sábado, 28 de janeiro de 2023

Papa aos sacerdotes da pastoral juvenil:

nunca se enraizar, viver com espírito livre

"Jamais devemos nos enraizar, nem no grupo cristão ao qual pertencemos, nem na responsabilidade que nos foi confiada, mas viver com espírito livre, em uma saudável indiferença". Palavras do Papa Francisco aos sacerdotes da Arquidiocese de Barcelona comprometidos com o trabalho na pastoral juvenil.

Na manhã deste sábado (28/01) o Papa Francisco recebeu os sacerdotes da Arquidiocese de Barcelona comprometidos com o trabalho na pastoral juvenil na Sala Clementina no Vaticano. Na ocasião o Papa Francisco entregou o discurso preparado e falou de improviso com os sacerdotes. Abaixo detalhes do discurso preparado.

A importância de caminhar juntos

Ao iniciar a sua saudação o Papa logo recordou que “a experiência dos apóstolos tem sempre um duplo aspecto, pessoal e comunitário. Caminham juntos e não podemos separá-los. Somos de fato chamados individualmente, mas sempre para fazer parte de um grupo maior, para caminhar juntos escutando antes de falar, para saber como nos colocar onde é apropriado, mesmo no meio ou atrás, e não apenas na frente”.

Abracemos a cruz e as mediações da Igreja

“Jesus nos chama a partir da nossa pobreza”, acrescentou o Papa, “da nossa fragilidade, devemos responder a este chamado com um eterno propósito de conversão”. Em seguida frisou o seguinte ponto: “É preciso rejeitar o carreirismo, a vida dupla, a busca das satisfações mundanas, abraçando a cruz e as mediações da Igreja: sacramentos, vida de oração, ascese, etc. Ao mesmo tempo”, continuou, “devemos ser capazes de misericórdia precisamente porque somos tocados pela misericórdia do Senhor, não dando lições, mas testemunhando uma experiência de intimidade com Deus”.

Viver com espírito livre, em uma saudável indiferença

Francisco finalizou o discurso aos sacerdotes encorajando-os: “Devemos buscar a fraternidade em todos os âmbitos sociais, aprender e ensinar a acolher a todos, a trabalhar com todos, a buscar soluções consensuais que tenham um amplo alcance. Jamais devemos nos enraizar, nem no grupo cristão ao qual pertencemos, nem na responsabilidade que nos foi confiada, mas viver com um espírito livre, em uma saudável indiferença".

Jane Nogara - Vatican News

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A carta do Papa
ao Padre James Martin sobre homossexualidade e pecado

Em uma carta ao padre jesuíta, o Papa Francisco diz que em sua recente entrevista à Associated Press, na qual, entre outras coisas, ele disse que "ser homossexual não é crime", estava se referindo à doutrina católica que ensina que qualquer ato sexual fora do casamento é pecado.

"Eu simplesmente me referia ao ensinamento da moral católica, que diz que qualquer ato sexual fora do casamento é pecado": isto é o que o Papa escreveu ao responder a uma carta do Padre James Martin, o jesuíta estadunidense que realiza seu apostolado entre as pessoas LGBT, para esclarecer o significado de suas palavras em uma recente entrevista à Associated Press. A resposta escrita à mão do Papa, em espanhol, foi publicada no site do Padre Martin 'Outreach.faith'.

Já a partir do contexto da entrevista com a Associated Press ficou claro que o Papa havia falado da homossexualidade, referindo-se naquele caso a "atos homossexuais" e não a condição homossexual em si. Com esta resposta, Francisco reiterou que a sua posição, já repetida desde a primeira entrevista com jornalistas no voo de volta do Brasil em 2013 ("Se uma pessoa é gay e busca o Senhor e tem boa vontade, mas quem sou eu para julgá-la?") é a do Catecismo da Igreja Católica.

Respondendo ao Padre Martin, o Papa também enfatizou, com relação ao pecado, que "também devem ser consideradas circunstâncias, que diminuem ou anulam a culpa", porque "sabemos bem que a moral católica, além da matéria, valoriza a liberdade, a intenção; e isto, para todo tipo de pecado".

Portanto, na carta o Papa reitera o que disse na entrevista à Associated Press: "Aos que querem criminalizar a homossexualidade, eu gostaria de dizer que estão errados". Na entrevista ele destacou que "ser homossexual não é crime", enquanto existem mais de 50 países que têm condenações legais para as pessoas homossexuais e alguns destes países têm até a pena de morte.

A carta se conclui com a oração do Papa pelo trabalho do Padre Martin e pela comunidade LGBT que ele segue, e acrescenta: "Por favor, faça o mesmo por mim".

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                                                                                                                       Fonte: vaticannews.va

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