terça-feira, 28 de junho de 2016

Papa Francisco nesta terça-feira:

Sofrimento humano deve unir os cristãos

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta terça-feira (28/06), no Vaticano, uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, que veio a Roma para participar da festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, em 29 de junho, padroeiros da cidade.
Papa Francisco pede a bênção ao Patriarca Bartolomeu em Istambul (2014)
Trata-se de uma cortesia entre o Patriarcado e a Santa Sé que se repete todos os anos por ocasião dos santos padroeiros. A Santa Sé envia uma representação à sede do Patriarcado Ecumênico, em Istambul, para a festa de Santo André, em 30 de novembro.
Em seu discurso, o Santo Padre destacou que a festa deste ano será marcada pela misericórdia, no âmbito do Jubileu que a Igreja está vivendo. Os Santos Pedro e Paulo fizeram ambos a experiência primeiro do pecado, depois da potência da misericórdia divina. O primeiro renegando seu Mestre, e o segundo perseguindo a Igreja.
Renovar
“Celebrando a festa dos Apóstolos, renovamos a memória daquela experiência de perdão e de graça que une todos os fiéis em Cristo”, disse o Papa. Não obstante as diferenças entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla no que diz respeito à liturgia, às disciplinas eclesiásticas e ao modo de formular a verdade revelada, na base das duas Igrejas está a mesma experiência do amor infinito de Deus pela nossa pequenez e fragilidade.
“Reconhecer que a experiência da misericórdia de Deus é o vínculo que nos une, implica que devemos fazer com que a misericórdia se torne sempre mais o critério das nossas relações recíprocas”, afirmou Francisco, pedindo que sentimentos como rivalidade, desconfiança e rancor sejam superados. “A própria misericórdia nos liberta do peso de um passado marcado por conflitos e nos permite de nos abrir ao futuro rumo ao qual o Espírito Santo nos guia”, acrescentou.
Diálogo
Como passos positivos, o Pontífice citou o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa e, de modo especial, a visita realizada em abril passado à ilha grega de Lesbos, na companhia do Patriarca Bartolomeu e do Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Ieronymo II.
“Olhar o desespero no rosto de homens, mulheres e crianças que não sabem seu destino, ouvir impotentes o relato de suas desventuras e nos deter em oração às margens daquele mar que devorou a vida de tantos seres humanos inocentes foi uma experiência muito comovente, que confirmou o quanto ainda há por fazer para garantir dignidade e justiça a tantos irmãos e irmãs”, disse o Papa Francisco.
Para ele, católicos e ortodoxos estão sempre mais se conscientizando da responsabilidade comum diante de quem se encontra na necessidade. “Assumir juntos esta responsabilidade é um dever que toca a credibilidade própria do nosso ser cristão. Por isso, encorajo toda forma de colaboração entre católicos e ortodoxos em atividades concretas a serviço da humanidade sofredora.”
O Pontífice citou ainda a recente realização em Creta, na Grécia, do Concílio Pan-ortodoxo, fazendo votos de que deste evento possam germinar frutos abundantes para o bem da Igreja. E concluiu seu discurso garantindo seu respeito e amor fraterno pelo Patriarcado Ecumênico e pedindo orações por si e por seu ministério. (bf)
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Bartolomeu I:
Diálogo na caridade
leva ao recíproco enriquecimento espiritual

O compromisso ecumênico na defesa das minorias perseguidas e a importância dos princípios cristãos diante da crise dos migrantes e refugiados. Estas foram as duas passagens-chave da carta enviada ao Papa pelo Patriarca Ortodoxo Ecumênico, Bartolomeu I. A missiva foi entregue ao Pontífice na manhã desta terça-feira, durante a audiência concedida à delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.
Francisco e o Patriarca Bartolomeu I
“As nossas Igrejas escutam o grito das vítimas de violência e fanatismo, discriminações e perseguições, injustiças sociais, pobreza e fome”, escreve Bartolomeu na carta ao Papa, recordando “com profunda gratidão” o encontro realizado em Lesbos, em 16 de abril passado. Um encontro – sublinha o Patriarca – que teve o objetivo de oferecer “apoio aos migrantes e refugiados, dando a eles coragem e esperanças”, mas também defender  “a necessidade de garantir uma solução pacífica diante da maior crise humanitária desde os tempos da II Guerra Mundial, cujas vítimas contam também populações cristãs”.
Civilização europeia não pode ser compreendida sem raízes cristãs
Em particular, Bartolomeu lança um olhar para a Europa: “A atual crise dos migrantes e dos refugiados – afirma – demonstrou a necessidade, para as nações europeias, de enfrentar o problema com base nos princípios cristãos de fraternidade e justiça social”. Neste sentido, o chamado para reconhecer  que “a civilização europeia não pode ser entendida sem fazer referência às suas raízes cristãs”, porque “o seu futuro não pode ser uma sociedade inteiramente secularizada ou sujeita exclusivamente à economia ou ao fundamentalismo”. De fato – explica Bartolomeu –“a cultura da solidariedade alimentada pela cristandade não se preserva por meio do progresso da internet e da globalização”.
Caminho ecumênico, diálogo de verdade na caridade
Em seguida, o Patriarca invoca o empenho ecumênico para o bem da humanidade, para sua liberdade, em contraste contra o mal social e no esforço de fazer prevalecer a justiça e a paz. Um compromisso comum que constitui “um bom testemunho para a Igreja de Cristo – escreve Bartolomeu – fortalecendo as recíprocas responsabilidades espirituais diante dos desafios contemporâneos”.
Quanto ao caminho rumo à unidade de ortodoxos e católicos, o Patriarca afirma que o diálogo na caridade “confirma os comuns modelos cristãos” e leva “ao conhecimento teológico, à experiência ecumênica e ao recíproco enriquecimento espiritual”.
Conversão ecológica para salvaguardar a criação
Outro ponto central da mensagem é a salvaguarda da criação, tema muito caro também ao Patriarca Ecumênico, cujo compromisso também é recordado pelo Papa Francisco na “Encíclica Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum”. Bartolomeu sublinha “as causas espirituais e morais da crise ecológica atual” e alerta para a necessidade de “uma mudança radical de atitudes” para encontrar uma solução.
Oração pelo êxito do Sínodo Pan-Ortodoxo
Olhando, então, ao Concílio Pan-ortodoxo recém concluído em Creta, Bartolomeu pediu ao Papa para rezar por "um resultado frutuoso de tal encontro", o primeiro depois de mais de um mil de anos. Finalmente, o Patriarca reza a Deus para que fortaleça o Papa "para o bem da Igreja e a unidade dos cristãos, em benefício da humanidade tão conturbada". (JE/IP)
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Francisco:
Bento XVI continua servindo a Igreja com vigor e sabedoria

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco conduziu nesta terça-feira (28/06), na Sala Clementina do Vaticano, a celebração solene de comemoração dos 65 anos de Ordenação sacerdotal do Papa emérito Bento XVI. 
“Hoje, festejamos a história de um chamado iniciado há 65 anos com a sua Ordenação sacerdotal ocorrida na Catedral de Frisinga em 29 de junho de 1951”, disse Francisco a Bento XVI. 
Abraços de irmãos
“Em uma das mais belas páginas que o senhor dedica ao sacerdócio, sublinha como, na hora do chamado definitivo de Simão, Jesus, olhando para ele, no fundo pergunta-lhe somente uma coisa: ‘Me amas?’. Como é bonito e verdadeiro isto! Porque é aqui, o senhor nos diz, é neste "me amas" que o Senhor funda o apascentar, porque somente se existe amor pelo Senhor Ele pode apascentar por meio de nós”, frisou ainda o Pontífice. 
“É esta a nota que domina uma vida inteira dedicada ao serviço sacerdotal e à teologia que o senhor não por acaso definiu como a ‘busca do amado’; é isto que o senhor sempre testemunhou e testemunha ainda hoje: que a coisa decisiva nos nossos dias - de sol ou de chuva - a única com a qual vem também todo o resto, é que o Senhor esteja realmente presente, que o desejemos, que interiormente sejamos próximos a ele, que o amemos, que realmente acreditemos profundamente nele e acreditando o amemos verdadeiramente. É este amar que realmente nos preenche o coração, este acreditar é aquilo que nos faz caminhar seguros e tranquilos sobre as águas, mesmo em meio à tempestade, precisamente como acontece a Pedro; este amar e este acreditar é o que nos permite de olhar ao futuro não com medo ou nostalgia, mas com alegria, também nos anos já avançados de nossa vida.”
Testemunho
“E assim, precisamente vivendo e testemunhando hoje em modo tão intenso e luminoso esta única coisa realmente decisiva - tendo o olhar e o coração voltado a Deus - o senhor, Santidade, continua servindo a Igreja, não deixa de contribuir realmente com o vigor e a sabedoria para o crescimento dela”, disse Francisco que acrescentou: 
“E o faz daquele pequeno Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano, que se revela desta forma ser bem outra coisa do que um daqueles cantinhos esquecidos nos quais a cultura do descarte de hoje tende a relegar as pessoas quando, com a idade, as suas forças começam a faltar. É bem ao contrário; e isto permite que o diga com força o seu Sucessor que escolheu chamar-se Francisco!".
"Porque o caminho espiritual de São Francisco iniciou em São Damião, mas o verdadeiro lugar amado, o coração pulsante da ordem, lá onde o fundou e onde no final rendeu sua vida a Deus foi a Porciúncula, a 'pequena porção', o cantinho junto à Mãe da Igreja; junto a Maria que, pela sua fé tão firme e pelo seu viver tão inteiramente do amor e no amor com o Senhor, todas as gerações chamarão bem-aventurada. Assim, a Providência quis que o senhor, caro irmão, chegasse a um lugar por assim dizer propriamente 'franciscano' do qual emana uma tranquilidade, uma paz, uma força, uma confiança, uma maturidade, uma fé, uma dedicação e uma fidelidade que me fazem tão bem e dão força para mim e para toda a Igreja".
Palavras de Bento XVI
E o Papa Francisco concluiu: “Que o senhor, Santidade, possa continuar sentido a mão do Deus misericordioso que o sustenta, que possa experimentar e nos testemunhar o amor de Deus; que, com Pedro e Paulo, possa continuar exultando de alegria enquanto caminha rumo à meta da fé.” 
A seguir, o Papa emérito Bento XVI, em um breve discurso improvisado de agradecimento, recordou que sua vida sacerdotal foi marcada desde o início pela palavra grega "Eucharistomen" e suas tantas dimensões.
“Ao final, queremos nos incluir neste obrigado do Senhor e, assim, receber realmente a novidade da vida e ajudar a transubstanciação do mundo, que seja um mundo não de morte, mas de vida – um mundo no qual o amor venceu a morte.” (JE/MJ/RB)
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O agradecimento de Bento XVI

Os 65 anos de ordenação sacerdotal do Joseph Ratzinger foram celebradas esta terça-feira na Sala Clementina, no Vaticano, na presença do Papa Francisco e do próprio Papa emérito, além de numerosos Cardeais e a delegação do Patriarcado Ecumênico em visita ao Vaticano por ocasião da Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
Bento XVI foi saudado pelo Papa Francisco, pelo Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé Cardeal Gerhard Müller  e pelo Decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Angelo Sodano. O último a se pronunciar foi o próprio Papa emérito, que usou estas palavras:
Bento XVI agradece ao Papa Francisco
“Santo Padre, queridos irmãos,
65 anos atrás, um irmão ordenado comigo me convenceu de escrever no santinho da primeira missa somente, exceto o nome e as datas, uma palavra, em grego: "Eucharistomen", convencido que com esta palavra, nas suas múltiplas dimensões, já está dito tudo o que pode se pode dizer neste momento. "Eucharistomen" diz um agradecimento humano, obrigado a todos. Obrigado especialmente ao senhor, Santo Padre! A sua bondade, desde o primeiro momento da eleição, em cada momento da minha vida aqui, me toca, me leva, realmente, interiormente. Mais do que nos Jardins do Vaticano, com a sua beleza, a Sua bondade é o lugar onde eu moro: Sinto-me protegido. Obrigado também pela palavra de agradecimento, por tudo. E esperamos que o senhor possa seguir em frente com todos nós neste caminho da Divina Misericórdia, mostrando o caminho de Jesus, para Jesus, para Deus.
Graças também ao senhor, [Cardeal Sodano], por suas palavras que realmente me tocaram o coração: Cor ad cor loquitur. O senhor fez presente quer a hora da minha ordenação sacerdotal, quer  também a minha visita em 2006 em Frisinga, onde eu revivi tudo isso. Eu só posso dizer que assim, com estas palavras, o senhor interpretou a essência da minha visão do sacerdócio, do meu agir. Lhe sou grato pelo laço de amizade que até agora continua por um longo tempo, de telhado a telhado [refere-se a suas casas que estão próximas]:  é quase presente e palpável.
Obrigado, Cardeal Müller, pelo o seu trabalho que faz para a apresentação dos meus textos sobre o sacerdócio, nos quais procuro também ajudar os confrades a entrarem sempre de novo no mistério em que o Senhor se dá em nossas mãos.
"Eucharistomen": naquele momento o amigo Berger queria mencionar não somente à dimensão da gratidão humana, mas naturalmente à palavra mais profunda que se esconde, que aparece na Liturgia, nas Escrituras, nas palavras gratias agens benedixit Fregit deditque. "Eucharistomen" lembra-nos da realidade de ação de graças, àquela nova dimensão que Cristo deu. Ele transformou em gratidão e assim em bênção, a cruz, o sofrimento, todo o mal no mundo. E então basicamente ele transubstanciou a vida e do mundo e deu-nos e nos dá a cada dia o pão da verdadeira vida, que supera o mundo graças à força do Seu amor.
No final, queremos inserir-nos neste "obrigado" do Senhor, e assim receber realmente a novidade de vida e ajudar para a transubstanciação do mundo: é um mundo não de morte, mas de vida; um mundo em que o amor venceu a morte.
Obrigado a todos vocês. Que o Senhor abençoe a todos nós.
Obrigado, Santo Padre”
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Quatro arcebispos brasileiros receberão pálio nesta quarta-feira
Por ocasião da Festa dos Santos padroeiros Pedro e Paulo nesta quarta-feira, 29 de junho, o Papa Francisco preside à Santa Missa na Basílica Vaticana com a entrega do pálio aos novos Arcebispos metropolitanos.
Este ano, 25 Arcebispos estão contemplados, entre eles quatro brasileiros: Dom Roque Paloschi, de Porto Velho (Rondônia), Dom Zanoni Demettino Castro, de Feira de Santana (Bahia), Dom Rodolfo Luís Weber, de Passo Fundo (Rio Grande do Sul), Dom Darci José Nicioli, C.SS.R. de Diamantina (Minas Gerais).
Os outros 21 Arcebispos são oriundos de França, Equador, Estados Unidos, Antilhas, Itália, Espanha, Bélgica, Turquia, Cuba, México, Polônia, Ilhas Salomão, Mianmar e Benin.
Rádio Vaticano
A Rádio Vaticano transmite esta cerimônia ao vivo, com comentários em português, a partir das 9h25 hora local, 4h25 no horário de Brasília. Depois da celebração, o Papa rezará com os fiéis na Praça a oração mariana do Angelus, sempre com transmissão da Rádio Vaticano.
Mudança
O Papa Francisco instituiu uma mudança na imposição do pálio aos novos Arcebispos. Com uma carta datada de 12 de janeiro de 2015, o Mestre das Celebrações Pontifícias, Mons. Guido Marini, informou que a faixa de lã branca será somente entregue e não colocada pelo Santo Padre. A imposição do pálio será realizada nas respectivas arquidioceses pelo Núncio Apostólico no país.
“O significado desta alteração é colocar em maior evidência a relação dos bispos metropolitanos com a sua Igreja local e, assim, dar também a possibilidade a mais fiéis de estarem presentes neste rito tão significativo para eles, e também particularmente aos bispos das dioceses sufragâneas que, deste modo, poderão participar do momento da imposição. Neste sentido, mantém-se todo o significado da celebração de 29 de junho, que sublinha a relação de comunhão e também de comunhão hierárquica entre o Santo Padre e os novos arcebispos; ao mesmo tempo, a isto se acrescenta – com um gesto significativo – esta ligação com a Igreja local”, explicou Mons. Marini à Rádio Vaticano.
O pálio
O pálio é elaborado com lã branca, com cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas. Possui seis cruzes bordadas em lã preta. É confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma, utilizando a lã de dois cordeiros que são oferecidos ao Papa no dia 21 de janeiro de cada ano na Solenidade de Santa Inês.
O uso do pálio, que nos primeiros séculos do Cristianismo era exclusivo dos Papas, passou a ser usado pelos Metropolitanos a partir do século VI, tradição que perdura até aos nossos dias. O pálio é símbolo do serviço e da promoção da comunhão na própria Província Eclesiástica e na sua comunhão com a Sé Apostólica. (BF)
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