quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Paróquia São José - Paraisópolis (MG):

Horários de missa e outros eventos

_________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Dia 27 - Quinta-feira

15h - Missa no Asilo São Vicente de Paulo

19h - Terço dos homens na matriz

19h - Missa na comunidade do Uruguaia

______________________________________________________________________________

Dia 28 - Sexta-feira

5h30 - Missa, seguida da Oração das Mil Misericórdias na matriz

19h - Missa na comunidade São Geraldo

19h - Celebração da Palavra na comunidade das Andorinhas

19h - Grupo de oração Maranathá na capela da Soledade

______________________________________________________________________________

Dia 29 - Sábado

9h30 - Ordenação presbiteral do Diác. João Pedro em Extrema

18h - Noite de louvor com terço, pregação, missa e adoração ao Santíssimo na matriz

19h - Missa com Crisma na igreja de Santo Antônio

______________________________________________________________________________

Dia 30 - 1º Domingo do Tempo Comum

7h - Missa na matriz         9h - Missa na Matriz

11h - Missa na igreja de Santa Edwiges

16h - Missa na igreja de Santo Antônio     19h - Missa na matriz

______________________________________________________________________________

Catequese do Papa nesta quarta:

recuperar a confiança na vida para gerar vida

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 26/11, Leão XIV convidou os fiéis a redescobrirem a esperança que nasce da Ressurreição e a renovarem a coragem de viver e de gerar vida em um mundo marcado pela desconfiança e pelo medo.

A Praça São Pedro acolheu milhares de peregrinos na manhã desta quarta-feira, 26 de novembro, para a Audiência Geral com o Papa Leão XIV. Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre o tema do Jubileu 2025 – “Jesus Cristo, nossa esperança”, o Pontífice refletiu hoje sobre a força iluminadora da Ressurreição diante dos desafios atuais, propondo como tema: “Esperar na vida para gerar vida”.

Logo no início, o Papa recordou que a Páscoa de Cristo “ilumina o mistério da vida” e permite contemplá-la com esperança, mesmo quando esta parece árdua ou marcada por sofrimento. A existência humana – afirmou – é recebida como dom: não a escolhemos, mas somos chamados a acolhê-la, nutrindo-a continuamente com cuidado, proteção e vitalidade.

Esse dom suscita, desde sempre, as grandes perguntas do coração humano: quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Qual o sentido desta viagem? Perguntas que revelam que viver “evoca um significado, uma direção, uma esperança”.

Um mundo adoecido pela falta de confiança

O Pontífice diagnosticou uma das grandes feridas do nosso tempo: a falta de confiança na vida. Muitos, observou, já não a percebem como possibilidade e dom, mas como ameaça, algo a ser temido para não se frustrar. Diante dessa postura, o convite de Leão XIV foi claro: recuperar a coragem de viver e de gerar vida, testemunhando que Deus é “Aquele que ama a vida”, como proclama o Livro da Sabedoria:

“Sem esperança, a vida corre o risco de parecer um parêntese entre duas noites eternas, uma breve pausa entre o antes e o depois da nossa passagem pela Terra. Esperar pela vida, pelo contrário, significa antecipar o destino, acreditar com certeza naquilo que ainda não podemos ver ou tocar, confiar e entregarmo-nos ao amor de um Pai que nos criou porque nos amou e quer que sejamos felizes.”

Gerar vida, explicou o Papa, é participar da lei estrutural da criação, que culmina no dom recíproco entre homem e mulher. Mas também significa promover o ser humano em todas as dimensões: apoiar a maternidade e a paternidade, fortalecer economias solidárias, cuidar da criação, praticar a escuta e oferecer presença e auxílio concreto.

Entre Caim e Abel: a liberdade ferida

A catequese recordou ainda que a liberdade humana torna a vida um drama, como narra a história de Caim e Abel. A rivalidade, a inveja e a violência continuam a marcar a nossa história.

“Mas a lógica de Deus é outra”, sublinhou o Santo Padre. Deus permanece fiel ao seu desígnio de amor e continua a sustentar a humanidade, “mesmo quando, seguindo os passos de Caim, ela obedece ao instinto cego da violência nas guerras, nas discriminações, nos racismos, nas múltiplas formas de escravidão, quando ela se desvia pelo caminho da violência”.

A esperança que sustenta mesmo em meio às trevas

Leão XIV concluiu lembrando que a Ressurreição de Cristo é a força que sustenta o discípulo, especialmente quando as trevas do mal obscurecem o coração e a mente:

“Quando a vida parece ter-se extinguido, bloqueada, eis que o Senhor Ressuscitado passa novamente e caminha conosco e por nós. Ele é a nossa esperança.”

Thulio Fonseca – Vatican News

____________________________________________________________________________________

Assista:

______________________________________________________________________________
                                               Fonte: vaticannews.va   Foto e vídeos: (@Vatican Media

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Publicada a Nota doutrinal “Una caro. Elogio à monogamia”

a monogamia não é um limite,
o matrimônio é promessa de infinito

Publicada a Nota doutrinal “Una caro. Elogio à monogamia”, que aprofunda o valor do matrimônio como “união exclusiva e pertencimento recíproco”, uma união totalizante que, no dom completo de si ao outro, respeita sua dignidade. A importância da caridade conjugal e a atenção aos pobres. A condenação da violência, seja física seja psicológica: “O matrimônio não é posse”. Em uma época individualista e consumista, educar os jovens ao amor como responsabilidade e esperança no outro.

“Unidade indissolúvel”: assim a Nota doutrinal do Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF) define o matrimônio, ou seja, como uma “união exclusiva e pertencimento recíproco”. Não por acaso, o documento — aprovado por Leão XIV no último dia 21 de novembro, memória litúrgica da Apresentação da Bem-Aventurada Virgem Maria, e apresentado hoje à imprensa, 25 de novembro — traz o título Una caro (uma só carne). Elogio à monogamia. No documento explica-se que aqueles que se doam plena e completamente um ao outro só podem ser dois; de outro modo, seria um dom parcial de si mesmo que não respeita a dignidade do parceiro.

As motivações do documento

Três são as motivações que estão na origem do texto: em primeiro lugar — escreve na introdução o cardeal prefeito, Víctor Manuel Fernández — há a atenção ao atual “contexto global de desenvolvimento do poder tecnológico”, que leva o homem a pensar-se como “uma criatura sem limites” e, portanto, distante do valor de um amor exclusivo e reservado a uma única pessoa. Menciona-se também as discussões com os bispos africanos sobre o tema da poligamia, recordando que “estudos aprofundados sobre as culturas africanas” desmentem “a opinião comum” acerca da excepcionalidade do matrimônio monogâmico. Por fim, o documento constata, no Ocidente, o crescimento do “poliamor”, ou seja, formas públicas de união não monogâmica.

A unidade conjugal e a união entre Cristo e a Igreja

Nesse contexto, o documento do DDF deseja realçar a beleza da unidade conjugal que, “com a ajuda da graça”, representa também “a união entre Cristo e sua esposa amada, a Igreja”. Destinada sobretudo aos bispos, a Nota — sublinha o cardeal Fernández — quer igualmente ajudar os jovens, os noivos e os esposos a captar “a riqueza” do matrimônio cristão, de modo a estimular “uma reflexão serena e um aprofundamento prolongado” sobre o tema.

O pertencimento fundamentado no consentimento livre

Dividido em sete capítulos, além das Conclusões, o texto reafirma que a monogamia não é uma limitação, mas a possibilidade de um amor que se abre ao eterno. Dois elementos aparecem decisivos: o pertencimento recíproco e a caridade conjugal. O primeiro, “fundado no consentimento livre” dos cônjuges, é reflexo da comunhão trinitária e torna-se “uma forte motivação para a estabilidade da união”. Trata-se do “pertencimento do coração, onde somente Deus vê” e onde só Ele pode entrar, “sem perturbar a liberdade e a identidade da pessoa”.

Não profanar a liberdade do outro

Assim entendida, “a mútua pertença própria do amor recíproco exclusivo implica um cuidado delicado, um santo temor de profanar a liberdade do outro, que tem a mesma dignidade e, portanto, os mesmos direitos”. Porque quem ama sabe que “o outro não pode ser um meio para resolver suas próprias insatisfações” e sabe que o próprio vazio nunca deve ser preenchido “por meio do domínio do outro”. A esse respeito, a Nota lamenta “as tantas formas de desejo doentio que desembocam em várias manifestações de violência explícita ou sutil, de opressão, de pressão psicológica, de controle e, por fim, de asfixia”. Trata-se de “falta de respeito e de reverência diante da dignidade do outro”.

O matrimônio não é posse

Ao contrário, um “nós dois” saudável implica “a reciprocidade de duas liberdades que nunca são violadas, mas se escolhem mutuamente, deixando sempre intacto um limite que não pode ser ultrapassado”. Isso acontece quando “a pessoa não se dispersa na relação, não se funde com a pessoa amada”, no respeito por todo amor saudável “que nunca pretende absorver o outro”. A Nota destaca que o casal poderá “compreender e aceitar” um momento de reflexão ou algum espaço de solidão ou autonomia pedido por um dos cônjuges, visto que “o matrimônio não é posse”, não é “pretensão de tranquilidade absoluta”, nem libertação total da solidão (somente Deus, de fato, pode preencher o vazio sentido por um ser humano), mas sim confiança e capacidade de enfrentar novos desafios. Ao mesmo tempo, convida-se os cônjuges a não se recusarem mutuamente, porque “quando a distância se torna muito frequente, o ‘nós dois’ se expõe à sua possível eclípse”. Um diálogo sincero permitirá, em vez disso, sanar as causas do afastamento recíproco e encontrar o equilíbrio justo.

A oração, meio precioso para crescer no amor

O pertencimento recíproco expressa-se também na ajuda mútua entre os cônjuges para amadurecer como pessoas: nisso, a oração é “um meio precioso” mediante o qual o casal pode santificar-se e crescer no amor. Assim, realiza-se a caridade conjugal, “força unitiva” “afetiva, fiel e total”, “dom divino” pedido na oração e nutrido na vida sacramental e que, precisamente no matrimônio, torna-se “a maior amizade” entre dois corações próximos, que se amam e que se sentem “em casa” um no outro.

Sexualidade e fecundidade

Graças ao poder transfigurador da caridade, será também possível compreender a sexualidade “em corpo e alma”, isto é, não como um impulso ou um desabafo, mas como “um presente maravilhoso de Deus” que orienta à doação de si e ao bem do outro, considerado na totalidade de sua pessoa. A caridade conjugal se desdobra igualmente na fecundidade, “ainda que isso não signifique que este deva ser o objetivo explícito de cada ato sexual”. Ao contrário, o matrimônio conserva seu caráter essencial mesmo quando é sem filhos. Recorda-se, além disso, a legitimidade do respeito pelos tempos naturais de infertilidade.

As redes sociais e a urgência de uma nova pedagogia

Todavia, “no contexto do individualismo consumista pós-moderno”, que nega o fim unitivo da sexualidade e do matrimônio, como preservar a possibilidade de um amor fiel? A resposta, afirma o documento, encontra-se na educação: “O universo das redes sociais, onde o pudor desaparece e proliferam as violências simbólicas e sexuais, mostra a urgência de uma nova pedagogia”. É preciso, portanto, “preparar as gerações para acolher a experiência amorosa como mistério antropológico”, apresentando o amor não como mera pulsão, mas como chamado à responsabilidade e “capacidade de esperança de toda a pessoa”. A educação para a monogamia não é “arcaísmo”, nem “coerção moral”, mas constitui “uma iniciação à grandeza de um amor que transcende a imediatidade” e antecipa, de certo modo, “o próprio mistério de Deus”.

A atenção aos pobres, “antídoto” à endogamia

A caridade da união conjugal também se manifesta nos casais que não se fecham em seu individualismo, mas se abrem a projetos compartilhados para “fazer algo belo pela comunidade e pelo mundo”, pois “o ser humano realiza a si mesmo colocando-se em relação com os outros e com Deus”. De modo diverso, trata-se apenas de egoísmo, autoreferencialidade, endogamia a ser combatida, por exemplo, praticando “o sentido social” do casal que se empenha, conjuntamente, na busca do bem comum. Central, nesse âmbito, é a atenção aos pobres, os quais — como afirmou Leão XIV — são “uma questão familiar” do cristão, não um mero “problema social”.

O amor conjugal como promessa de infinito

Concluindo, a Nota reafirma que “todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por dois indivíduos, que exige uma relação tão íntima e totalizante que não pode ser compartilhada com outros”. Portanto, entre as duas propriedades essenciais do vínculo matrimonial — unidade e indissolubilidade — é a primeira que fundamenta a segunda: a fidelidade é possível somente a partir de uma comunhão escolhida e renovada. Somente assim o amor conjugal será uma realidade dinâmica, chamada a um crescimento e a um desenvolvimento contínuos no tempo, em uma “promessa de infinito”.

Do Livro do Gênesis ao magistério dos Papas

Destaca-se que a Nota oferece também um amplo excursus teológico, filosófico e poético sobre o tema da monogamia, a partir do capítulo 2 do Gênesis (“Os dois serão uma só carne”) e passando pelos Padres da Igreja, entre os quais Santo Agostinho, que descreve a beleza da unidade conjugal como “um caminhar juntos, lado a lado”. Não faltam, depois, referências aos principais pronunciamentos magisteriais sobre o tema: de Leão XIII, que liga a defesa da monogamia à defesa da dignidade da mulher, a Pio XI, autor da encíclica Casti connubii. São numerosas, ainda, as citações do Concílio Vaticano II, nas quais se evidencia como o amor monogâmico é espelho da “igual dignidade de cada um dos cônjuges”.

Paulo VI e João Paulo II

Ulteriores reflexões surgem a partir de passagens de São Paulo VI que, na encíclica Humanae vitae, sublinha sim o significado procriativo do matrimônio, mas, ao mesmo tempo, mostra também outro, inseparável do primeiro, isto é, o significado unitivo. De São João Paulo II recorda-se, por sua vez, a “hermenêutica do dom”: o ser humano, imagem de Deus, foi criado para doar-se ao outro e somente nessa doação de si realiza o verdadeiro significado de sua existência. Além disso, porque Deus fez o homem à sua semelhança criando-o homem e mulher, daí decorre que “a humanidade, para se assemelhar a Deus, deve ser um casal”.

O jovem Karol Wojtyła

De Karol Wojtyła retoma-se também a reflexão filosófica realizada quando jovem bispo, particularmente o “princípio personalista” que exige “tratar a pessoa de modo correspondente ao seu ser” e não como “um objeto a serviço de outra pessoa”, como acontece na poligamia. Ao mesmo tempo, o futuro Pontífice nega a tese rigorista que vê a sexualidade matrimonial apenas como finalidade procriativa, sustentando, ao contrário, que “existe uma alegria conforme” tanto à união física quanto à dignidade da pessoa. Porque o outro pode ser amado como pessoa e, “ao mesmo tempo, desejado”.

Bento XVI e Francisco

Amplos trechos remetem também a Deus caritas est e Amoris laetitia: com a primeira encíclica de Bento XVI recorda-se que o matrimônio acolhe e leva a cumprimento “aquela força arrebatadora que é o amor, o qual, em sua dinâmica de exclusividade e definitividade, não quer mortificar a liberdade humana”, mas sim “abre a vida a um horizonte de eternidade”. Da exortação apostólica do Papa Francisco retoma-se em particular o capítulo IV, com uma descrição detalhada do amor e da caridade conjugal.

Leão XIV

Por fim, de Leão XIV cita-se sobretudo a mensagem para o décimo aniversário da canonização de Louis e Zélie Martin, pais de Santa Teresa do Menino Jesus. Nela, o Pontífice descreve os esposos como “um modelo de fidelidade e de atenção ao outro; de fervor e perseverança na fé; de educação cristã dos filhos; de generosidade no exercício da caridade e da justiça social; um modelo também de confiança na provação”.

Alguns filósofos do século XX

O documento do DDF percorre também o pensamento de alguns filósofos do século XX, como Emmanuel Lévinas, o qual vê na união exclusiva do matrimônio “um face a face” que “reivindica para si o pertencimento recíproco exclusivo e não transferível para fora daquele ‘nós dois’”. Daí decorre que “a poligamia, o adultério ou o poliamor se fundamentam na ilusão de que a intensidade da relação possa ser encontrada na sucessão de rostos”. Do pensador Jacques Maritain recorda-se, por sua vez, a concepção do amor como “uma completa e irrevogável doação de um ao outro”, na busca do bem do outro até a união total com Deus.

A palavra poética

Um capítulo à parte é dedicado à “palavra poética”: os versos célebres de autores como Whitman, Neruda, Montale, Tagore e Dickinson aprofundam o sentido de pertencimento que se experimenta no “nós dois” e que chega a ser percebido como totalizante, indestrutível e intransferível. Porque, ao final, como dizia Santo Agostinho, “Dá-me um coração que ama e compreenderá o que digo”.

Isabella Piro – Cidade do Vaticano

______________________________________________________________________________
                                               Fonte: vaticannews.va  Fotos e vídeos: (@Vatican Media

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Enriqueça-se com esta reflexão de dom Paulo Mendes Peixoto:

A vinda do Senhor 

Aproxima-se, mais uma vez, o momento do Natal. Dizemos da chegada da humanização do Senhor, que se repete todos os anos. Na verdade, é a memória viva do nascimento de Jesus Cristo, fato esse, que aconteceu na minúscula cidade de Belém, lá na Palestina. Na atualidade, dentro do contexto histórico e cultural do cristianismo, somos convidados a deixar Jesus nascer e morar em nosso coração. 

Portanto, a hora agora é de preparar o ambiente, o coração e colocar-se na posição de vigilância, para acontecer o que é próprio do Reino de Deus, a justiça e o amor. Sem isto, o Natal fica esvaziado de sentido, perde a beleza do nascimento do Menino Deus e passa a ter um viés apenas comercial. Advento e Natal em Família, ou Novena de Natal, projetam a pessoa para um Natal de eternidade. 

O nascimento de Jesus Cristo remete ao tema da vida. Vida divina, vida humana e vida de toda a natureza. Toda criação teve seu foco no Filho de Deus, naquele que motiva o mundo a construir uma nova ordem na sociedade, destruindo as armas da violência para construir a paz entre os povos. Paz que supõe defesa da natureza, motivo pelo qual foi realizada, em Belém do Pará, a COP 30. 

Na preparação para as festas natalinas, é fundamental ter uma conduta de vida focada na ética cristã e na moral social, com capacidade de fazer uma trajetória de concreta retidão, de justiça e de conversão, tudo direcionado para o seguimento da Palavra contida no Evangelho do Senhor. É caminho de superação das guerras, dos conflitos e hostilidades, de tudo aquilo que mata a vida. 

Participar dos benefícios trazidos pelo Natal do Senhor depende da forma como as pessoas abraçam a fé em Deus. Nessas circunstâncias, é possível perfeitamente conhecer as ações e a identidade do cristão, porque ele se torna discípulo de Jesus Cristo e coloca sua própria vida a serviço da caridade fraterna para com os mais necessitados, construindo com eles uma sociedade fraterna. 

Começa-se agora o tempo dedicado ao Advento. É hora de realizar sinais autênticos de ampla superação do comodismo, das acomodações e esfriamento na prática da vida cristã. A esperança vigilante em relação à vinda do Senhor é um indicativo de vida nova e surgimento de nova sociedade. Nossos olhos estejam atentos para enxergar a riqueza do momento e a melhor forma de acolher Cristo.

Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba (MG)

______________________________________________________________________________
                                                                                                                Fonte: cnbb.org.br

Campanha para a Evangelização 2025 disponibiliza

materiais e convida fiéis a acolherem Jesus em seus lares

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disponibilizou os materiais oficiais da Campanha para a Evangelização 2025 (CE 2025), que neste ano tem como tema “Hoje, é preciso que eu fique na tua casa” (Lc 19,5). A inspiração bíblica recorda o encontro de Jesus com Zaqueu e convida cada fiel a abrir o coração e o lar para a presença do Senhor, especialmente no caminho espiritual do Advento.

Criada em 1998 pela CNBB, a Campanha ocorre anualmente entre a Solenidade de Cristo Rei e o 3º Domingo do Advento, quando se realiza a Coleta Nacional para a Evangelização, marcada este ano para 13 e 14 de dezembro. Os recursos arrecadados são destinados à ação evangelizadora em três níveis: 45% para a própria diocese, 20% para o regional da CNBB e 35% para as iniciativas nacionais.

Um convite à acolhida e à missão

O primeiro vice presidente da CNBB, dom João Justino, destacou que o Advento é um tempo especial para renovar a fé e preparar o coração para o Natal:

“O Tempo do Advento é o tempo que nos prepara para celebrar a festa do Natal do Senhor. Filho de Deus que nasce em Belém, continua nascendo no coração de tantas pessoas por meio da ação evangelizadora da Igreja. E é no Tempo do Advento que a Igreja no Brasil faz a Campanha da Evangelização.

O tema deste ano é: ‘Hoje, é preciso que eu fique na tua casa’. Faremos a coleta no terceiro domingo do Advento, nos dias 13 e 14 de dezembro. Participe generosamente em sua comunidade e colabore para a ação evangelizadora da sua diocese, dos regionais e de toda a Igreja no Brasil. Nossa tarefa é fazer com que Deus chegue a todas as casas. Contamos com sua generosidade”.

Materiais disponíveis para dioceses, paróquias e comunidades

Para auxiliar a vivência espiritual e pastoral da Campanha, a CNBB disponibilizou uma série de conteúdos que podem ser utilizados em celebrações, formações, redes sociais e ações missionárias:

Hino da Campanha (áudio e partitura)

Identidade visual (logotipo, cartaz e aplicações)

Primeiro Spot de rádio

Roteiros de celebração

Primeiro VT para divulgação nas televisões católicas

Plano de Comunicação da Campanha

Apresentação em PowerPoint para formações e reuniões

documento-base da Campanha, também já disponível, aprofunda a reflexão sobre o tema, destacando a dimensão da “casa” como lugar de encontro com Deus, comunhão fraterna e missão. Ele também oferece três celebrações para o Advento:

1. Montagem da Coroa do Advento,

2. Montagem do Presépio,

3. Celebração do Natal em família.

Um caminho de fé entre casa, comunidade e missão

Com o tema centrado na acolhida de Jesus no cotidiano, a Campanha estabelece uma ponte entre a Campanha da Fraternidade 2025 (Ecologia Integral) e a CF 2026, dedicada à Fraternidade e Moradia. Assim, a CE 2025 convida à abertura da casa interior e exterior – do coração e das famílias – para que o Evangelho inspire gestos concretos de solidariedade, conversão e proximidade.

Todos os materiais da Campanha estão disponíveis para download no site de Campanhas: campanhas.cnbb.org.br e podem ser reproduzidos livremente pelas dioceses, paróquias e comunidades.

______________________________________________________________________________
                                                                                                                Fonte: cnbb.org.br

domingo, 23 de novembro de 2025

Papa Leão no Jubileu dos Coros neste domingo:

"Em Cristo, nos tornamos cantores da graça"

No Jubileu dos Coros, Leão XIV recorda que a música litúrgica é um instrumento precioso através do qual se presta o serviço de louvor a Deus e se manifesta a alegria da Vida nova em Cristo.

Na Solenidade de Cristo Rei do Universo, o Papa Leão presidiu à Santa Missa na Praça São Pedro por ocasião do Jubileu dos Coros, com a presença de 60 mil fiéis. E foi justamente o canto o elemento principal da homilia do Santo Padre.

“O canto é próprio de quem ama”

"As grandes civilizações nos deram a música para que pudéssemos expressar o que sentimos no fundo do coração e que nem sempre as palavras conseguem transmitir", afirmou o Pontífice, acrescentando que todos os sentimentos e emoções que nascem no nosso íntimo podem encontrar voz na música. Como lembra Santo Agostinho: “o canto é próprio de quem ama”.

Para o Povo de Deus, o canto expressa a invocação e o louvor, é o “cântico novo” que Cristo Ressuscitado eleva ao Pai, fazendo com que todos os batizados participem dele. Quem canta na igreja, contribui para a edificação espiritual dos irmãos, afirmou Leão XIV:

“Em Cristo, tornamo-nos cantores da graça, filhos da Igreja que encontram no Ressuscitado a causa do seu louvor. A música litúrgica torna-se assim um instrumento preciosíssimo através do qual prestamos o serviço de louvor a Deus e manifestamos a alegria da Vida nova em Cristo.”

O Papa citou novamente o Bispo de Hipona, que exotava a caminhar cantando, como viajantes afadigados, que encontram no canto uma antecipação da alegria que sentirão quando alcançarem o seu destino. "Canta, mas caminha […] avança no bem» (Sermo 256, 3)", escrevia ele. Com efeito, fazer parte de um coro significa avançar juntos, consolando nos sofrimentos, exortando para não ceder ao cansaço. Cantar, disse o Santo Padre, nos lembra que "somos Igreja em caminho, autêntica realidade sinodal, capaz de partilhar com todos a vocação ao louvor e à alegria, numa peregrinação de amor e esperança".

Coral na Praça São Pedro (@Vatican Media)

Preparação, fidelidade, disciplina e espírito de serviço

Dirigindo-se diretamente aos membros dos coros, o Papa afirmou que se trata de um verdadeiro ministério, que exige preparação, fidelidade, compreensão mútua e, acima de tudo, uma vida espiritual profunda. Mas não só, requer ainda disciplina e espírito de serviço. O coro é uma comunidade, ninguém está à frente, mas todos contribuem para torná-la mais unida. Para o Pontífice, o coro é um pouco um símbolo da Igreja que, voltada para o seu destino, caminha na história louvando a Deus. O canto torna a viagem mais leve e traz alívio e consolo.

O convite, portanto, é para transformar os coros num "prodígio de harmonia e beleza", imagem luminosa da Igreja que louva o seu Senhor. Leão XIV pediu que estudem o Magistério contido nos documentos conciliares, de modo a desempenhar da melhor forma o serviço. Acima de tudo, a exortação é para fazer com que o povo de Deus participe sempre, "sem ceder à tentação da exibição que exclui a participação ativa de toda a assembleia litúrgica no canto". Assim, serão um sinal eloquente da oração da Igreja, que através da beleza da música, demonstra o seu amor a Deus. 

O Papa concluiu confiando todos os cantores à proteção de Santa Cecília, a virgem e mártir que, em Roma, elevou com a sua vida o mais belo canto de amor, entregando-se totalmente a Cristo e oferecendo à Igreja o seu luminoso testemunho de fé e amor. "Continuemos cantando e façamos nosso, uma vez mais, o convite do Salmo responsorial da liturgia de hoje: «Vamos com alegria para a casa do Senhor»."

____________________________________________________________________________________

Assista:

____________________________________________________________________________________

In unitate fidei:

a Carta Apostólica de Leão XIV sobre o Concílio de Niceia

O novo Documento do Papa, divulgado na Solenidade de Cristo Rei, destaca a centralidade do Credo, o valor da unidade cristã e prepara espiritualmente a Viagem Apostólica do Pontífice à Turquia.

O Papa Leão XIV publicou, neste domingo, 23 de novembro, Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, a Carta Apostólica "In unitate fidei", por ocasião dos 1700 anos do Concílio de Niceia. O texto, apresentado às vésperas da Viagem Apostólica do Pontífice à Turquia, traz como um forte apelo à renovação da fé e à unidade dos cristãos.

Dividido em doze pontos, o documento tem por objetivo, segundo o próprio Papa, “encorajar toda a Igreja a renovar seu entusiasmo pela profissão de fé”. A Carta coloca em destaque a herança espiritual e doutrinal deixada pelo Concílio de 325, evento decisivo na formulação do Credo professado por todas as tradições cristãs.

LEIA A CARTA APOSTÓLICA DO PAPA NA ÍNTEGRA

“Na unidade da fé”: um chamado para todos

Logo no início, o Papa recorda que “na unidade da fé, proclamada desde os primórdios da Igreja, os cristãos são chamados a caminhar em concórdia, guardando e transmitindo com amor e alegria o dom recebido”. Em seguida, Leão XIV retoma as palavras do Credo formulado em Niceia — “Cremos em Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, que desceu do céu para a nossa salvação” — como fundamento permanente da identidade cristã.

Ao situar a Carta no contexto do Ano Santo de 2025, dedicado a Jesus Cristo, nossa esperança, o Papa afirma ser uma “coincidência providencial” que a Igreja comemore também o aniversário do primeiro Concílio Ecumênico. O núcleo da fé cristã — a divindade do Filho — permanece, segundo ele, atual e necessário para os tempos marcados por guerras, incertezas e sofrimento humano. E ao lembrar que, em cada domingo, a Igreja proclama o Credo Niceno-Constantinopolitano, “profissão de fé que une todos os cristãos”, o Pontífice sublinha que, diante das provações do mundo, “a fé nos dá esperança”.

“O que nos une é muito mais do que o que nos divide”

A Carta dedica ampla atenção ao diálogo entre os cristãos. O Pontífice reafirma que o caminho ecumênico, sustentado pelo batismo comum e pelo Credo de Niceia, permitiu reconhecer nas demais tradições nossos irmãos e irmãs em Jesus Cristo. “Realmente, o que nos une é muito mais do que o que nos divide”, observa o Papa, “num mundo ferido por conflitos”, a comunidade cristã pode tornar-se “sinal de paz e instrumento de reconciliação, contribuindo de forma decisiva para um compromisso mundial pela paz”.

“Para podermos desempenhar este ministério de forma crível, devemos caminhar juntos para alcançar a unidade e a reconciliação entre todos os cristãos. (...) Devemos, portanto, deixar para trás as controvérsias teológicas, que perderam a sua razão de ser, para adquirir um pensamento comum e, mais ainda, uma oração comum ao Espírito Santo, para que nos reúna a todos numa única fé e num único amor.”

Caminho de reconciliação, escuta e acolhimento

Leão XIV insiste que o ecumenismo não busca um “retorno” a situações prévias às divisões, nem a mera aceitação do status atual das Igrejas. Trata-se, ao contrário, de um caminho de reconciliação, escuta, acolhimento e intercâmbio de dons espirituais. A restauração da unidade, afirma, “não nos torna mais pobres; ao contrário, nos enriquece”.

“Tal como na Niceia, este objetivo só será possível através de um caminho paciente, longo e, por vezes, difícil de escuta e acolhimento recíproco. Trata-se de um desafio teológico e, mais ainda, de um desafio espiritual, que exige arrependimento e conversão da parte de todos. Por isso, precisamos de um ecumenismo espiritual de oração, louvor e culto, como aconteceu no Credo de Niceia e Constantinopla.”

Oração ao Espírito Santo 

A Carta conclui com uma oração do Papa Leão ao Espírito Santo, para que Ele possa acompanhar e guiar o caminho da unidade cristã, e reunir a Igreja no único rebanho de Cristo: 

“Santo Espírito de Deus, Vós guiais os fiéis no caminho da história (…) e, de época em época rejuvenesceis a fé da Igreja. Ajudai-nos a aprofundá-la e a voltar sempre ao essencial para a anunciar. (...) Vinde, divino Consolador, Vós que sois a harmonia, para unir os corações e as mentes dos crentes. Vinde e dai-nos o prazer da beleza da comunhão. Vinde, Amor do Pai e do Filho, para nos reunir no único rebanho de Cristo. Mostrai-nos os caminhos a seguir, para que, com a vossa sabedoria, voltemos a ser o que somos em Cristo: uma só coisa, para que o mundo acredite. Amém.”

Thulio Fonseca - Vatican News

______________________________________________________________________________
                                             Fonte: vaticannews.va  Fotos e vídeo: (@Vatican Media

Reflexão para o seu domingo:

Carregar a cruz

José Antonio Pagola

O relato da crucificação nos lembra a nós, seguidores de Jesus, que seu reino não é um reino de glória e de poder, mas de serviço, amor e entrega total para resgatar o ser humano do mal, do pecado e da morte.

Habituados a proclamar a “vitória da cruz” corremos o risco de esquecer que o Crucificado nada tem a ver com um falso triunfalismo que esvazia de conteúdo o gesto mais sublime de serviço humilde de Deus às suas criaturas. A cruz não é uma espécie de troféu que mostramos aos outros com orgulho, mas o símbolo do Amor crucificado de Deus, que nos convida a seguir seu exemplo.

Cantamos, adoramos e beijamos a cruz de Cristo porque, no mais profundo de nosso ser, sentimos a necessidade de dar graças a Deus por seu amor insondável, mas sem esquecer que a primeira coisa que Jesus nos pede insistentemente não é beijar a cruz, mas carregá-la. E isto consiste simplesmente em seguir seus passos de maneira responsável e comprometida, sabendo que esse caminho nos levará, mais cedo ou mais tarde, a compartilhar seu destino doloroso.

Não nos é permitido aproximar-nos do mistério da cruz de maneira passiva, sem intenção alguma de carregá-la. Por isso, precisamos tomar muito cuidado com certas celebrações que podem criar em torno da cruz uma atmosfera atraente, mas perigosa, se nos distraírem do seguimento fiel ao Crucificado, levando-nos a viver a ilusão de um cristianismo sem cruz. É precisamente ao beijar a cruz que precisamos escutar o chamado de Jesus: “Se alguém vier atrás de mim … carregue sua cruz e me siga”.

Para nós, seguidores de Jesus, reivindicar a cruz é aproximar-nos prestativamente dos crucificados, introduzir justiça onde se abusa dos indefesos, reclamar compaixão onde só existe indiferença diante dos que sofrem. Isto nos trará conflitos, rejeição e sofrimento. Será nossa maneira humilde de carregar a cruz de Cristo.

O teólogo católico Johann Baptist Metz vem insistindo no perigo de que a imagem do Crucificado esteja ocultando de nós o rosto dos que vivem hoje crucificados. No cristianismo dos países do bem-estar está ocorrendo, de acordo com ele, um fenômeno muito grave: “A cruz já não intranquiliza ninguém, não tem nenhum aguilhão; perdeu a tensão do seguimento de Jesus, não chama a nenhuma responsabilidade, mas exonera dela”.

Não precisamos todos nós rever qual é a nossa verdadeira atitude diante do Crucificado? Não precisamos aproximar-nos dele de maneira mais responsável e comprometida?

_______________________________________________________________________________

JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

____________________________________________________
                                          Fonte: franciscanos.org.br   Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos