domingo, 26 de janeiro de 2025

Papa Francisco neste Domingo da Palavra de Deus:

o Evangelho é nosso alimento cotidiano

Cerca de 6.500 fiéis participaram na Basílica Vaticana da missa presidida por Francisco por ocasião do Domingo da Palavra de Deus. Durante a celebração, o Pontífice conferiu o ministério do leitorado a 40 leigos de vários países.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

O Papa presidiu à Santa Missa na Basílica de São Pedro por ocasião da sexta edição do Domingo da Palavra de Deus, com a participação de milhares de jornalistas de mais de 130 países, presentes em Roma para o Jubileu dos Comunicadores.

Na homilia, o Pontífice refletiu sobre o Evangelho deste III Domingo do Tempo Comum, em que Jesus diz na sinagoga de Nazaré: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir» (Lc 4, 21).

“Ele é a Palavra viva, em quem toda a Escritura encontra o seu pleno cumprimento”, explicou o Pontífice. E nós, no hoje da Sagrada Liturgia, somos seus contemporâneos: também nós, cheios de admiração, abrimos o coração e a mente para O escutar. 

“Eu disse uma palavra: admiração. Quando nós ouvimos o Evangelho, as palavras de Deus, não se trata somente de ouvir, compreender. Não. Deve chegar ao coração e produzir o que disse: admiração. A Palavra de Deus sempre nos deslumbra, sempre nos renova, entra no coração e nos renova sempre.”

O brasileiro Marcelo Mito recebe a Bíblia das mãos do Papa

As cinco ações de Jesus

Francisco então identificou cinco ações que caracterizam a missão do Messias.

Antes de mais, Ele é enviado «para anunciar a Boa-Nova aos pobres». Eis o “evangelho”, a Boa-Nova que Jesus proclama: o Reino de Deus está próximo! O Senhor vem visitar o seu povo, cuidando dos humildes. Este Evangelho é palavra de compaixão, que nos chama à caridade, a um generoso compromisso social.

A segunda ação de Cristo é «proclamar a libertação aos cativos». O mal tem os dias contados, porque o futuro pertence a Deus. Jesus nos redime de toda a culpa e liberta o nosso coração de todas as amarras interiores. Este Evangelho é palavra de misericórdia, que nos chama a ser testemunhas apaixonadas de paz, solidariedade e reconciliação.

A terceira ação é dar «aos cegos, a recuperação da vista». O Messias abre-nos os olhos do coração, muitas vezes ofuscados pelo fascínio do poder e da vaidade: doenças da alma. Este Evangelho é palavra de luz, que nos chama à verdade e à coerência de vida.

A quarta ação de Jesus é «mandar em liberdade os oprimidos». Nenhuma escravatura resiste à ação do Messias, que nos faz irmãos no seu nome. Este Evangelho é palavra de liberdade, que nos chama à conversão do coração.

Por fim, a quinta ação: Jesus é enviado «a proclamar um ano favorável da parte do Senhor». É um Jubileu, como este que iniciamos, preparando-nos com esperança para o encontro definitivo com o Redentor. Este Evangelho é palavra de alegria, que nos chama a caminhar, como peregrinos, em direção ao Reino de Deus.

Rito das oferendas

Responder com ardor ao anúncio de Cristo

“Irmãos e irmãs, no domingo dedicado de modo especial à Palavra de Deus, agradeçamos ao Pai por nos ter dirigido o seu Verbo, feito homem para a salvação do mundo”, exortou o Papa. Quando lemos, rezamos e estudamos as Escrituras, não recebemos apenas informações sobre Deus, mas acolhemos o Espírito que nos recorda tudo o que Jesus disse e fez. O Santo Padre reiterou sua recomendação de sempre termos conosco uma edição de bolso do Evangelho para, durante o dia, ler um ou dois versículos e meditar.

Assim, o pedido de Francisco é para que respondamos com ardor ao alegre anúncio de Cristo. Com efeito, o Senhor não nos falou como a ouvintes mudos, mas como a testemunhas, chamando-nos a evangelizar em todos os tempos e lugares.

Na sequência, Francisco conferiu o ministério do leitorado a a 40 fiéis leigos, homens e mulheres de diferentes nações, sendo quatro do Brasil, e reforçou o que disse na homilia de sempre levarem consigo o Evangelho: "Este é nosso alimento cotidiano".

Ao final da missa, foi distribuída uma cópia do Evangelho de Lucas a todos os presentes.

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Assista:

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Papa no Angelus:
podemos saber tudo sobre Jesus,
mas ainda assim não reconhecê-lo

Durante o Angelus deste domingo (26/01), o Papa Francisco destacou a importância de reconhecer Jesus como o Salvador que traz uma mensagem que ninguém mais pode nos dar. "Nós também somos chamados a nos questionar sobre sua identidade e missão em nossa vida", afirmou o Pontífice, convidando os fiéis a refletirem sobre a autoridade única de Cristo.

Neste domingo, 26 de janeiro, o Papa Francisco, após presidir a missa na Basílica de São Pedro, também se encontrou com milhares de fiéis e peregrinos para a oração mariana do Angelus, na Praça São Pedro. Em sua reflexão, inspirada no Evangelho de Lucas, o Santo Padre recordou o momento em que Jesus, na sinagoga de Nazaré, leu a passagem do profeta Isaías e proclamou: “Hoje se cumpriu esta Escritura” (Lc 4,21), anunciando sua missão evangelizadora e libertadora enquanto Messias.

Francisco ressaltou o impacto dessa declaração entre os conterrâneos de Jesus, que, por conhecê-lo como "o filho do carpinteiro", não conseguiam aceitar sua identidade como o Cristo. "Eles pensavam conhecê-lo bem demais, e isso, ao invés de abrir suas mentes e corações, os bloqueava, como um véu que obscurece a luz", observou o Papa.

Reconhecer a mensagem de Jesus

O Papa destacou que essa atitude dos nazarenos ainda pode ser vista em nossos dias: "Também nós somos interpelados pelas palavras e pela presença de Jesus. Às vezes, pensamos que já o conhecemos, que não há nada de novo a descobrir, porque crescemos com Ele, no catecismo, na paróquia ou em um país de cultura cristã."

Segundo Francisco, esse senso de familiaridade pode nos impedir de reconhecer a singularidade de Cristo e sua mensagem. "Reconhecemos que Jesus traz uma mensagem de salvação que ninguém mais pode nos dar? Sentimos que, de algum modo, também somos pobres, prisioneiros, cegos e oprimidos, necessitados de sua graça?", questionou o Pontífice.

Ao concluir sua reflexão, o Papa confiou os fiéis à intercessão de Maria, Mãe de Deus, pedindo sua ajuda para redescobrir Jesus.

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