sexta-feira, 31 de março de 2023

Domingo de Ramos:

Leituras e Reflexão
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1ª Leitura: Is 50,4-7

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás.

Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.

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Responsório: Sl 21(22)
- Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
- Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?

- Riem de mim todos aqueles que me veem, torcem os lábios e sacodem a cabeça: 'Ao Senhor se confiou, ele o liberte e agora o salve, se é verdade que ele o ama!'.

- Cães numerosos me rodeiam furiosos, e por um bando de malvados fui cercado.Transpassaram minhas mãos e os meus pés e eu posso contar todos os meus ossos. Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam!

- Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica.Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, ó minha força, vinde logo em meu socorro!

- Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos! Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o toda a raça de Israel!

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2ª Leitura: Fl 2,6-11

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:

Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.

Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai.

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Evangelho: Mt 21, 1-11

Proclamação do Evangelho de São Mateus:

Naquele tempo, Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! Se alguém vos disser alguma coisa, direis: ‘O Senhor precisa deles’, mas logo os devolverá’”.

Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta”.

Então os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes havia mandado. Trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou. A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. As multidões que iam na frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”

Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou, e diziam: “Quem é este homem?” E as multidões respondiam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”

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 Evangelho: Mt 27,11-54 (Forma breve)

Anúncio do Evangelho:

Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo Mateus: Naquele tempo, Jesus foi posto diante de Pôncio Pilatos, e este o interrogou:

Assembleia: “Tu és o rei dos judeus?”

Narrador 1: Jesus declarou:

Presidente: “É como dizes”.

Narrador 1: E nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. Então Pilatos perguntou:

Leitor: “Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?”

Narrador 1: Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. Então Pilatos perguntou à multidão reunida:

Assembleia: “Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?”

Narrador 2: Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele:

Mulher: “Não te envolvas com esse justo, porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele”.

Narrador 2: Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. O governador tornou a perguntar:

Assembleia: “Qual dos dois quereis que eu solte?”

Narrador 2: Eles gritaram:

Assembleia: “Barrabás”.

Narrador 2: Pilatos perguntou:

Leitor: “Que farei com Jesus, que chamam de Cristo?”

Narrador 2: Todos gritaram:

Assembleia: “Seja crucificado!”

Narrador 2: Pilatos falou:

Leitor: “Mas, que mal ele fez?”

Narrador 2: Eles, porém, gritaram com mais força:

Assembleia: “Seja crucificado!”

Narrador 1: Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse:

Leitor: “Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!”

Narrador 1: O povo todo respondeu:

Assembleia: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”.

Narrador 1: Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado. Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta dele.

Narrador 1: Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho; depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo:

Assembleia: “Salve, rei dos judeus!”

Narrador 2: Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar. Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar da caveira”.

Narrador 1: Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. E ficaram ali sentados, montando guarda. Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação:

Assembleia: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”.

Narrador 1: Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:

Assembleia: “Tu, que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”

Narrador 2: Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombavam de Jesus:

Assembleia: “A outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel... Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus”.

Narrador 1: Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam. Desde o meio-dia até as três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:

Presidente “Eli, Eli, lamá sabactâni?”

Narrador 1: Que quer dizer:

Presidente: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”

Narrador 1: Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:

Assembleia: “Ele está chamando Elias!”

Narrador 1: E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e lhe deu para beber. Outros, porém, disseram:

Assembleia: “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!”

Narrador 1: Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito. (Todos se ajoelham.)

Narrador 2: E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram! Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram:

Assembleia: “Ele era mesmo Filho de Deus!”

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Reflexão do padre Johan Konings:

A porta de entrada na Semana das Semanas

Frei Almir Guimarães

 “Vinde, subamos juntos ao Monte das Oliveiras e corramos ao encontro de Cristo que hoje volta de Betânia e se encaminha voluntariamente para aquela venerável e santa Paixão, a fim de realizar o mistério da nossa salvação” (Santo André de Creta, Lecionário Monástico II, p. 511).

 Chegamos aos dias da Semana Santa. Um duplo sentimento toma conta de nós quando acompanhamos os passos da liturgia: alegria pelo Rei que entra triunfantemente em Jerusalém, mas humildemente sentado num burrico. Aqueles que esperavam a redenção imediata para o povo, cantam, acenam ramos, atapetam o caminho por onde ele deve passar. Quando a procissão dos ramos penetra no templo, tudo é austeridade: leitura das dores do servo de Javé. Paulo escreve aos Filipenses falando daquele que, de condição divina, agora era obediente até a morte e morte de cruz. Tudo culminando com a leitura da Paixão quando ouvimos o grito de abandono: “Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonaste?”.

 A meditação de todas essas passagens nos mergulha num clima de reconhecimento de nossas faltas e também faz nascer em nós desejo enorme de pedido de perdão. No final da liturgia sentimos que passamos por uma porta que vai nos permitir acompanhar os passos do amor sem limites. O amor do Senhor foi tão grande que esta semana só pode ser um tempo de recolhimento, de silêncio e de imersão total no abismo do amor de Deus. Passaremos o tempo batendo no peito e dizendo: “Piedade, Senhor, piedade!”.

 Um pouco antes de entrar em Jerusalém, Jesus havia estado em casa de Marta, Maria e Lázaro, seus amigos. Sentira aperto no coração? Experimentara frio e solidão? Precisava de fôlego que lhe seria dado pelos que o amavam e estimavam? É assim. Na hora da dor, os amigos podem nos valer.

 A Procissão dos Ramos evoca, pois, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. O formulário da bênção das palmas suplica o olhar do Altíssimo sobre os ramos que os fiéis carregam em sinal de sua adesão a Cristo Rei que ingressa em sua cidade sentado num burrico. A festa de hoje é exaltação do Cristo-Rei. Os paramentos são vermelhos e lembram o fogo do amor e do martírio. Em toda a Semana Santa o que ocorre é esse paradoxo de dor e de alegria.

 Carregamos em nossas mãos ramos. Acompanhamos o Cristo na procissão de entrada. Ele é nosso Rei. Não somos donos de nós mesmos. Ele é o centro de nossa vida, de nossa vida de cristãos, de nossa família. Para ele, orientamos o melhor de nós mesmos. Fazemos questão de guardar o ramo deste domingo em nossa casa. Haveremos de olhar para ele como um sacramental, um sinal de uma vivência religiosa profunda.

 “O Senhor vem, mas não rodeado de pompa como se fosse conquistar a glória. Ele não discutirá, diz a Escritura, nem gritará, nem ninguém ouvirá sua voz. Pelo contrário, será manso e humilde se apresentará com vestes pobres e aparência modesta” (André de Creta, ut supra, p. 511).

 Jesus entra em Jerusalém montado num jumento. O gesto marca a pobreza e a simplicidade do Messias. Pede que lhe providenciem um asno que depois haverá de devolver. O burrico é a cavalgadura do Messias pobre e humilde de Zacarias (9,9). Insistamos: o burrico é apenas emprestado. Por sua vez, o cortejo que acompanha Jesus mostra características reais expressas nos mantos estendidos pelo chão e nas palavras de ovação. Há diferença entre a maneira como Jesus de um lado e as pessoas encaram a situação.

 “Em vez de ramos e mantos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo, revestido dele próprio – vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo (Gl 3,27) – prostremo-nos a seus pés com mantos estendidos” (André de Creta, ut supra, p. 512).

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FREI ALMIR GUIMARÃES, OFM, ingressou na Ordem Franciscana em 1958. Estudou catequese e pastoral no Institut Catholique de Paris, a partir de 1966, período em que fez licenciatura em Teologia. Em 1974, voltou a Paris para se doutorar em Teologia. Tem diversas obras sobre espiritualidade, sobretudo na área da Pastoral familiar. É o editor da Revista “Grande Sinal”.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella: 

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Reflexão/banner: franciscanos.org.br Imagem: Fr. Fábio M. Vasconcelos  banner: diocesanocaruaru.g12.br

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