sexta-feira, 21 de junho de 2024

12º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura: Jó 38,1.8-11

Leitura do Livro de Jó:

O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse:

“Quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, e disse: ‘Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas?’”

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Responsório: Sl 106

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom,/ porque eterna é a sua misericórdia!

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom,/ porque eterna é a sua misericórdia!

— Os que sulcam o alto-mar com seus navios,/ para ir comerciar nas grandes águas,/ testemunharam os prodígios do Senhor/ e as suas maravilhas no alto-mar.

— Ele ordenou, e levantou-se o furacão,/ arremessando grandes ondas para o alto;/ aos céus subiam e desciam aos abismos,/ seus corações desfaleciam de pavor.

— Mas gritaram ao Senhor na aflição,/ e ele os libertou daquela angústia./ Transformou a tempestade em bonança,/ e as ondas do oceano se calaram.

— Alegraram-se ao ver o mar tranquilo,/ e ao porto desejado os conduziu./ Agradeçam ao Senhor por seu amor/ e por suas maravilhas entre os homens!

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2ª Leitura: 2Cor 5,14-17
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios:

Irmãos: O amor de Cristo nos pressiona, pois julgamos que um só morreu por todos, e que, logo, todos morreram.

De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

Assim, doravante, não conhecemos ninguém conforme a natureza humana. E, se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos assim.

Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo.

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Evangelho: Mc 4,35-41

Proclamação do Evangelho de São  Marcos

Nesse dia, quando chegou a tarde, Jesus disse a seus discípulos: «Vamos para o outro lado do mar.» Então os discípulos deixaram a multidão e o levaram na barca, onde Jesus já se encontrava. E outras barcas estavam com ele.

Começou a soprar um vento muito forte, e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já estava se enchendo de água. Jesus estava na parte de trás da barca, dormindo com a cabeça num travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: «Mestre, não te importa que nós morramos?» Então Jesus se levantou e ameaçou o vento e disse ao mar: «Cale-se! Acalme-se!» O vento parou e tudo ficou calmo. Depois Jesus perguntou aos discípulos: «Por que vocês são tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?» Os discípulos ficaram muito cheios de medo e diziam uns aos outros: «Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?»

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Reflexão do padre Johan Konings:

Maior que a tempestade: "Quem é este?"

O evangelho conta a história da tempestade acalmada. Imaginemos a cena: a tempestade levantando ondas que cobrem o barco com os discípulos – e Jesus, dormindo… Quando o acordam, Jesus conjura os ventos e o mar, e vem a calmaria. Jesus censura-lhes a falta de fé, e eles perguntam: “Quem é este, a quem o vento e o mar obedecem?” (Mc 4,41). Aos fiéis presentes na celebração a resposta já foi dada na 1ª leitura (Jó 38,1.8-11) e no salmo de meditação que a acompanha (SI 107[106]): quem manda na tempestade e no mar é Deus ou aquele que age com seu poder. Jesus se revela através de seu poder soberano, divino. Por isso, ele pode dormir tranquilo no barco atormentado pelas ondas, como também pode levantar-se para acalmar o mar.

Essa história é muito instrutiva. Em primeiro lugar: a tempestade. Quando tudo está tranquilo em torno de nós, ternos a tendência de confiar em nossas próprias forças, seguros de que “tudo vai dar certo”. E Deus fica sobrando. Mas quando surge uma tempestade, percebemos que nossas forças são pequenas e pouco fidedignas. Então recorremos a Deus, não tanto por amor a ele quanto por amor a nossa pele. Pouco importa. O importante é descobrirmos que nossa vida está nas mãos Dele.

Na tempestade, Deus surge com poder (SI 65[64], 8). Quando de repente nos vemos entregues as contradições da vida e da história, importa lembrarmo-nos daquele a quem o vento e o mar obedecem: não só Deus, mas Jesus de Nazaré, nosso guia. Mas o melhor á nunca o esquecer e tê-lo sempre diante dos olhos. Enquanto não percebemos sua presença e o poder que está nele, temos medo, ainda não temos fé (Mc 4,40).

E que fé é essa? Fé para ter proteção, cura, bem-estar? Claro que a gente espera tudo isso de Deus. Mas isso passa por uma pessoa com nome e sobrenome. Perguntamos: “Quem é este?” Damos crédito a ele, por causa do poder que manifesta. Mas seu gesto major não é um gesto de poder, e sim, de entrega cia própria vida. A fé por causa do poder é apenas um aperitivo para que acreditemos no Crucificado. A tempestade acalmada vem no inicio da caminhada de Jesus; no fim, estão a cruz e a ressurreição.

Assim, nas aflições da vida, procurando segurança em Deus, encontramos Jesus diante de nós, poderoso, sim, mas isso, em última instância, por meio da cruz, por meio de sua doação por amor. Ai, ele revela o poder maior de Deus em sua pessoa. Reconhecendo isso, teremos confiança para enfrentar as tempestades de nossa história.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella

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Fonte: franciscanos.org.br   Imagem: vaticannews.va  Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos

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