quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Mons. Slawomir Oder:

Wojtyla e Bergoglio, Papas do povo

Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja celebra nesta quinta-feira (22/10), a memória litúrgica de São João Paulo II, canonizado pelo Papa Francisco em 27 de abril do ano passado, junto com São João XXIII.
João Paulo II
com chapéu típico durante viagem à Colômbia em 1986
Desde o início desta manhã, vários fieis estão visitando o túmulo de São João Paulo II, na Basílica de São Pedro. Dentre os pontífices mais amados da história, Karol Wojtyla foi em particular o “Papa da família”, como recordou o Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (21/10), e dos jovens, que o recordarão no próximo ano na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Cracóvia, sua terra natal.
Foi grande a sua devoção à Divina Misericórdia, aspecto que o liga a Jorge Mario Bergoglio. Sobre a atualidade da pessoa e do Magistério de João Paulo II e a ligação com o Papa Francisco, a Rádio Vaticano conversou com o postulador da causa de canonização, Mons. Slawomir Oder.
“Não tenham medo, abram as portas a Cristo” é um pouco a síntese de toda a vida de Karol Wojtyla. O que diz aos homens de nosso tempo a pessoa de João Paulo II?
Mons. Oder: “De fato ‘Não tenham medo’ é uma palavra quase de entrega e do testamento que ele nos deixou. Durante o processo de canonização e depois sucessivamente em vários encontros que tinham como finalidade a memória, a recordação de João Paulo II, nos meus encontros com as pessoas, esta frase retorna como uma coisa que permaneceu em seus corações. É uma palavra que, mais uma vez, nos ajuda a viver o momento presente como um momento para sair e viver com generosidade a nossa vida, e não se contentar com a mediocridade, mas ter a coragem de fazer escolhas exigentes, conscientes de que o Senhor está conosco e nos sustenta em nosso caminho.”
Daqui a pouco terá início o Jubileu da Misericórdia. Esta é uma das coisas que mais liga o Papa Francisco e São João Paulo II?
Mons. Oder: “Certamente, existe uma continuidade nesta realidade. Sem dúvida, a experiência que os levou a considerar a realidade da Misericórdia passa pela experiência pessoal de cada um, única e irrepetível. Porém, o coração da mensagem é este: o homem precisa do Senhor, precisa da Misericórdia.”
Outro aspecto característico dos dois é o amor pelo povo.
Mons. Oder: “Absolutamente sim. Estou convencido de que esta consciência da necessidade da Misericórdia de Deus, que nasceu através de vias diferentes em cada um deles, provém do contato com o Povo de Deus, com as pessoas. São os ‘Papas do Povo’, Papas amados, não são populares no sentido do amor que os circunda, mas pela presença física e moral junto ao povo que precisa sentir a proximidade cheia de afeto, de amor do pastor que não somente com palavras, mas como uma presença paterna está junto ao Povo de Deus.”
No próximo ano se realizará a JMJ em Cracóvia, muito esperada. Francisco que visita a terra de João Paulo II e encontra os jovens
Mons. Oder: “A coisa maravilhosa nesta entrega entre os pontífices que se realizou de João Paulo II a Bento XVI, e de Bento XVI a Francisco, é o fato de que nos sentimos ligados à figura de Karol Wojtyla, Bento XVI e Papa Francisco. Mas a coisa mais importante, e isso eu experimentei pessoalmente e através de meu contato com as pessoas, é que através desses pontífices, Pedro representa Cristo nos fala e nos guia. É uma experiência extraordinária, fantástica, viver esta continuidade da fé, do amor e da experiência na consciência de ser Igreja.” (MJ)
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                                                                                      Fonte: radiovaticana.va

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