sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo:

Leituras e Reflexão
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1ª Leitura:  2Sm 5,1-3

Leitura do Segundo Livro de Samuel:

Naqueles dias, todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. Tempos atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’”.

Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até ao rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel.

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Responsório: Sl 121(122),1-2.4-5 (R. cf. 1)
Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!
- Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!

- Que alegria, quando ouvi que me disseram: "Vamos à casa do Senhor!". E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.

- Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o troa (Cl 1,12-20)

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2ª Leitura: Cl 1,12-20

Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses:

Irmãos: Com alegria dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, por quem temos a redenção, o perdão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele.

Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência. Ele é a Cabeça do Corpo, isto é, da Igreja. Ele é o princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz.

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Evangelho: Lc 23,35-43

Proclamação do Evangelho de São Lucas:

Naquele tempo, os chefes zombavam de Jesus dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”

Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”

Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”.

Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”

Mas o outro o repreendeu, dizendo: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. Jesus lhe respondeu: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”.

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Reflexão do padre Johan Konings:

Jesus Cristo, Rei do Universo

Para coroar o ano litúrgico, celebramos o solene encerramento, a festa de Cristo-Rei. Jesus é apresentado como rei nosso e do universo. Mas, o que significa chamar Jesus de “rei”? Não temos em nosso meio experiência próxima daquilo que é um rei. Por isso convém prestar bem atenção à 1ª leitura, que narra a consagração de Davi como rei de Israel. Davi não é apenas chefe do Estado e tampouco um rei considerado deus como os reis do Egito e da Babilônia. Ele é “filho de Deus”, chamado a exercer o reinado em obediência a Deus, o Único Senhor.

Ora, se Davi era um rei diferente, Jesus muito mais, como poderemos perceber no evangelho. Seu governo tem alcance além da morte, além do mundo; e este domínio, que supera tudo, ele o abre para o pecador que se converte, o “bom ladrão” crucificado ao seu lado. Jesus não é rei sobre um determinado pedacinho de nosso planeta, mas submete a si a morte e o pecado (cf. 1Cor 15,25-26). Tudo o que existe para a glória de Deus – de modo especial, a Igreja – encontra em Jesus seu chefe, sua cabeça – diz a 2ª leitura. Ele é rei por seu sangue redentor, pelo dom de sua vida, que vence o ódio, o desamor, o pecado.

Estamos aos poucos redescobrindo que o Reino de Deus, inaugurado por Jesus, deve ser implantado aqui na terra, na justiça e no amor fraterno. Mas não devemos perder de vista a dimensão eterna deste reino. Ele supera as realidades históricas, “encarnadas”. Ele atinge a relação mais profunda e invisível entre Deus e o homem. Ele é universal, não apenas no tempo e no espaço, mas sobretudo na profundidade, na radicalidade.

O projeto de Deus, que Jesus veio, definitivamente, pôr em ação, não termina no horizonte de osso olhar físico. Seu alcance não tem fim. É uma grandeza que vence todo o mal, muito além daquilo que podemos verificar aqui e agora. É um reino que não apenas conquista o mundo, mas muda a sua qualidade. Por isso dedicamo-lhes todas as nossas forças e não ficamos de braços cruzados.

Este reino supera o pecado, como Jesus mostra, acolhendo o “bom ladrão”. Pois é o reino de amor. Porém, não legitima o pecado: Zaqueu, depois que se converteu, começou vida nova (Lc 19, 1-10). Se o bom ladrão tivesse continuado com vida, deveria ter mudado radicalmente seu modo de viver… Assim, para participarmos, já agora, deste reino de amor, justiça e paz, devemos deixar acontecer em nós a transformação que Jesus iniciou e pela qual ele deu a sua vida.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:


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                                                     Reflexões e ilustração: franciscanos.org.br        Banner: cnbb.com.br 

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