sexta-feira, 31 de julho de 2020

18º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Is 55,1-3
Leitura do Livro do Profeta Isaías:
Assim diz o Senhor: “Ó vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga.
Por que gastar dinheiro com outra coisa que não o pão, desperdiçar o salário senão com satisfação completa? Ouvi-me com atenção, e alimentai-vos bem, para deleite e revigoramento do vosso corpo. Inclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi”.
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 Salmo: 144
Vós abris a vossa mão/ e saciais os vossos filhos!
Vós abris a vossa mão/ e saciais os vossos filhos!
- Misericórdia e piedade é o Senhor,/ ele é amor, é paciência, é compaixão./ O Senhor é muito bom para com todos,/ sua ternura abraça toda criatura.
- Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam/ e vós lhes dais no tempo certo o alimento;/ vós abris a vossa mão prodigamente/ e saciais todo ser vivo com fartura.
- É justo o Senhor em seus caminhos,/ é santo em toda obra que ele faz./ Ele está perto da pessoa que o invoca,/ de todo aquele que o invoca lealmente.
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2ª Leitura: Rm 8,35.37-39
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos: Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia? Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada? Em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou! Tenho a certeza de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os poderes celestiais, nem o presente, nem o futuro, nem as forças cósmicas, nem a altura, nem a profundeza, nem outra criatura qualquer será capaz de nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor.
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Evangelho:  Mt 14,13-21
Leitura do Evangelho de São Mateus:
Naquele tempo, quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas, quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!”.
Jesus, porém, lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!”. Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. Jesus disse: “Trazei-os aqui”.
Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida, partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
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Reflexão

Fartura de alimento

“O mais importante é dar atenção ao problema da fome, causa de sofrimento e morte (Rm 8,26)

A natureza é um dom de Deus, organizada dentro de uma perfeita harmonia e cada peça é fundamental para preservar o existir dos seres. Aí está o valor dos alimentos, porque são fontes de preservação da vida, tanto dos animais como dos seres humanos. Foi dentro das exigências desta dimensão que Jesus, diante da fome do povo que o acompanhava, fez a multiplicação de pães e de peixes.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Estima-se que a população mundial já chegou a sete bilhões e setecentos milhões. Há uma estimativa de que chegará a onze bilhões e duzentos milhões em 2100. É muita gente e não é pouco alimento que vai sustentar a todos. Mas a terra é generosa quando é bem trabalhada. Ainda há fartura de alimento no mundo. O que falta é o cuidado com a distribuição e o desperdício, que acontece.
O Brasil é privilegiado na produção de grãos e de inúmeros benefícios produzidos pela terra. Mesmo assim muita gente passa fome, porque não há uma equitativa destinação do que é produzido, principalmente pelo agronegócio. O que conta é o mercado externo, porque traz divisa, riqueza para os empresários bem sucedidos. Não existe uma visão humana privilegiando o consumo interno.
A atitude de Jesus foi de compaixão, de preocupação com o outro, com o humano e com quem não tinha condições para adquirir alimento. A responsabilidade de alimentar o povo é do próprio país, criando mecanismos para isto. Quando existe partilha, todos ficam saciados e os alimentos sobram. Na figura do maná, ninguém podia armazenar alimento para o dia seguinte, porque perdia (Ex 16,20).
Na imagem da multiplicação de poucos pães e de alguns peixes realizada por Jesus, com a finalidade de saciar a vida de muita gente, houve sobra porque foram capazes de praticar a partilha e de organizar o povo. Essa sobra foi recolhida para que fosse evitado o desperdiço e ser usada em outro momento. O mais importante é dar atenção ao problema da fome, causa de sofrimento e morte.
É Deus quem provê o alimento fazendo a terra produzir, contando para isto com o trabalho das pessoas. Isso significa que ninguém é privilegiado por ter o que comer e beber, mesmo conseguindo com seu trabalho, mas é sim um direito adquirido pelos indivíduos. Todas as pessoas nasceram para a vida e necessitam de alimento suficiente para sua sobrevivência e realização pessoal.
                                                                 Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba
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                        Fontecnbbleste2.org.br    Banner: cnbb.org.br    Ilustração: franciscanos.org.br

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