, ajuda-nos a ‘fazer Sínodo’, a ‘caminhar juntos’; e que “parece dirigido a nós, Pastores ao serviço do povo de Deus, aquilo que escreve a Timóteo”, observou.
Procissão de entrada
Recebemos um dom, para sermos dom, disse o Pontífice, acrescentando:
“Um dom não se compra, não se troca nem se vende: recebe-se e dá-se de prenda. Se nos apropriarmos dele, se nos colocarmos a nós no centro e não deixarmos no centro o dom, passamos de Pastores a funcionários: fazemos do dom uma função, e desaparece a gratuidade; assim acabamos por nos servir a nós mesmos, servindo-nos da Igreja.”
A nossa vida, dom recebido, é para servir, continuou. “Colocamos toda a nossa alegria em servir, porque fomos servidos por Deus: fez-Se nosso servo. Queridos irmãos, sintamo-nos chamados aqui para servir, colocando no centro o dom de Deus”, exortou Francisco.
Dom que recebemos é amor ardente a Deus e aos irmãos
Para sermos fiéis a este chamado, à nossa missão, enfatizou, “São Paulo lembra-nos que o dom deve ser reaceso. O verbo usado é fascinante: reacender é, literalmente, ‘dar vida a uma fogueira’”, explicou o Papa. “O dom que recebemos é um fogo, é amor ardente a Deus e aos irmãos. O fogo não se alimenta sozinho; morre se não for mantido vivo, apaga-se se a cinza o cobrir.”
Passar da pastoral de manutenção a uma pastoral missionária
Francisco em oração
Em seguida, o Pontífice fez uma premente exortação aos Pastores a serviço do povo de Deus:
“A Igreja não pode de modo algum limitar-se a uma pastoral de “manutenção” para aqueles que já conhecem o Evangelho de Cristo. O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial. Jesus veio trazer à terra, não a brisa da tarde, mas o fogo. O fogo que reacende o dom é o Espírito Santo, doador dos dons.”
Deus nos preserve da ganância de novos colonialismos
O fogo de Deus, como no episódio da sarça ardente, arde mas não consome). É fogo de amor que ilumina, aquece e dá vida; não fogo que alastra e devora. “Quando sem amor nem respeito se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo. Contudo quantas vezes o dom de Deus foi, não oferecido, mas imposto! Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos.”
Papa, cardeais e bispos em oração
“O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros.”
Francisco exortou a reacender o dom; receber a prudência audaciosa do Espírito, fiéis à sua novidade, acrescentando que o anúncio do Evangelho é o critério primeiro para a vida da Igreja.
Irmãos amazônicos aguardam consolação do Evangelho
Convidando a olhar juntos para Jesus Crucificado, para o seu coração aberto por nós, o Santo Padre concluiu com mais uma exortação: “Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos”.
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Assista:
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No Angelus,
o Papa pede que o Sínodo seja acompanhado com orações
"Peço a vocês que acompanhem com a oração este importante evento eclesial, a fim de que seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito Santo, que sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho", disse o Papa Francisco na oração mariana do Angelus rezada com os fiéis peregrinos reunidos na Praça São Pedro neste XXVII Domingo do Tempo Comum.
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano - No Angelus, ao meio-dia deste domingo (06/10), o Papa Francisco convidou os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro para a oração mariana – bem como todos nós – a acompanhar com as orações a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, aberta pouco antes na missa celebrada na Basílica de São Pedro.
 “Durante três semanas os Padres sinodais, reunidos em torno do Sucessor de Pedro, refletirão sobre a missão da Igreja na Amazônia, sobre a evangelização e sobre a promoção de uma ecologia integral. Peço a vocês que acompanhem com a oração este importante evento eclesial, a fim de que seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito Santo, que sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho.”
Na alocução que precedeu a oração mariana, Francisco ateve-se ao Evangelho deste XXVII Domingo do Tempo Comum (Lc 17,5-10), cuja página evangélica apresenta o tema da fé: “Aumentai a nossa fé!” “Uma bonita oração que devemos fazer muito durante o dia. Senhor, aumentai a minha fé!” – disse o Santo Padre.
Fé que não é soberba e segura de si
Jesus responde a esse pedido dos apóstolos com as seguintes palavras: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘arranca-te e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.
“A fé comparável a um grão de mostarda é uma fé que não é soberba e segura de si, não finge ser um grande crente e muitas vezes acaba fazendo bobagem, não!”, observou o Pontífice. “É uma fé que na sua humildade sente uma grande necessidade de Deus e na sua pequenez se abandona a Ele com plena confiança.
“É a fé que nos dá a capacidade de olhar com esperança as vicissitudes alternas da vida, que nos ajuda a aceitar também as derrotas, os sofrimentos, conscientes de que o mal jamais terá a última palavra.”
A medida da fé: o serviço
Como podemos entender se temos realmente fé, ou seja, se a nossa fé, mesmo minúscula é genuína, pura, sincera? – perguntou o Papa acrescentando:
“Jesus nos explica indicando qual é a medida da fé: o serviço. E o faz com uma parábola que no primeiro impacto resulta de certo modo desconcertante, porque apresenta a figura de um proprietário prepotente e indiferente. Mas propriamente esse modo de fazer do proprietário ressalta aquilo que é o verdadeiro centro da parábola, ou seja,  a atitude de disponibilidade do servo. Jesus quer dizer que assim é o homem de fé diante de Deus: coloca-se completamente à sua vontade, sem cálculos ou pretensões.”
Servos inúteis, humildade que faz muito bem à Igreja
Francisco destacou o que Jesus ensina nesta passagem evangélica: “Somos servos inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer”.
“Servos inúteis, isto é, sem pretensões de ser agradecidos, sem reivindicações.”
“’Somos servos inúteis’ é uma expressão de humildade, disponibilidade que faz muito bem à Igreja e evoca a atitude justa para trabalhar nela: o serviço humilde, do qual Jesus deu exemplo, lavando os pés dos discípulos.”
Que a Virgem Maria, mulher de fé, nos ajude a seguir neste caminho, disse por fim o Papa Francisco, voltando seu olhar para a Virgem Mãe, na vigília da festa de Nossa Senhora do Rosário.
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Assista:
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                                                                                                               Fonte: vaticannews.va

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