sexta-feira, 19 de julho de 2019

Leituras do

16º Domingo do Tempo Comum
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1ª Leitura: Gn 18,1-10
Livro do Gênesis:
Naqueles dias, o Senhor apareceu a Abraão junto ao carvalho de Mambré, quando ele estava sentado à entrada da sua tenda, no maior calor do dia. Levantando os olhos, Abraão viu três homens de pé, perto dele. Assim que os viu, correu ao seu encontro e prostrou-se por terra. E disse: “Meu Senhor, se ganhei tua amizade, peço-te que não prossigas viagem, sem parar junto a mim, teu servo. Mandarei trazer um pouco de água para vos lavar os pés, e descansareis debaixo da árvore. Farei servir um pouco de pão para refazerdes vossas forças, antes de continuar a viagem. Pois foi para isso mesmo que vos aproximastes do vosso servo”.
Eles responderam: “Faze como disseste”.
Abraão entrou logo na tenda, onde estava Sara, e lhe disse: “Toma depressa três medidas da mais fina farinha, amassa alguns pães e assa-os”.
Depois, Abraão correu até o rebanho, pegou um bezerro dos mais tenros e melhores, e deu-o a um criado, para que o preparasse sem demora.
A seguir, foi buscar coalhada, leite e o bezerro assado, e pôs tudo diante deles. Abraão, porém, permaneceu de pé, junto deles, debaixo da árvore, enquanto comiam. E eles lhe perguntaram: “Onde está Sara, tua mulher?” “Está na tenda”, respondeu ele.
E um deles disse: “Voltarei, sem falta, no ano que vem, por este tempo, e Sara, tua mulher, já terá um filho”.
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Salmo: 14
Senhor, quem morará em vossa casa?
Senhor, quem morará em vossa casa?
- É aquele que caminha sem pecado/ e pratica a justiça fielmente;/ que pensa a verdade no seu íntimo/ e não solta em calúnias sua língua.
- Que em nada prejudica o seu irmão,/ nem cobre de insultos seu vizinho;/ que não dá valor algum ao homem ímpio,/ mas honra os que respeitam o Senhor.
- Não empresta o seu dinheiro com usura,/ nem se deixa subornar contra o inocente./ Jamais vacilará quem vive assim!
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2ª Leitura: Cl 1,24-28
Carta de São Paulo aos Colossenses:
Irmãos: Alegro-me de tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo, em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja.
A ela eu sirvo, exercendo o cargo que Deus me confiou de vos transmitir a palavra de Deus em sua plenitude: o mistério escondido por séculos e gerações, mas agora revelado aos seus santos.
A estes Deus quis manifestar como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo em vós, a esperança da glória.
Nós o anunciamos, admoestando a todos e ensinando a todos, com toda sabedoria, para a todos tornar perfeitos em sua união com Cristo.
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Evangelho: Lc 10,38-42
Evangelho de São Lucas
Naquele tempo, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra.
Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!”
O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
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Reflexão
Hospitalidade e acolhimento
Para Paulo, o que é necessário é “acolher Cristo” e construir toda a vida à volta dos seus valores.
As leituras deste domingo convidam-nos a refletir o tema da hospitalidade e do acolhimento. Para mim, no exercício do meu ministério presbiteral e episcopal, sempre pautei a minha ação pastoral pela hospitalidade e pelo acolhimento de todas as pessoas que batiam em minha porta, particularmente, dos mais pobres e humildes. Acolher o outro e dar-lhe a atenção necessária é da essência do Evangelho. Sugerem, sobretudo, que a existência cristã é o acolhimento de Deus e das suas propostas; e que a ação (ainda que em favor dos irmãos) tem de partir de um verdadeiro encontro com Jesus e da escuta da Palavra de Jesus. É isso que permite encontrar o sentido da nossa ação e da nossa missão.
A primeira leitura (Cf. Gn 18,1-10a) propõe-nos a figura patriarcal de Abraão. Nessa figura apresenta-se o modelo do homem que está atento a quem passa, que partilha tudo o que tem com o irmão que se atravessa no seu caminho e que encontra no hóspede que entra na sua tenda a figura do próprio Deus. Sugere-se, em consequência, que Deus não pode deixar de recompensar quem assim procede.
Jesus, Maria e Marta
No Evangelho (Cf. Lc 10,38-42), apresenta-se um outro quadro de hospitalidade e de acolhimento de Deus. Mas sugere-se que, para o cristão, acolher Deus na sua casa não é tanto embarcar num ativismo desenfreado, mas sentar-se aos pés de Jesus, escutar as propostas que, n'Ele, o Pai nos faz e acolher a sua Palavra. “Marta, Marta...uma só coisas é necessária” (Cf. Lc 10, 41-42). Vivemos num mundo globalizado, onde o número de coisas – necessárias e desnecessárias – é imenso. Mas as leituras de hoje insistem que “quer comamos, quer bebamos, quer façamos qualquer outra coisa” (Cf. 1Cor 10,31), devemos colocar Jesus no centro. Deus se manifesta no hóspede, no irmão e na irmã. O próximo que aparece em minha vida sem avisar – um pobre que bate à nossa porta em dificuldades, um patrão exigente – muitas vezes tem uma lição a nos ensinar – a de que devemos estar sempre prontos a dar-lhes o único necessário, que é aquele amor oblativo, que se entrega sem esperar nada em troca. Foi dando-se assim que sara veio a conceber(Cf. Gn 18,10), que Maria concebeu Jesus e que nós podemos vir a ter nossas vidas transformadas também.
A segunda leitura (Cf. Cl 1,24-28) apresenta-nos a figura de um apóstolo (Paulo), para quem Cristo, as suas palavras e as suas propostas são a referência fundamental, o universo à volta do qual se constrói toda a vida. Para Paulo, o que é necessário é “acolher Cristo” e construir toda a vida à volta dos seus valores. É isso que é preponderante na experiência cristã.
                             Dom Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora - MG
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                  Reflexão: cnbbleste2.org.br   Banner: cnbb.org.br    Ilustrações: franciscanos.org.br 

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