sexta-feira, 22 de maio de 2020

Domingo da Ascensão do Senhor Jesus

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: At 1,1-11
Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos:
No meu primeiro livro, ó Teófilo, já tratei de tudo o que Jesus fez e ensinou, desde o começo, até ao dia em que foi levado para o céu, depois de ter dado instruções pelo Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido. Foi a eles que Jesus se mostrou vivo, depois da sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias apareceu-lhes falando do Reino de Deus.
Durante uma refeição, deu-lhes esta ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual vós me ouvistes falar: ‘João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias’”. Então os que estavam reunidos perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?”
Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade. Mas recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra”.
Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”.
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Salmo: 46
- Por entre aclamações Deus se elevou,/ o Senhor subiu ao toque da trombeta.
- Por entre aclamações Deus se elevou,/ o Senhor subiu ao toque da trombeta.
- Povos todos do universo, batei palmas,/ gritai a Deus aclamações de alegria!/ Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo,/ o soberano que domina toda a terra.
- Por entre aclamações Deus se elevou,/ o Senhor subiu ao toque da trombeta./ Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa,/ salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!
- Porque Deus é o grande Rei de toda a terra,/ ao som da harpa acompanhai os seus louvores!/ Deus reina sobre todas as nações,/ está sentado no seu trono glorioso.
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2ª Leitura: Ef 1,17-23
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios:
O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que vo-lo revele e faça verdadeiramente conhecer. Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente. Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa mencionar, não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro. Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal. 
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Evangelho: Mt 28, 16-20
Leitura do Evangelho de São Mateus:
Naquele tempo, os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram. Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.
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Jesus sobe aos céus

"a palavra céu não indica um lugar físico, mas o próprio Cristo, a Pessoa divina que acolhe plenamente e para sempre a humanidade"
A Festa da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. O Cristo glorioso que volta para junto do Pai e leva a humanidade consigo. Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.
Dom Eurico dos Santos Veloso
O mistério da Ascensão do Senhor constitui uma realidade profundamente unida com o do dia da Páscoa: Aquele que admiramos vivo para sempre na Ressurreição, hoje o contemplamos à direita de Deus, com a mesma autoridade do Pai, e o proclamamos cabeça da Igreja, Senhor de toda a criação, princípio e fim da história humana e Juiz dos vivos e dos mortos. Jesus, antes da Ascensão, despede-se dos Apóstolos com estas palavras: “Recebereis o poder do Espírito Santo, que descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, na Samaria e até aos confins da terra” (cf. At 1,8). Imediatamente depois, o autor sagrado acrescenta que “Jesus foi elevado, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo”(v. 9). Na Bíblia, o uso do verbo “elevar” é usado com frequência e refere-se à tomada de posse da realeza. Portanto, a Ascensão de Cristo significa a tomada de posse por parte do Homem crucificado e ressuscitado da realeza de Deus sobre o mundo. Do mesmo modo, apresentar o Senhor envolvido na nuvem evoca o mesmo mistério expresso pelo simbolismo do “sentar à direita de Deus”. Por sermos membros de Cristo, pelo Batismo, a realidade da glorificação do Corpo de Jesus possui uma profunda consequência na vida de cada cristão: em Cristo, que subiu ao céu, em união com ele, nós entramos na participação da vida divina; temos um “lugar” em Deus. Deste modo, a palavra céu não indica um lugar físico, mas o próprio Cristo, a Pessoa divina que acolhe plenamente e para sempre a humanidade. O céu é a vida humana totalmente imerssa em Deus. Portanto, o mistério que celebramos nos convida a uma profunda comunhão com Cristo morto e ressuscitado, invisível, mas realmente presente na vida de cada um de nós!
O Evangelho(cf. Mt 28,16-20) apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seu Senhor, adora-O e recebe d'Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do “Reino”.
Na primeira leitura cf. At 1,1-11), repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus - a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo “caminho” que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens, continuar o projeto de Jesus.
A segunda leitura (cf. Ef 1,17-23) convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa “esperança” de mãos dadas com os irmãos - membros do mesmo “corpo” - e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside no seu “corpo” que é a Igreja; e é nela que Se torna, hoje, presente no meio dos homens.
Recordamos o 54º. Dia Mundial das Comunicações Sociais cujo tema é: “Para que contes aos teus filhos e aos teus netos. A vida se faz história”. Celebramos, também, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se inicia hoje, com o tema: “Gentileza gera gentileza”, inspirado no livro dos Atos dos Apóstolos.
Quando Jesus nos garante: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. É para a gente confiar mesmo, ter coragem e a decisão inabalável de continuar o nosso trabalho de multiplicação de cristãos, de catequistas, de padres, através do nosso trabalho missionário, sem nenhum ciúme entre nós irmãos. Isto porque não somos concorrentes uns dos outros, mas sim, somos multiplicadores de muitos outros cristãos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Vejam que os discípulos são enviados de modo que eles próprios vão fazer novos discípulos entre todas as nações. Não há nenhuma eleição particular, nem tampouco nenhuma obrigação de aceitar, também não há nenhum processo de seleção, porque todos, sem distinção, são chamados ao seguimento de Jesus, para ouvir a sua palavra, e colocá-la em prática, e através da observância de sua lei e na adesão à vontade do Pai, todos sejam salvos. A missão de Jesus começou com o seu batismo no Rio Jordão.
Jesus ascende aos céus não para afastar-se da humanidade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade!
                                              Dom Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora
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