sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Paróquia São José - Paraisópolis (MG):

Horários de missa e outros eventos

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Dia 19 - Sexta-feira

Não haverá missa na matriz às 5h30

19h - Missa na comunidade do Goiabal

19h - Grupo de oração Maranathá na capela da Soledade

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Dia 20 - Sábado

9h - Reunião Setorial da Pastoral do Batismo

15h30h - Reunião Setorial da Pastoral Vocacional

18h30 - Terço vocacional na matriz     19h - Missa na matriz

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Dia 21 - 25º Domingo do Tempo Comum

7h e 9h - Missa na Matriz

11h - Missa na igreja de Santa Edwiges    11h - Batizados na matriz

15h - Procissão da Mãe e Rainha    16h - Missa na ermida Mãe e Rainha

16h - Missa na igreja de Santo Antônio     19h - Missa na matriz

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25º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Am 8,4-7

Leitura do profeta Amós

Ouvi isto, vós, que maltratais os humildes e causais a prostração dos pobres da terra; vós que andais dizendo: “Quando passará a lua nova, para vendermos bem a mercadoria? E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos, e adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?” Por causa da soberba de Jacó, jurou o Senhor: “Nunca mais esquecerei o que eles fizeram”.

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Responsório: Sl 112

— Louvai o Senhor, que eleva os pobres!

— Louvai o Senhor, que eleva os pobres!

— Louvai, louvai, ó servos do Senhor,/ louvai, louvai o nome do Senhor!/ Bendito seja o nome do Senhor,/ agora e por toda a eternidade!

— O Senhor está acima das nações,/ sua glória vai além dos altos céus./ Quem pode comparar-se ao nosso Deus,/ ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono/ e se inclina para olhar o céu e a terra?

— Levanta da poeira o indigente/ e do lixo ele retira o pobrezinho,/ para fazê-lo assentar-se com os nobres,/ assentar-se com os nobres do seu povo.

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2ª Leitura: 1Tm 2,1-8

Leitura da Pimeira Carta de São Paulo a Timóteo

Caríssimo: Antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade.

Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, que se entregou em resgate por todos. Este é o testemunho dado no tempo estabelecido por Deus, e para este testemunho eu fui designado pregador e apóstolo, e — falo a verdade, não minto — mestre das nações pagãs na fé e na verdade. Quero, portanto, que em todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem discussões.

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Evangelho: Lc 16,1-13

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Jesus dizia aos discípulos: «Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar esbanjando os bens dele. Então o chamou, e lhe disse: ‘O que é isso que ouço contar de você? Preste contas da sua administração, porque você não pode mais ser o meu administrador’. Então o administrador começou a refletir: ‘O senhor vai tirar de mim a administração. E o que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o que vou fazer para que, quando me afastarem da administração tenha quem me receba na própria casa’. E começou a chamar um por um os que estavam devendo ao seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto é que você deve ao patrão?’ Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, sente-se depressa, e escreva cinquenta’. Depois perguntou a outro: ‘E você, quanto está devendo?’ Ele respondeu: ‘Cem sacas de trigo’. O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, e escreva oitenta’ . E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza. De fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz.

«E eu lhes declaro: Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, e assim, quando o dinheiro faltar, os amigos receberão vocês nas moradas eternas. Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes. Por isso, se vocês não são fiéis no uso do dinheiro injusto, quem lhes confiará o verdadeiro bem? E se não são fiéis no que é dos outros, quem lhes dará aquilo que é de vocês? Nenhum empregado pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro.»

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Reflexão do padre Johan Konings

A riqueza bem utilizada

A presente liturgia, pela segunda semana seguida, está usando os textos de Amós como “aperitivo” para se ouvir, depois, as palavras de Jesus. A 1ª leitura é uma crítica inflamada de Amós contra os que “compram os pobres por dinheiro”. Mas, no evangelho, Jesus conta uma parábola que parece louvar o suborno que um administrador de fazenda comete para “comprar” amigos para o dia em que ele for despachado do seu serviço. Como foi que Jesus escolheu este exemplo para explicar que ninguém pode servir a dois senhores (Deus e o dinheiro)? Entendamos bem.

Quando Jesus propõe uma parábola, devemos olhar bem em que consiste a comparação. Jesus não está igualando o suborno do homem ao bom comportamento moral. Não quer justificar a safadeza desse filho das trevas, mas apenas mostrar sua “previdência”: largou o peixe pequeno para apanhar o grosso. Diminuiu o débito dos devedores – perdendo inclusive sua comissão sobre uma parte das dívidas a cobrar – para lograr a amizade dessas pessoas, que ia ser mais útil que a comissão ganha sobre a cobrança da dívida… Então a lição é a seguinte: dar preferência àquilo que agrada a Deus e ao seu projeto, acima do lucro financeiro. E o projeto de Deus é: justiça e amor para com os seus filhos, em primeiro lugar os pobres.

A riqueza de nossa sociedade deve ser usada para estarmos bem com os pobres. A riqueza é passagem. Se vivermos em função dela, estaremos algum dia com a calça na mão. Mas se a tivermos investido num projeto de justiça e fraternidade para com os mais pobres, teremos ganho a amizade deles e de Deus, para sempre.

Jesus não nos propõe como exemplo a administração fraudulenta do administrador, mas a previdência dele. Observe-se que Jesus declara o dinheiro injusto – todo e qualquer dinheiro. Pois, de fato, o dinheiro é o suor do operário acumulado nas mãos daqueles que se enriquecem com o trabalho dele. Todo o dinheiro tem cheiro de exploração, de capital não investido em bens para os que trabalham. Mas já que a sociedade por enquanto funciona com este recurso injusto, pelo menos usemo-lo para a única coisa que supera a caducidade de todo esse sistema: o amor e fraternidade para com os outros filhos de Deus, especialmente os mais deserdados e explorados. Assim corresponderemos à nossa vocação de filhos de Deus. Não serviremos ao dinheiro, mas usaremos para servir ao único Senhor.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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           Fonte: franciscanos.org.br  Bannersx.com/vaticannews_pt Frei Fábio M. Vasconcelos

Leão XIV na Assembleia Diocesana em São João de Latrão:

estabelecer uma pastoral solidária,
sem julgamentos, que saiba acolher a todos.

O Bispo de Roma abraça seu povo na Assembleia Diocesana em São João de Latrão. Ele exorta a trabalhar por uma Igreja que se torne um laboratório de sinodalidade, fortalecendo a formação dos organismos de participação e dos catequistas, envolvendo os jovens e as famílias, a serviço dos mais pobres e dos mais frágeis.

O Papa Leão XIV abriu oficialmente o novo ano pastoral da Diocese de Roma com a Assembleia Diocesana realizada, na tarde desta sexta-feira (19/09), na Basílica de São João de Latrão.

O Pontífice iniciou o seu discurso, agradecendo aos presentes, em sua catedral, sede da Diocese de Roma, por sua presença e "pela alegria de seu discipulado, pelo trabalho pastoral, pelos fardos que carregam e pelos que tiram dos ombros de muitos que batem às portas das suas comunidades".

Leão XIV destacou a palavra "dom", dita por Jesus à Samaritana, "Se você conhecesse o dom de Deus", indicando que "este dom é o Espírito Santo, que sacia a nossa sede e irriga a nossa aridez, iluminando o nosso caminho". Indica também "o Espírito Santo, o Espírito criador capaz de renovar todas as coisas", conforme usada nos Atos dos Apóstolos pelo Evangelista Lucas.

Caminho sinodal

De acordo com o Papa, "através do processo sinodal, o Espírito suscitou a esperança de uma renovação eclesial, capaz de revitalizar as comunidades, para que cresçam no estilo evangélico, na proximidade a Deus e na presença do serviço e do testemunho no mundo".

“O fruto do caminho sinodal, após um longo período de escuta e debate, foi, antes de tudo, o impulso a valorizar os ministérios e os carismas, inspirando-se na vocação batismal, colocando no centro a relação com Cristo e o acolhimento dos irmãos, começando pelos mais pobres, partilhando suas alegrias e dores, suas esperanças e esforços.”

Segundo Leão XIV, "desta forma, é destacado o caráter sacramental da Igreja que, como sinal do amor de Deus pela humanidade, é chamada a ser canal privilegiado para que a água viva do Espírito possa chegar a todos. Isso requer a exemplaridade do povo santo de Deus. Como sabemos, sacramentalidade e exemplaridade são dois conceitos-chave da eclesiologia do Concílio Vaticano II e da hermenêutica do Papa Francisco". "Vocês se lembrarão o quanto ele apreciava o tema patrístico do mysterium lunae, ou seja, da Igreja vista no reflexo da luz de Cristo, da relação com Ele, sol da justiça e luz das nações", acrescentou.


Laboratório de sinodalidade

Na nota que acompanha o Documento Final da XVI Assembleia Sinodal, o Papa Francisco escreveu que ele "contém indicações que, à luz de suas orientações básicas, já podem ser acolhidas pelas Igrejas locais e pelos agrupamentos de Igrejas, levando em consideração os diferentes contextos, o que já foi feito e o que ainda precisa ser feito para aprender e desenvolver cada vez mais o estilo específico da Igreja sinodal missionária".

“Pois bem, cabe-nos agora trabalhar para que a Igreja que vive em Roma se torne um laboratório de sinodalidade, capaz — com a graça de Deus — de realizar "obras do Evangelho" num contexto eclesial marcado por desafios, especialmente na transmissão da fé, e numa cidade que precisa de profecia, marcada por numerosas e crescentes situações de pobreza econômica e existencial, com jovens muitas vezes desorientados e famílias frequentemente sobrecarregadas.”

Participação ativa de todos na vida da Igreja

De acordo com o Papa, "uma Igreja sinodal em missão precisa desenvolver um estilo que valorize os dons de cada um e compreenda o papel da liderança como um exercício pacífico e harmonioso, para que, na comunhão inspirada pelo Espírito, o diálogo e as relações nos ajudem a vencer as numerosas pressões de oposição ou de isolamento defensivo".

"O dinamismo sinodal deve ser nutrido nos contextos reais de cada Igreja local", disse ainda o Pontífice, ressaltando que isso significa "trabalhar pela participação ativa de todos na vida da Igreja". De acordo com o Papa, "um instrumento para fortalecer a visão de uma Igreja sinodal e missionária são os organismos de participação", pois "eles ajudam o Povo de Deus a exercer plenamente sua identidade batismal, fortalecem o vínculo entre os ministros ordenados e a comunidade e orientam o processo desde o discernimento comunitário até as decisões pastorais". "Por isso, convido-os a reforçar a formação de organismos de participação e, a nível paroquial, a rever os passos dados até agora ou, onde tais organismos não existam, a compreender quais são os obstáculos para poder superá-los", sublinhou.


Pensar e projetar juntos

A seguir, o Papa falou sobre "as prefeituras e outros organismos que conectam diferentes áreas da vida pastoral, bem como os próprios setores diocesanos, projetados para conectar melhor as paróquias vizinhas num determinado território com o centro da diocese". De acordo com o Pontífice, existe o risco de que essas "realidades percam sua função de instrumentos de comunhão e se reduzam a algumas reuniões, onde se discute juntos algum tema para depois voltar a pensar e viver a pastoral isoladamente, no próprio recinto paroquial e nos próprios esquemas".

“Hoje, como sabemos, num mundo que se tornou mais complexo e numa cidade que corre a grande velocidade e onde as pessoas vivem em permanente mobilidade, precisamos pensar e projetar juntos, saindo dos limites pré-estabelecidos e experimentando iniciativas pastorais comuns. Por isso, exorto-os a fazer desses organismos verdadeiros espaços de vida comunitária onde se exerça a comunhão, lugares de confronto onde se realize o discernimento comunitário e a corresponsabilidade batismal e pastoral.”

Cuidar de quem expressa o desejo do Batismo

A seguir, o Papa se deteve nos objetivos a serem perseguidos com estilo sinodal. O primeiro é cuidar da relação entre iniciação cristã e evangelização, "tendo em mente que a solicitação dos sacramentos está se tornando uma opção cada vez menos praticada". "Nesta perspectiva, é necessário cuidar com delicadeza e atenção daqueles que expressam o desejo do Batismo na adolescência e na idade adulta. Os escritórios do Vicariato responsáveis por isso devem trabalhar com as paróquias, tendo especial cuidado com a formação contínua dos catequistas", sublinhou.

Uma pastoral capaz de incidir no tecido social

O segundo objetivo é o envolvimento dos jovens e das famílias. Segundo Leão XIV é "urgente estabelecer uma pastoral solidária, empática, discreta, sem julgamentos, que saiba acolher a todos e propor percursos mais personalizados possíveis, adequados às diferentes situações de vida dos destinatários. Como as famílias têm dificuldade em transmitir a fé e podem ser tentadas a fugir dessa tarefa, devemos procurar acompanhá-las sem nos substituirmos a elas, tornando-nos companheiros de caminho e oferecendo instrumentos para a busca de Deus". "Uma pastoral que se torna como uma escola capaz de introduzir à vida cristã, de acompanhar as fases da vida, de tecer relações humanas significativas e, assim, de incidir também no tecido social, especialmente a serviço dos mais pobres e dos mais frágeis", ressaltou.

Comunidades cristãs generativas

O terceiro e último objetivo é a formação em todos os níveis. "Vivemos uma emergência educativa e não devemos nos iludir que a simples continuação de algumas atividades tradicionais manterá vivas as nossas comunidades cristãs. Elas devem se tornar generativas: ser um ventre que inicia para fé e um coração que procura aqueles que a abandonaram. As paróquias precisam de formação e, onde não existem, seria importante incluir cursos bíblicos e litúrgicos, sem transcurar as questões que ressoam nas gerações mais jovens, mas que nos dizem respeito a todos: a justiça social, a paz, o complexo fenômeno das migrações, o cuidado da criação, o exercício adequado da cidadania, o respeito na vida de casal, o sofrimento mental e as dependências, e muitos outros desafios".

"O trecho evangélico da samaritana conclui-se com um crescendo missionário, pois ela vai contar aos outros o que aconteceu, e eles vão até Jesus e chegam à profissão de fé. Estou certo de que também na nossa diocese, o caminho iniciado e acompanhado nos últimos anos nos levará a amadurecer na sinodalidade, na comunhão, na corresponsabilidade e na missão", concluiu o Papa.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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                                                       Fonte: vaticannews.va  Fotos: (@Vatican Media

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Mensagens da Igreja apontam

para a importância dos católicos na busca da ética na Política

A população brasileira assiste, com preocupações, as ações políticas que vêm se desenvolvendo no Brasil. Num contexto em que a própria democracia carece de atenção e fortalecimento, as palavras dos bispos do Brasil, e consequentemente da CNBB, iluminam o compromisso e a esperança por uma sociedade mais justa e fraterna, tendo a dignidade humana e o cuidado com a criação como protagonistas em suas pautas.

Nas últimas semanas, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 192/2023, que foi para sanção presidencial. O texto altera a Lei da Ficha Limpa e desfigura os principais mecanismos de proteção, beneficiando especialmente aqueles condenados por crimes graves que poderão se candidatar até antes do cumprimento total das penas. Também o PLP nº 112, de 2021 (Novo Código Eleitoral) foi tema de discussão no Senado, com alterações que afetam tanto a Lei da Ficha Limpa quanto a Lei nº 9.840, de 1999, além de outros pontos, como emendas parlamentares e demais questões relevantes ao processo eleitoral.

Na Câmara dos Deputados foi aprovada ontem, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 3/2021, marcada como “PEC da Blindagem”. Assim, para que um parlamentar seja processado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), será necessária autorização da Câmara e do Senado em votação secreta.

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), do qual a CNBB faz parte, repudiou as aprovações e ressaltou que “a sociedade deve permanecer atenta e vigilante, cobrando de cada representante do seu estado, deputados e senadores, o compromisso com a ética, a responsabilidade e a defesa da democracia”.

Diante das propostas que ameaçam a transparência e fortalecem a impunidade devemos nos questionar: “Quem protegerá a sociedade brasileira das incongruências do próprio Congresso Nacional?”. A resposta vem da ideia de que a democracia se fortalece quando a sociedade participa, fiscaliza e exige responsabilidade de seus representantes.

Mensagens que iluminam a boa política

Com atuação histórica na construção de processos que fortalecem a Democracia no Brasil, os bispos enviam periodicamente mensagens ao povo brasileiro, especialmente nos contextos eleitorais.

Em 2018, por exemplo, o desejo dos bispos era que as eleições daquele ano pudessem “garantir o fortalecimento da democracia e o exercício da cidadania da população brasileira”. Esse fortalecimento seria, assim, um passo importante para que o Brasil reafirmasse a normalidade democrática, superasse a crise institucional, garantisse a independência e a autonomia dos três poderes.

Na mesma mensagem, os bispos destacaram que “o bem maior do País, para além de ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos, quanto de eleitores”.

Já em 2022, a Presidência da CNBB salientou que, pelo exercício responsável e consciente do voto, “a população tem a capacidade de refazer caminhos, corrigir equívocos e reafirmar valores”.

A Igreja vem constantemente reafirmando a corresponsabilidade das nações com o desenvolvimento humano por meio de diversas ações, dentre as quais, o não favorecimento de sistemas corruptos que impedem o desenvolvimento digno dos povos. É necessário relembrar que perante tantas formas de política mesquinhas e fixadas no interesse imediato, a grandeza política mostra-se quando, em momentos difíceis, se trabalha com base em grandes princípios e pensando no bem comum a longo prazo.

O Papa Leão XIV tem destacado a importância da busca pelo bem comum na atividade política: “à tarefa que vos foi confiada de promover e tutelar, acima de qualquer interesse particular, o bem da comunidade, o bem comum, especialmente em defesa dos mais frágeis e marginalizados”.

Aos políticos, o Pontífice propôs que “se unam cada vez mais a Jesus, vivam e testemunhem isso”. E foi claro de que não há separação entre o homem político e o cristão:

“Há o homem político que, sob o olhar de Deus e da sua consciência, vive de forma cristã os próprios compromissos e as próprias responsabilidades!”

Saiba mais:

Nota da CNBB sobre os ataques à Lei da Ficha Limpa

A CNBB e a luta pela ética na política: o legado da Lei da Ficha Limpa e seus impactos no combate à corrupção no Brasil

Mensagem ao Povo Brasileiro – 59ª Assembleia Geral da CNBB

Eleições 2018: compromisso e esperança

Papa Leão XIV aos governantes

Papa Leão XIV às personalidades políticas da França

Nota da CNBB sobre o PLP 192/2023

Por Luiz Lopes

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Papa Leão em livro:

saiamos das polarizações,
construamos pontes na Igreja e no mundo

Publicado o livro León XIV: cidadão do mundo, missionário do século XXI com o texto integral da entrevista concedida pelo Pontífice à jornalista de Crux, Elise Ann Allen. Entre os temas abordados: o drama de Gaza, a política sobre a China, o papel das mulheres, a acolhida às pessoas LGBT+, os abusos, a situação financeira da Santa Sé, IA e fake news.

Capa do livro

Como Papa, papel no qual busca "construir pontes" e "não alimentar ainda mais a polarização" no mundo e na Igreja, ele denuncia a situação "terrível" em Gaza, à qual "não podemos nos tornar insensíveis", e afirma que a Santa Sé "não considera", neste momento, que "qualquer declaração possa ser feita" sobre a definição de genocídio. Em seguida, assegura que não deseja interferir na política de seu país natal, os Estados Unidos, mas que "não tem medo" de levantar questões, mesmo com o presidente Trump, sobre questões urgentes. Em relação à China, ele assegura que dará continuidade às políticas da Santa Sé e de seus antecessores e, seguindo Francisco, espera continuar nomeando mulheres para cargos de liderança, reiterando que não tem intenção de mudar o ensinamento da Igreja sobre a ordenação feminina. O mesmo vale para pessoas LGBTQ+: acolhida a "todos, todos, todos", mas "o ensinamento da Igreja continuará como está". Ele descreve o abuso como uma verdadeira crise; pede a maior proximidade para com as vítimas, mas lembra que, por vezes, foram feitas falsas acusações. Em relação à outra "crise", a financeira, pede que não nos "choramingemos" e, em vez disso, continuemos a desenvolver planos: "Mas não perco o sono por causa disso".

Perguntas e respostas sobre questões urgentes da atualidade para a Igreja e o mundo estão presentes na entrevista – a primeira concedida - do Papa Leão XIV para Elise Ann Allen, jornalista de Crux. Em 14 de setembro, aniversário de Robert Francis Prevost, trechos da conversa foram divulgados antecipadamente, acompanhando o volume biográfico "León XIV: ciudadano del mundo, misionero del siglo XXI", lançado esta quinta-feira, 18 de setembro, em espanhol pela Penguin Peru.

O drama de Gaza

Entre as primeiras perguntas ao Papa está a situação em Gaza. "Embora tenha havido alguma pressão" sobre Israel por parte dos Estados Unidos e apesar de algumas declarações do presidente Trump, "não houve uma resposta clara" para "aliviar o sofrimento da população", enfatizou o Papa Leão XIV. "Isso é muito preocupante", dadas as condições em que tantas pessoas, especialmente crianças, sofrem de "fome verdadeiramente". No futuro, "elas precisarão de cuidados médicos significativos, bem como de ajuda humanitária". O Papa espera que as pessoas não se tornem "insensíveis" ao que está acontecendo na Faixa de Gaza: "É terrível ver essas imagens na televisão... não se pode suportar tanta dor."

A palavra "genocídio"

Sobre o uso da palavra genocídio, que "é cada vez mais usada" em relação à tragédia em Gaza, o Papa enfatizou que "oficialmente, a Santa Sé não considera que qualquer declaração sobre o assunto possa ser feita neste momento". "Há uma definição muito técnica do que pode ser genocídio. Mas cada vez mais pessoas estão levantando a questão, incluindo dois grupos de direitos humanos em Israel que emitiram essa declaração."

Relações com a China

Ainda no âmbito da geopolítica, Leão XIV olha para o outro ator global: a China. Ele garante que dará continuidade à "política que a Santa Sé segue há alguns anos", sem pretender ser "mais sábio ou experiente" do que seus antecessores. Há muito tempo, mantém "diálogo constante com diversos chineses" e busca "obter uma compreensão mais clara de como a Igreja pode continuar sua missão, respeitando tanto a cultura quanto as questões políticas", bem como com o grupo "significativo" de católicos que "há muitos anos experimentam uma espécie de opressão ou dificuldade em viver livremente sua fé sem tomar partido". "É uma situação muito difícil", admite o Bispo de Roma.

Política dos EUA

No geral, o primeiro Papa dos Estados Unidos não acredita que suas origens possam fazer muita diferença na dinâmica global. Ele, no entanto, espera que isso faça diferença em seu relacionamento com o episcopado estadunidense, onde houve atritos com o pontificado anterior: "O fato de eu ser estadunidense significa, entre outras coisas, que as pessoas não podem dizer, como fizeram com Francisco, 'ele não entende os Estados Unidos, simplesmente não vê o que está acontecendo'".

Leão deixa claro: "Não tenho intenção de me envolver em política partidária". E sobre seu relacionamento com Trump, ele afirma: "seria muito mais apropriado que a liderança da Igreja nos Estados Unidos se envolvesse com ele". É claro que, se houvesse temas específicos para discutir, "eu não teria problema em fazê-lo". O próprio Trump disse recentemente que não tem intenção de se encontrar com o Papa, acrescentando: "seu irmão é um bom sujeito". Trata-se de uma referência ao seu irmão mais velho, Louis, que ele recebeu no Salão Oval alguns dias após o Conclave. "Um dos meus irmãos o encontrou e ele foi muito aberto sobre suas opiniões políticas", confirma o Papa Leão. Ele também fala de Louis em outra parte da entrevista, quando, descrevendo seu relacionamento com a família (além do irmão mais velho, também há seu segundo irmão, John), comenta: "Ainda somos muito próximos, embora se esteja politicamente muito distante".

A crise dos abusos na Igreja

A entrevista dedica um espaço considerável à crise dos abusos sexuais na Igreja. Uma crise que ainda não foi resolvida, enfatiza o Pontífice, pedindo "grande respeito" pelas vítimas, muitas das quais carregam as feridas dos abusos por toda a vida. Leão XIV cita estatísticas que mostram que "mais de 90% dos que se apresentam e fazem acusações são vítimas verdadeiras". Não estão inventando nada, é claro. No entanto, há "casos comprovados de algumas acusações falsas" e alguns padres "tiveram suas vidas destruídas". As acusações "não anulam a presunção de inocência", observa o Papa Leão. "Portanto, também os padres devem ser protegidos, ou os acusados ​​devem ser protegidos, seus direitos devem ser respeitados. Mas mesmo dizer isso às vezes causa maior sofrimento para as vítimas."

De qualquer forma, explica ele, "a questão dos abusos sexuais não pode se tornar o fulcro da Igreja": "A grande maioria dos envolvidos na Igreja — padres, bispos e religiosos — nunca abusou de ninguém. Portanto, não podemos permitir que toda a Igreja se concentre exclusivamente nesta questão."

Acolhimento de pessoas LGBTQ+

Ele também menciona as questões das pessoas LGBTQ+ e das mulheres. Sobre a primeira questão, o Papa explica que não quer promover a polarização na Igreja. Ele fala da Fiducia supplicans, enfatizando que a mensagem fundamental desse documento é "certamente, podemos abençoar a todos, mas não devemos buscar uma maneira de ritualizar qualquer bênção". Leão XIV certamente abraça a mensagem de Francisco de acolher "todos, todos, todos": "Todos são convidados", não por causa de uma "identidade específica", mas porque todos são filhos de Deus. Isso não implica, no entanto, uma mudança na Doutrina: "Acho altamente improvável, certamente num futuro próximo, que a Doutrina da Igreja mude em termos do que a Igreja ensina sobre sexualidade, o que a Igreja ensina sobre o matrimônio", afirma. Ou seja, "de uma família composta por um homem e uma mulher", "abençoados no sacramento do matrimônio".

O papel das mulheres

Nem o magistério sobre a ordenação feminina mudará. O Papa afirma que "seguirá os passos de Francisco, nomeando mulheres para cargos de liderança em vários níveis da vida da Igreja". A questão "controversa" é a das chamadas diaconisas: "Por enquanto, não tenho intenção de mudar a doutrina da Igreja sobre o assunto".

A situação financeira da Santa Sé

A posição do Papa sobre a situação financeira da Santa Sé é mais "aberta". A abordagem do Papa é pragmática: "Estou começando a ter ideias claras", garante. Ele lista uma série de questões detalhadas: o resultado positivo de mais de 60 milhões de euros registrado no Balanço da APSA 2024; o fundo de pensão "que precisa ser examinado" ("Um problema universal"); a crise da Covid que afetou os Museus Vaticanos, "uma das fontes de receita mais significativas do Vaticano". "Devemos evitar o tipo de más escolhas que foram feitas nos últimos anos", afirma o Papa, mencionando o caso do prédio de Londres, no centro de um processo judicial que atraiu "grande publicidade": "Quantos milhões foram perdidos por causa disso!" O Pontífice fala então de "medidas significativas" tomadas durante o pontificado de Francisco para freios e contrapesos. No entanto, devemos ter cuidado ao "relaxar e dizer que a crise acabou". "Penso que devemos continuar trabalhando nisso, mas não perco o sono por causa disso, e acho importante comunicar uma mensagem diferente."

O Papa Leão XIV com Elise Ann Allen (CRUX)   (CRUX)


Reformas na Cúria

Sobre o tema das reformas, o Papa Leão anuncia "decisões" na Cúria Romana, como "desmantelar ou transformar a forma isolada como cada Dicastério opera". Uma espécie de "mentalidade em compartimento estanque" que, por vezes, levou à falta de diálogo e comunicação. E isso, por vezes, tem sido "muito limitador e prejudicial à governança da Igreja".

A Missa em latim

O Pontífice também aborda a questão da Missa tridentina. Mais do que uma questão, “um problema”, porque alguns usaram a liturgia como “instrumento político”. Algo “muito desagradável”. Em breve, diz ele, surgirá a oportunidade de “sentar-se à mesa com um grupo de pessoas que defendem o rito tridentino” e talvez o problema possa ser resolvido “com a sinodalidade”.

Fake news e Inteligência artificial

Fora do circuito eclesial, o Papa aborda o tema das fake news, que são “destrutivas”, e se detém na Inteligência Artificial, na qual investem “pessoas extremamente ricas”, ignorando totalmente “o valor dos seres humanos”. “A Igreja deve intervir”, porque é sério o risco de que “o mundo digital siga seu caminho” e todos nos tornemos “peças”. A esse respeito, ele conta a anedota de uma pessoa que pediu autorização para criar um Papa “artificial” para permitir que qualquer pessoa tivesse uma audiência pessoal. “Eu disse: ‘Não vou autorizar’. Se há alguém que não deveria ser representado por um avatar, diria que o Papa está no topo da lista”.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

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                                                       Fonte: vaticannews.va  Fotos: (@Vatican Media

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Para sua reflexão:

Um dia, talvez! quem sabe?...

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Quando todos os pregadores de todas as igrejas de fato tiverem estudado a Bíblia, sobretudo o Novo Testamento …

Quando eles se levantarem de manhã meditando sobre fraternidade e misericórdia, e pregarem isto nos púlpitos…

Quando os fiéis, nas suas cadeiras e bancos tiverem ouvido Jo 17,1-26; Col 3,1-11 e Lc 6,20-26.

Quando os pregadores de todas as igrejas tiverem estudado Teologia, Exegese, História do Cristianismo, História das religiões, Sociologia e a história violenta desses últimos 150 anos no mundo…

Talvez os púlpitos e as plateias parem de ver a fé como palco e palanque e comecem a falar com serenidade, sobre como se pode ser irmão, mesmo com divergências.

Então o mundo odiará menos, gritará menos e dialogará mais. Como estão hoje os enfrentamentos políticos e religiosos, as sagradas escrituras viraram violentas rupturas .

Eu releio Jo 17,1-26 quase todos os dias.

Quanto aos que entram na minha página para atacar, caluniar e agredir, eu já aprendi como lidar com seus espinhos. A fé me deu luvas de couro. Há roseiras que sempre terão espinhos, mas os jardineiros sabem como colher as suas flores!…

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                                                                                  Fonte: facebook.com/padrezezinho,sjc

Catequese do Papa nesta quarta-feira:

nós procuramos soluções imediatas,
mas Deus trabalha no tempo lento da confiança

A Páscoa de Jesus foi o título da catequese feita pelo Papa Leão, no âmbito do ciclo intitulado "Jesus Cristo Nossa Esperança", por ocasião do Ano Santo.

"O Filho de Deus jaz no sepulcro, mas a sua 'ausência' não é um vazio: é uma espera": no ciclo de catequeses por ocasião do Jubileu da Esperança, o Papa refletiu com os fiéis presentes na Praça São Pedro para a Audiência Geral sobre o mistério do Sábado Santo. É o dia do grande silêncio, um silêncio prenhe de significado, disse Leão, como o ventre de uma mãe que segura o seu filho ainda não nascido, mas já vivo.

O Sábado Santo é também um dia de descanso. Segundo a lei judaica, nenhum trabalho deve ser feito no sétimo dia. "O Filho também descansa não porque esteja cansado, mas porque concluiu a sua obra de salvação; não porque tenha desistido, mas porque amou plenamente", explicou o Pontífice.

“Lutamos para parar e descansar. Vivemos como se a vida nunca fosse suficiente. Apressamo-nos a produzir, a demonstrar, a não perder terreno. Mas o Evangelho ensina-nos que saber parar é um gesto de confiança que devemos aprender a fazer.”

No sepulcro, Jesus, a Palavra viva do Pai, silencia. Mas é precisamente neste silêncio que a vida nova começa a fermentar, disse ainda Leão, que acrescentou: "Deus não teme o passar do tempo, porque é também o Senhor da espera. Assim, mesmo o nosso tempo 'inútil', o das pausas, do vazio, dos momentos estéreis, pode tornar-se um ventre de ressurreição". Cada silêncio acolhido pode ser a premissa de uma nova Palavra. Cada tempo suspenso pode tornar-se um tempo de graça se o oferecermos a Deus.

Naquele sábado suspenso, afirmou o Papa, aprendemos que não nos devemos apressar a levantar: primeiro, devemos permanecer, abraçar o silêncio, deixar-nos abraçar pelo limite. Por vezes, procuramos respostas rápidas, soluções imediatas. Mas Deus trabalha nas profundezas, no tempo lento da confiança. O sábado do sepultamento torna-se assim o ventre do qual pode fluir a força de uma luz invencível, a da Páscoa. Leão XIV encorajou:

"Queridos amigos, a esperança cristã não nasce no ruído, mas no silêncio de uma espera repleta de amor. Não é produto da euforia, mas de um abandono confiante. Quando parece que tudo está parado, lembremo-nos do Sábado Santo. Mesmo no túmulo, Deus está a preparar a maior surpresa. A verdadeira alegria nasce da espera vivida, da fé paciente, da esperança de que o que é vivido no amor, certamente ressurgirá para a vida eterna."

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

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