sexta-feira, 11 de setembro de 2020

24º Domingo do tempo Comum:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Eclo 27,33-28,9
Leitura do Livro do Eclesiástico: 
O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados.
Perdoa a injustiça cometida por teu próximo; assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? Se ele, que é um mortal, guarda rancor, quem é que vai alcançar perdão para os seus pecados?
Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; pensa na destruição e na morte, e persevera nos mandamentos. Pensa nos mandamentos, e não guardes rancor ao teu próximo. Pensa na aliança do Altíssimo, e não leves em conta a falta alheia!
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 Salmo: 102
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.
- Bendize, ó minha alma, ao Senhor,/ e todo o meu ser, seu santo nome!/ Bendize, ó minha alma, ao Senhor,/ não te esqueças de nenhum de seus favores!
- Pois ele te perdoa toda culpa,/ e cura toda a tua enfermidade;/ da sepultura ele salva a tua vida/ e te cerca de carinho e compaixão.
- Não fica sempre repetindo as suas queixas,/ nem guarda eternamente o seu rancor./ Não nos trata como exigem nossas faltas,/ nem nos pune em proporção às nossas culpas.
- Quanto os céus por sobre a terra se elevam,/ tanto é grande o seu amor aos que o temem;/ quanto dista o nascente do poente,/ tanto afasta para longe nossos crimes.
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2ª Leitura: Rm 14,7-9
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos: Ninguém dentre vós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto: para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.
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Evangelho:  Mt 18,21-35
Leitura do Evangelho de São Mateus:
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?”
Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, levaram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida.  O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’ Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia.  Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’
O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.



Reflexão

Limites humanos

Dentro dos limites aludidos acima, o que falta mesmo é a correção fraterna, a valorização do outro como um “outro eu”
Incrivelmente, mesmo com toda capacidade concentrada na história da vida humana, que significa reflexo do poder da mente de cada pessoa, principalmente dos intelectuais, mesmo assim chega-se a um momento de confronto com os limites e com a impossibilidade de agir no além. Diferente dos irracionais, os indivíduos humanos são capacitados para construir ambientes favoráveis à vida.
  Dom Paulo Mendes Peixoto
Além dos limites da razão, também como fruto da escolha humana, existe o amor com dimensão de eternidade. É aí que podemos falar de fé como capacidade de enxergar além dos limites humanos. Deus se confunde com o verdadeiro amor, que tem como força motora a capacidade do perdão. Perdoar significa reconhecer os limites da racionalidade e a certeza de pertença ao Senhor.
Mesmo com a evidência de perfeição da tecnologia, ela não ultrapassa os limites de confronto com a esfera sideral. O progresso da cultura hodierna não proporciona plenitude, porque a vida na terra tem seus limites. A covid-19 mostra claramente esse aspecto, e deixa uma insegurança preocupante para todas as pessoas do planeta. Afinal, já são mais de 120 mil falecidos, com esse vírus, no país.
A “coerência” é a palavra mágica que autentica os limites da ação humana. Ela deve ser aqui traduzida pelo termo honestidade. Infelizmente existe muita prática de desonestidade e desvio de conduta na administração dos bens da sociedade. A justiça está ancorada nos ensinamentos da Palavra de Deus, mas totalmente instrumentalizada nas tratativas da cultura moderna.
Os limites humanos estão relacionados com a maneira como acontece o comportamento das pessoas na mentalidade atual. Está muito visível o reino da intolerância, do isolamento, do rancor e de práticas egoísticas. Ultrapassando os limites, tornou-se comum o gesto hediondo dos assassinatos, feminicídios, suicídios, como o desrespeito para com as pessoas mais vulneráveis e indefesas.
Dentro dos limites aludidos acima, o que falta mesmo é a correção fraterna, a valorização do outro como um “outro eu”. É a dimensão que vai além da esfera humana, do nível das hipocrisias até chegar ao patamar da espiritualidade proposta por Jesus Cristo. Pelo caminho do perdão e do amor é possível realizar uma prática divina dentro dos limites do humano. Basta entender a riqueza da vida.
                                                                             Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba
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                          Fontecnbbleste2.org.br    Banner: cnbb.org.br    Ilustração: franciscanos.org.br

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