segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Bispos recordam o Dia do Padre com mensagens

de sustento da vocação e esperança nas dificuldades

Dom Majella com padres e diáconos da arquidiocese de Pouso Alegre - PASCOM

Neste Dia do Padre, alguns bispos do Brasil recordaram a missão dos presbíteros e escreveram artigos com motivações e preces para que sejam sustentados na vocação a qual foram chamados e fortalecidos diante das dificuldades. Celebrado no dia de São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, 4 de agosto, o Dia do Padre é a motivação para a primeira semana do Mês Vocacional e lembrado no domingo mais próximo da data do Santo Cura D’Ars, neste ano, dia 3 de agosto.

Rezar pelos padres

O arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, convidou a rezar pelos padres e “pedir ao Senhor que os sustente em sua vocação”.

“Os padres precisam de muita oração para bem conduzir o rebanho a eles confiado. Devemos também suplicar a Deus para que nunca faltem sacerdotes, pois sem padres não há Eucaristia, e sem Eucaristia não há Igreja”, escreveu.

Para ele, a semana dedicada ao sacerdócio “é tempo oportuno para demonstrar gratidão, desejar felicidades e rezar pelos nossos padres”. O cardeal também motivou os fiéis a cuidarem dos padres, respeitá-los como “pais espirituais” da comunidade e ser amigos deles.

“Rezo especialmente por todos os sacerdotes: que o Senhor os recompense e fortaleça para que continuem conduzindo o povo de Deus como bons pastores. Peço que o Espírito Santo os ilumine para que, mesmo diante das dificuldades, permaneçam fiéis ao chamado recebido”, escreveu dom Orani.

Sustento na oração

O bispo de  Caxias do Sul (RS), dom José Gilson, recordou que é através da oração que os sacerdotes fortalecem sua comunhão com o Senhor e revigoram as forças para a missão junto ao povo de Deus. E citou a segunda carta de São Paulo aos Coríntios:

“Lembrando que é a força de Deus que age em nós: ‘Não que sejamos capazes de conceber alguma coisa como de nós mesmos; é do Senhor que provém a nossa capacidade. É Ele que nos torna aptos para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, enquanto o Espírito dá vida’ (2Cor 3,5-6)”, escreveu. 

Esperança

Em São João Maria Vianney, “encontramos o testemunho silencioso e fecundo de um coração totalmente entregue à missão”, escreveu o arcebispo emérito de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, ao dirigir aos presbíteros uma mensagem de esperança.

Em tempos difíceis, afirmou, “ele foi farol de fé, homem da oração, pastor incansável do povo, confessor misericordioso e, sobretudo, alguém que fez da simplicidade e da fidelidade sua maior força”.

Dom Anuar sugeriu voltar à fonte da vocação – o chamado de Deus que os amou e escolheu – em meio aos desafios que marcam o nosso tempo, como cansaço pastoral, desânimo, incompreensões, realidades sociais duras e a solidão.

“Nosso ministério é dom e mistério. E mesmo quando enfrentamos momentos de aridez ou fragilidade, o Senhor continua agindo através de nós. Ele não desiste da sua Igreja, e não desiste dos seus sacerdotes. Por isso, irmãos, levantem o olhar. Reavivem o dom que há em vocês (cf. 2Tm 1,6). Lembrem-se de quando foram chamados, de quando colocaram as mãos no arado, de quando disseram o primeiro ‘sim’. Há uma alegria escondida na fidelidade”, motivou.

Por Luiz Lopes Jr

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                                                                                                              Fonte: cnbb.org.br 

domingo, 3 de agosto de 2025

Paróquia São José - Paraisópolis (MG):

Horários de missa e outros eventos

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Dia 4 - Segunda-feira

19h Terço em sufrágio das almas na capela da Soledade

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Dia 5 - Terça-feira

15h Missa pelos enfermos e pelas vocações na matriz

19h Terço das mulheres na matriz

19h Missa com os padres do setor Paraíso em Brazópolis

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Dia 6 - Quarta-feira

19h - Missa votiva em louvor a São José na matriz

20h - Reunião com a coordenação da catequese 

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Dia 7 - Quinta-feira

15h - Missa no Asilo São Vicente de Paulo

19h - Terço dos homens na matriz

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Dia 8 - Sexta-feira

5h30 - Missa na matriz

6h15 - Oração das Mil Misericórdias na matriz

19h - Celebração da Palavra na comunidade do Uruguaia

19h - Grupo de oração Maranathá na capela da Soledade

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Dia 9 - Sábado

16h - Reunião com coordenadores de comunidades, pastorais e movimentos

19h - Missa na matriz

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Dia 10 - 19º Domingo do Tempo Comum

7h e 9h - Missa na matriz

11h - Missa na igreja de Santa Edwiges

16h - Missa na igreja de Santo Antônio

19h - Missa na matriz e na comunidade do Ribeirão Vermelho

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O Papa aos jovens:

contagiem
com o seu entusiasmo e fé todos aqueles que encontrarem

Em sua homilia na missa do Jubileu dos Jovens, em Tor Vergata, Leão XIV os convidou a permanecerem unidos a Jesus, a permanecerem "sempre na sua amizade, cultivando-a com a oração, a adoração, a Comunhão eucarística, a Confissão frequente, a caridade generosa, como nos ensinaram os beatos Piergiorgio Frassati e Carlo Acutis, que em breve serão proclamados Santos".

Na manhã deste domingo (03/08), o Papa Leão XIV presidiu a missa do Jubileu dos Jovens na esplanada de Tor Vergata, em Roma, que contou com a participação de mais de um milhão de pessoas. Antes do início da missa, o Santo Padre proferiu algumas palavras espontâneas:

"Espero que todos tenham descansado um pouco. Em breve, iniciaremos a maior celebração que Cristo nos deixou, a Sua própria presença na Eucaristia. Deus os abençoe a todos. Que esta seja uma ocasião verdadeiramente memorável para todos e cada um de nós, quando juntos, como Igreja de Cristo, seguimos, caminhamos juntos e vivemos com Jesus Cristo", disse ele.

No início de sua homilia, o Pontífice frisou que nesta experiência de encontro, "podemos imaginar que estamos percorrendo o caminho feito pelos discípulos de Emaús na tarde do dia de Páscoa". A liturgia deste domingo, não nos fala diretamente sobre este episódio, "mas nos ajuda a refletir sobre o que nele se narra: o encontro com o Cristo Ressuscitado que muda a nossa existência e que ilumina os nossos afetos, desejos e pensamentos".

Não enganemos o nosso coração

A seguir, o Papa comentou a primeira leitura, extraída do Livro de Eclesiastes, que nos convida a entrar em contato, como os dois discípulos de Emaús, "com a experiência dos nossos limites, da finitude das coisas que passam". Comentou também o Salmo responsorial, que ecoando a mesma mensagem, "propõe-nos a imagem da «erva que de manhã brota vicejante, mas à tarde está murcha e seca»". "São duas advertências fortes, talvez um pouco chocantes, mas que não devem assustar-nos, como se fossem temas “tabu” a evitar. Na verdade, a fragilidade de que nos falam faz parte da maravilha que somos", sublinhou.

"Pensemos no símbolo da erva: não é lindo um campo florido?" Perguntou Leão XIV. "Claro, é delicado, feito de caules finos, vulneráveis, sujeitos a secar, dobrar-se, partir-se, mas, ao mesmo tempo, imediatamente substituídos por outros que brotam depois deles e dos quais os primeiros se tornam generosamente alimento e adubo, ao desfazerem-se no solo. É assim que vive o campo, renovando-se continuamente e, mesmo durante os meses gelados do inverno, quando tudo parece silencioso, a sua energia vibra sob a terra e prepara-se para, na primavera, explodir em milhares de cores", sublinhou.

“Queridos amigos, nós também somos assim: fomos feitos para isto. Não para uma vida onde tudo é óbvio e parado, mas para uma existência que se renova constantemente no dom, no amor. E assim aspiramos continuamente a um “algo mais” que nenhuma realidade criada nos pode dar. Sentimos uma sede tão grande e ardente que nenhuma bebida deste mundo pode saciar.”

Diante dessa sede, "não enganemos o nosso coração, tentando extingui-la com subterfúgios ineficazes! Antes, devemos ouvi-la"! Mesmo aos vinte anos, é bom abrir o coração a Deus, "deixá-lo entrar, para depois nos aventurarmos com Ele rumo aos espaços eternos do infinito".

Leão XIV citou Santo Agostinho, que a propósito de sua intensa busca por Deus, perguntava-se: «Qual é, então, o objeto da nossa esperança […]? É a terra? Não». Pensando no caminho que tinha percorrido, Agostinho rezava, dizendo: «Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! […] Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz».

Unidos a Deus e aos irmãos na caridade

A seguir, o Papa Leão XIV recordou as palavras do Papa Francisco aos jovens, em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude, em que o Pontífice falecido disse a eles que não nos devemos nos alarmar «se nos encontramos intimamente sedentos, inquietos, incompletos, desejosos de sentido e de futuro […] Não estamos doentes, estamos vivos!»

"Há uma solicitação importante no nosso coração, uma necessidade de verdade que não podemos ignorar, que nos leva a perguntar: o que é realmente a felicidade? Qual é o verdadeiro sabor da vida? O que nos liberta dos pântanos do absurdo, do tédio, da mediocridade?" Perguntou Leão XIV.

“Nos últimos dias, vocês viveram muitas experiências bonitas. Encontraram-se com jovens da sua idade, vindos de várias partes do mundo, pertencentes a diferentes culturas. Trocaram conhecimentos, partilharam expectativas, dialogaram com a cidade através da arte, da música, da informática, do esporte. No Circo Máximo, aproximando do Sacramento da Penitência, vocês receberam o perdão de Deus e pediram sua ajuda para uma vida boa.”

Segundo o Papa, em tudo isto, podemos "encontrar uma resposta importante: a plenitude da nossa existência não depende do que acumulamos nem do que possuímos, como ouvimos no Evangelho. Está ligada ao que sabemos acolher e partilhar com alegria".

“Comprar, acumular, consumir não basta. Precisamos levantar os olhos, olhar para cima, para as «coisas do alto», para perceber que, entre as realidades do mundo, tudo tem sentido apenas na medida em que serve para nos unir a Deus e aos irmãos na caridade, fazendo crescer em nós «sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência», de perdão, de paz, como os de Cristo.”

Neste horizonte compreenderemos cada vez melhor o que significa «a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado».

Permanecer na amizade com o Senhor

"Queridos jovens, a nossa esperança é Jesus", disse ainda Leão XIV, recordando as palavras de São João Paulo II, que dizia que o Senhor é «quem suscita em vocês o desejo de fazer de suas vidas algo de grande […], no aperfeiçoamento de vocês e da sociedade, tornando-a mais humana e fraterna».

"Mantenhamo-nos unidos a Ele, permaneçamos sempre na sua amizade, cultivando-a com a oração, a adoração, a Comunhão eucarística, a Confissão frequente, a caridade generosa, como nos ensinaram os beatos Piergiorgio Frassati e Carlo Acutis, que em breve serão proclamados Santos", disse ainda o Papa, convidando os jovens onde quer que estejam, a aspirar "a coisas grandes, à santidade. Não se contentem com menos. Então, vocês verão crescer todos os dias, em vocês e ao seu redor, a luz do Evangelho".

O Santo Padre confiou os jovens "a Maria, Virgem da Esperança. Com a sua ajuda, ao regressarem nos próximos dias aos seus países, em todas as partes do mundo, continuem caminhando com alegria seguindo as pegadas do Salvador e contagiem com o seu entusiasmo e o testemunho da sua fé todos aqueles que encontrarem".

Saudação final

Antes de deixar Tor Vergata, Leão XIV saudou e agradeceu aos jovens que participaram da celebração em Tor Vergata. Agradeceu também ao coro pelas músicas e a todos os que trabalharam na preparação dos eventos durante esta semana do Jubileu.

"Já dissemos que o próximo encontro será na Coreia. Aplausos dos muitos coreanos presentes. Peço-lhes que transmitam também uma saudação aos muitos jovens que não puderam vir e estar aqui conosco, em muitos países dos quais era impossível sair. Há lugares onde os jovens não puderam vir por razões que conhecemos. Levem esta alegria, este entusiasmo, ao mundo inteiro. Vocês são o sal da terra, a luz do mundo, e transmitam esta saudação a todos os seus amigos, a todos os jovens que precisam de uma mensagem de esperança. Obrigado novamente a todos vocês! E boa viagem!"

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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Leão XIV no Angelus:
estamos com os jovens
de todas as terras terras ensanguentadas pela guerra

Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, Leão XIV manifestou sua proximidade a todos "os jovens que sofrem o pior tipo de mal: aquele que é causado por outros seres humanos". "Estamos com os jovens de Gaza, com os jovens da Ucrânia", disse ele. "Meus jovens irmãos e irmãs, vocês são o sinal de que um mundo diferente é possível: um mundo de fraternidade e amizade, onde os conflitos não são resolvidos com armas, mas com o diálogo", sublinhou.

No final da missa do Jubileu dos Jovens, em Tor Vergata, neste domingo, 3 de agosto, Leão XIV rezou a oração mariana do Angelus.

Na alocução que precedeu a oração, o Papa agradeceu a Deus pelo dom destes dias Jubileu dos Jovens.

“Foi uma chuva de graças para a Igreja e para o mundo inteiro! E foi assim através da participação de cada um de vocês. Por isso, quero agradecer-lhes, um a um, de todo o coração. Em particular, recordo e confio ao Senhor duas jovens peregrinas, Maria e Pascale, uma espanhola e outra egípcia, que nos deixaram nestes dias.”

A seguir, agradeceu aos bispos, que eram cerca de quatrocentos e cinquenta, na celebração, e aos sacerdotes, que eram cerca de sete mil, às religiosas e aos religiosos, aos educadores que acompanharam os jovens e também "a todos aqueles que, participando espiritualmente, rezaram por este evento".

"Em comunhão com Cristo, nossa paz e esperança para o mundo, estamos mais próximos do que nunca dos jovens que sofrem o pior tipo de mal: aquele que é causado por outros seres humanos", disse o Pontífice, acrescentando:

“Estamos com os jovens de Gaza, com os jovens da Ucrânia, com os de todas as terras ensanguentadas pela guerra. Meus jovens irmãos e irmãs, vocês são o sinal de que um mundo diferente é possível: um mundo de fraternidade e amizade, onde os conflitos não são resolvidos com armas, mas com o diálogo.”

"Sim, com Cristo é possível", frisou ainda Leão XIV. "Com o seu amor, com o seu perdão, com a força do seu Espírito. Meus queridos amigos, unidos a Jesus, como os ramos à videira, vocês darão muito fruto; serão sal da terra e luz do mundo; serão sementes de esperança onde quer que vivam: na família, com os amigos, na escola, no trabalho, no esporte. Sementes de esperança com Cristo, nossa esperança", destacou.

"Após este Jubileu, a 'peregrinação de esperança' dos jovens continua e nos levará à Ásia", disse Leão XIV, a propósito do próximo encontro juvenil.

“Renovo o convite feito pelo Papa Francisco em Lisboa, há dois anos: os jovens de todo o mundo se reunirão com o Sucessor de Pedro para celebrar a Jornada Mundial da Juventude em Seul, na Coreia, de 3 a 8 de agosto de 2027.”

O tema dessa Jornada é "Tende coragem: eu venci o mundo"! "É a esperança que habita em nossos corações a dar-nos a força para anunciar a vitória de Cristo Ressuscitado sobre o mal e a morte. Disso, vocês, jovens peregrinos de esperança, serão testemunhas até aos confins da terra. Encontramo-nos, então, em Seul: continuemos juntos a sonhar e a alimentar a esperança", concluiu.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

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                                                Fonte: vaticannews.va     Foto e vídeo: (@Vatican Media)

Reflexão para o seu domingo:

Lucidez de Jesus

 José Antonio Pagola

Um dos traços mais chamativos na pregação de Jesus é a lucidez com que soube desmascarar o poder alienante e desumanizador que se encerra nas riquezas.

A visão de Jesus não é a de um moralista preocupado em saber como adquirimos nossos bens e como os usamos. O risco de quem vive desfrutando suas riquezas é esquecer sua condição de filho de um Deus Pai e irmão de todos.

Daí seu grito de alerta: “Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro”. Não podemos ser fiéis a um Deus Pai que busca justiça, solidariedade e fraternidade para todos, e ao mesmo tempo viver pendentes de nossos bens e riquezas.

O dinheiro pode dar poder, fama, prestígio, segurança, bem-estar… mas, na medida em que escraviza a pessoa, fecha-a a Deus Pai, a faz esquecer sua condição de irmão e a leva a romper a solidariedade com os outros. Deus não pode reinar na vida de quem está dominado pelo dinheiro.

A raiz profunda está em que as riquezas despertam em nós o desejo insaciável de ter sempre mais. E então cresce na pessoa a necessidade de acumular, capitalizar e possuir sempre mais. Jesus considera uma verdadeira loucura a vida daqueles proprietários de terras da Palestina, cuja obsessão é armazenar suas colheitas em celeiros cada vez maiores. É uma insensatez dedicar as melhores energias e esforços a adquirir e acumular riquezas.

Quando, por fim, Deus se aproxima do rico para buscar sua vida, fica evidente que ele a desperdiçou. Sua vida carece de conteúdo e valor. “Insensato!..” “Assim é aquele que acumula riquezas para si e não é rico diante de Deus”.

Algum dia, o pensamento cristão descobrirá, com uma lucidez que hoje não temos, a profunda contradição que existe entre o espírito que anima o capitalismo e o que anima o projeto de vida querido por Jesus. Esta contradição não se resolve nem com a profissão de fé dos que vivem com espírito capitalista nem com toda a beneficência que possam fazer com seus ganhos.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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                                          Fonte: franciscanos.org.br   Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos

sábado, 2 de agosto de 2025

Importante reflexão:

“Cuidado com a avareza!” 

Dom Antonio Carlos Rossi - Bispo de Frederico Westphalen (RS)

O 18º Domingo do Tempo Comum, no Ano Litúrgico C, traz uma advertência urgente e profundamente atual: o perigo da avareza e a ilusão de que a vida consiste na abundância de bens. Em um mundo marcado pelo consumismo, pela corrida por mais e melhor, e pela busca incessante de segurança material, o Evangelho deste domingo soa como um chamado a repensar os verdadeiros valores da vida. Jesus nos alerta: “Cuidado! Ficai atentos e guardai-vos de toda espécie de ganância, porque a vida de alguém não consiste na abundância dos seus bens” (Lc 12,15). A mensagem central é clara: a riqueza, por si só, não garante plenitude; o que dá sentido à vida é a relação com Deus e o uso correto dos bens para o bem comum. 

Este domingo nos convida a uma conversão interior: a abandonar a mentalidade do “ter” para abraçar a do “ser” e do “compartilhar”. A verdadeira riqueza não está nos celeiros cheios, mas no coração generoso, na alma voltada para Deus e o próximo. 

O livro do Eclesiastes (1,2; 2,21-23) apresenta uma reflexão existencial sobre o sentido da vida. O “pregador” (Qohelet) conclui que tudo é “vaidade” — isto é, passageiro, efêmero, sem sentido duradouro quando visto somente do ponto de vista humano. A leitura de hoje destaca o esforço do homem que trabalha com sabedoria, mas que, no fim, deixa tudo para alguém que não suou por isso. A frustração é evidente: “Que proveito tem o homem com todo o seu trabalho e com a preocupação do seu coração?” (Ecl. 2,22). 

Este texto não é pessimista, mas realista. Ele nos lembra que a vida não pode ser reduzida ao trabalho e à acumulação. A busca desenfreada por bens materiais é vã se não for acompanhada de sabedoria espiritual. A única resposta verdadeira ao vazio humano é a confiança em Deus, que dá sentido ao trabalho e ao descanso. 

São Paulo, na Carta aos Colossenses (3,1-5.9-11), exorta os cristãos a “viver com Cristo”. Ele nos convida a buscar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus, e a não se apegarem às coisas terrenas. Paulo identifica claramente os pecados que impedem essa união com Cristo: imoralidade, paixões más, cobiça — que ele chama de idolatria. 

A cobiça, ou avareza, é aqui apresentada como uma forma de idolatria porque coloca os bens materiais no lugar de Deus. Quando o coração se fixa nos tesouros da terra, afasta-se do verdadeiro tesouro: a vida em Cristo. Paulo conclui com uma bela afirmação fundamentada na inclusão redentora do Evangelho: em Cristo, não há distinção entre judeu e grego, escravo e livre, pois “Cristo é tudo em todos”. A nova vida em Cristo transcende as divisões e cria uma comunidade de irmãos, onde o amor e a partilha prevalecem. 

O episódio do Evangelho de hoje (Lucas 12,13-21) começa com um homem pedindo a Jesus que intervenha em uma disputa de herança. Jesus recusa o papel de árbitro e aproveita a ocasião para lançar uma advertência solene: “Cuidado com a avareza!” Em seguida, conta a parábola do homem rico que, ao ter uma colheita abundante, decide construir celeiros maiores para guardar tudo, pensando em viver tranquilamente. Mas Deus lhe diz: “Tolo! Nesta mesma noite, a tua vida te será pedida. E o que preparaste, para quem ficará?” (Lc 12,20). 

A parábola é um retrato vívido da mentalidade materialista: segurança baseada em riquezas, planejamento exclusivamente terreno, ausência de Deus e de solidariedade. O homem rico pensa somente em si, em seu “eu” e em seu “meu” (uso recorrente dos pronomes possessivos). Ele esquece que a vida é um dom efêmero e que os bens são para serem administrados, não acumulados. A verdadeira riqueza, segundo Jesus, é “ser rico para com Deus” — ou seja, viver na justiça, na generosidade e na fé. 

A liturgia deste domingo não nos deixa indiferentes. Ela nos interpela a examinar nossas prioridades, nossos desejos e nosso uso dos bens. Como viver essa mensagem durante a semana? Aqui estão três sugestões práticas:

Examinar nosso coração diante dos bens materiais

Podemos fazer um exercício de autoavaliação: o que ocupa o centro da minha vida? Quanto tempo dedico a planejar o futuro financeiro comparado ao tempo que dedico à oração, à família, ao serviço? Podemos também buscar identificar sinais de avareza em nossa vida: medo de compartilhar, desejo excessivo de segurança, inveja do que os outros têm. Peçamos a Deus a graça da liberdade interior.

Praticar o desapego e a generosidade

Podemos, nesta semana, escolher uma ação concreta de partilha: doar algo que já não usamos, ajudar alguém em necessidade, contribuir com uma causa solidária. A generosidade não começa com o que sobra, mas com a decisão de viver com menos para que outros possam ter o necessário. Não nos esqueçamos: “É melhor dar do que receber” (At 20,35).

Cultivar a gratidão e a oração

Podemos nos comprometer a começar e terminar o dia agradecendo a Deus pelos bens que recebemos — não apenas materiais, mas também afetivos, espirituais e naturais. Na oração, reconhecer que tudo vem dele e tudo é para usar com responsabilidade. A gratidão cura o coração da ganância e nos lembra que somos administradores, não donos, da vida e dos bens. 

Conclusão 

O 18º Domingo do Tempo Comum nos lembra que a vida é mais do que posses. A verdadeira riqueza está em viver em comunhão com Deus e com o próximo. Que esta liturgia nos inspire a viver com simplicidade, generosidade e esperança, lembrando que “onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Lc 12,34). Que possamos, cada dia, ser “ricos para com Deus” — não por quanto temos, mas por quanto amamos. 

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                                                                                                              Fonte: cnbb.org.br 

O arcebispo dom Majella confere o diaconato permanente

a 19 senhores, entre os quais
Roger Faria Caetano de nossa paróquia

Foto gentilmente cedida pelo Pe. Carlos César

Na manhã deste sábado, na Catedral do Bom Jesus, na missa das 9h, o arcebispo metropolitano de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., ordenou os primeiros diáconos permanentes formados pela Escola Diaconal Santa Dulce dos Pobres.

Os diaconado permanente pode ser conferido a homens casados, solteiros ou viúvos. No caso desses dois últimos devem apresentar o compromisso de se tornarem celibatários.

"Os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. O sacramento da Ordem marca-os com um selo ('caráter') que ninguém pode fazer desaparecer e que os configura com Cristo, que se fez 'diácono', isto é, o servo de todos. Entre outros serviços, pertence aos diáconos assistir o bispo e os sacerdotes na celebração dos divinos mistérios, sobretudo da Eucaristia, distribuí-la, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir aos funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade, e também o Ministro do Batismo." (Catecismo da Igreja Católica, 1570).

De nossa paróquia, recebeu o primeiro grau do sacramento da Ordem Roger Faria Caetano. Ele e os demais diáconos permanentes ordenados poderão batizar, abençoar matrimônios, assistir os enfermos com o viático, celebrar a Liturgia da Palavra, expor o Santíssimo Sacramento, pregar, evangelizar, catequizar, fazer a homilia, abençoar, dar palestras e cursos de formação.

Nossos cumprimentos ao diácono Roger!
Que Deus abençoe seu ministério de serviço a Deus e a nossa família paroquial!

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Reflita com frei Almir Guimarães:

A indescritível alegria da partilha

Frei Almir Guimarães

Para dar certo na vida não basta passar bem. O ser humano não é apenas um animal faminto de prazer e de bem-estar. Ele é feito também para cultivar o espírito, conhecer a amizade, experimentar o mistério do transcendente, agradecer a vida, viver a solidariedade. (José Antonio Pagola)

Não há dúvida o homem é mais do que seus bens, sua conta bancária, seus recursos econômicos. As palavras de José Antonio Pagola mencionadas norteiam nossa reflexão, a maneira de nos posicionar diante dos bens. De graça recebemos, de graça damos. Nossa existência é partilha não somente de bens materiais, mas sobretudo de nós mesmos, do melhor que brotou dentro de nós com nosso contato com a fé e nossa convivência com Cristo ressuscitado ao longo do caminho da vida.

O homem da parábola teve muita sorte na vida. Teve grande colheita. O agronegócio deu certo. A terra, a chuva, o tempo clemente foram lhe sorrindo. Com tanta abundância precisou pensar em levantar novos galpões e amplos celeiros. E assim, garantido, podia aproveitar a vida “Eu poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita”.

Os bens materiais são necessários para que possamos levar a uma vida digna: casa decente, roupa para o corpo, alimento para a mesa, férias para o espírito e o corpo. Não somos espíritos desencarnados. Os bens materiais, os avanços da técnica, os sucessos das pesquisas médicas tudo vem em benefício do ser humano e em respeito pela sua dignidade. Lutamos e lutaremos para que os mais desfavorecidos possam, o mais breve possível, ter os recursos para que levem uma vida digna e tenham mesmo a abundância das coisas necessárias.

A sociedade de consume pode, no entanto, olhar com muita paixão os bens materiais, o desejo de ter, de ter sempre mais. A sociedade da produtividade, da concorrência da pressa vai nos esterilizando por dentro. Vamos colocando nossa convicção no poder, no prestígio, no lucro, no ter mas e até mesmo nem sempre um ter lícito e esquecendo-se somos companheiros de viagens de tantos e tantas que carecem de tudo.

Somos mistérios ambulantes. Não somos donos de nossa vida. Alguém nos inventou. Somos hóspedes na humanidade. Somos com os outros. Só somos com os outros. Deles dependemos e eles dependem de nós numa interminável cadeia de solidariedades. Com a mãe e o pai, com a escola e os amigos, com o pão e a água, o sol e a chuva. Juntos. Debaixo de um mesmo guarda-chuva. Levantando os caídos, ajudando os velhos a andarem, fazendo com que os casados aprendam se estimar. Partilha de vida, do tempo, das riquezas que Deus coloca dentro de cada um. Partilha dos bens com os de perto e os de longe. Engajamentos em campanhas que promovam uma distribuição sadia dos bens e  combata toda forma de corrupção.

Palavras de José Antonio Pagola: “O dinheiro pode dar poder, fama, prestígio, segurança, bem-estar… mas na medida em que escraviza a pessoa, fecha-a para Deus Pai e faz esquecer a condição de irmão e a leva a romper a solidariedade com os outros. Deus não pode reinar na vida de que está dominado pelo dinheiro. A raiz profunda está em que as riquezas despertam em nós o desejo insaciável de ter mais. E então cresce na pessoa a necessidade de acumular, capitalizar e possuir sempre mais (Pagola, Lucas p. 206).

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Oração

Converte-me primeiro a mim
para que eu comunique a outros a Boa Notícia.
Dá-me a audácia.
Neste mundo cético e autossuficiente
tenho vergonha e medo.
Dá-me esperança.
Nesta sociedade receosa e fechada,
eu também tenho  pouca confiança nas pessoas.
Dá-me amor.
Nesta terra insolidária e fria,
eu também sinto pouco amor.
Dá-me constância.
Neste ambiente cômodo e superficial
eu também me canso facilmente,
Converte-me primeiro a mim
para que eu comunique a Boa Notícia  (P.Loidi)

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FREI ALMIR GUIMARÃES, OFMingressou na Ordem Franciscana em 1958. Estudou catequese e pastoral no Institut Catholique de Paris, a partir de 1966, período em que fez licenciatura em Teologia. Em 1974, voltou a Paris para se doutorar em Teologia. Tem diversas obras sobre espiritualidade, sobretudo na área da Pastoral familiar. É o editor da Revista “Grande Sinal”.

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                                                        Fonte: franciscanos.org.br    Imagem: vaticannews.va

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

18º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Ecl 1,2;21-23

Leitura do livro do Eclesiastes

“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. Por exemplo: um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso, vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é vaidade e grande desgraça. De fato, que resta ao homem de todos os trabalhos e preocupações que o desgastam debaixo do sol Toda a sua vida é sofrimento, sua ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é vaidade.

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Responsório: Sl 89

— Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

— Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

— Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,/ quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”/ Pois mil anos para vós são como ontem,/ qual vigília de uma noite que passou.

— Eles passam como o sono da manhã,/ são iguais à erva verde pelos campos:/ de manhã ela floresce vicejante,/ mas à tarde é cortada e logo seca.

— Ensinai-nos a contar os nossos dias,/ e dai ao nosso coração sabedoria!/ Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?/ Tende piedade e compaixão de vossos servos!

— Saciai-nos de manhã com vosso amor,/ e exultaremos de alegria todo o dia!/ Que a bondade do Senhor e nosso Deus/ repouse sobre nós e nos conduza!/ Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.

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2ª Leitura: Cl 3,1-5.9-11

Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses

Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus.

Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.

Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria.

Não mintais uns aos outros. Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu Criador, em ordem ao conhecimento.

Aí não se faz distinção entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, inculto, selvagem, escravo e livre, mas Cristo é tudo em todos.

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Evangelho: Lc 12,13-21

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: «Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.» Jesus respondeu: «Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?» Depois Jesus falou a todos: «Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens.» E contou-lhes uma parábola: «A terra de um homem rico deu uma grande colheita. E o homem pensou: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?’ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus.»

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Reflexão do padre Johan Konings

Riqueza insensata

A liturgia de hoje ensina a vaidade da riqueza. Para que tanto trabalhar, se nada podemos levar e devemos deixar o fruto de nosso trabalho para outros (1ª  leitura)? Os pais arrecadam, os filhos aproveitam, os netos põem a perder… No evangelho, Jesus ilustra essa realidade com a parábola do homem que chegou a assegurar sua vida material, mas na mesma noite iria morrer … Quem é materialista e só quer conhecer os prazeres deste mundo, para este o ensinamento de Jesus é indigesto, mas nem por isso deixa de ser verdade. Não levamos nada daqui. As riquezas materiais não têm valor duradouro, nem podem ser o fim ao qual o homem se dedica.

Talvez o consumismo de hoje tenha isto de bom: lembra-nos essa precariedade. O produto que compramos hoje amanhã já saiu da moda, e depois de amanhã nem haverá mais peças de reposição para consertá-lo. Nossa nova TV estará fora de moda antes que tivermos completado as prestações … Por outro lado, esse consumismo é grosseira injustiça, pois gastamos em uma geração os recursos das gerações futuras. Se as coisas valem tão pouco, melhor seria não as comprar, e voltar a uma vida mais simples e mais desprendida. Haveria recessão econômica, mas também haveria menos necessidade de dinheiro para ser gasto.

A caça à riqueza material é um beco sem saída. A razão por que se insiste em produzir sempre mais é que os donos do mundo lucram com a produção, sobretudo das coisas supérfluas que enchem as prateleiras das lojas. Para vender esses supérfluos, criam nas pessoas a necessidade de possuí-las, mediante a publicidade na rua, no jornal e na televisão. Quando então as pessoas não conseguem adquirir todas essas coisas, ficam irrequietas; quando conseguem, ficam enjoadas; e nos dois casos aparece mais uma necessidade: a psicoterapia …

A “sabedoria do lucro” é injusta e assassina. Leva as pessoas a desconsiderar os fracos. Um proeminente político deste país disse que “quem não pode competir não deve consumir” … O sistema do lucro e do desejo sempre mais acirrado precisa manter as desigualdades, pois parte do pressuposto que todos querem superar a todos. Tal sistema é “intrinsecamente pecaminoso”, disseram os papas Paulo VI e João Paulo II.

Ser rico, não para si, mas para Deus … Não amontoar riquezas que na hora do juízo serão as testemunhas de nossa avareza, injustiça e exploração (cf. Tg 5,1-6), mas riquezas que constituam a alegria de Deus!

Não adianta muito discutir se a produção tem que ser capitalista ou socialista, enquanto não se tem claro que o ser humano não existe para a produção, e sim a produção para o ser humano. E este, se for sábio, tentará precisar dela o menos possível.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo do frei Paulo Roberto Pereira

___________________________________________________                 Fonte: franciscanos.org.br    Bannersvaticannews.va / Frei Fábio M. Vasconcelos