Círculos Menores apresentam primeiras propostas
Cidade do
Vaticano (RV) – Nesta quinta-feira (08/10), os trabalhos sinodais serão
marcados ainda pelas sessões dos Círculos Menores, seja na parte da manhã, seja
na parte da tarde. Ao final do dia, cada Círculo Menor deverá apresentar
propostas ao texto do Instrumento de trabalho.
Sobre o conteúdo
do que está sendo discutido, eis o que o disse o Arcebispo de São Paulo, Card.
Odilo Pedro Scherer:
“O clima está
muito bom. Os círculos menores reúnem os participantes por afinidade de
línguas. Portanto, as pessoas se encontram muito mais à vontade para falar na
sua própria língua e também para poder intervir quantas vezes quiserem sobre as
questão que estão sendo postas. O trabalho é levado avante com bastante método.
Estamos trabalhando sobre a primeira parte do Instrumento Laboris e esta
primeira parte contempla as problemáticas da famílias. No método seria o “ver”
(do método ver, julgar e agir, ndr). Portanto, os desafios da famílias para a
evangelização.”
Situações que
complicam a vida da família
“O que se
destaca e vai se destacando são esses desafios sobre os quais se falou no
passado. Portanto, nesta primeira parte continua sendo colocado o foco nas
várias questões que, de alguma forma, complicam a vida da família, que
deterioram a sua vida. O Sínodo tenta olhar a realidade da família no seu amplo
espectro. Por exemplo, no nosso grupo se falava das questões várias que podem
onerar as famílias e que devem ser encaradas com espírito novo.
Dia será de círculos menores |
Por exemplo, o
desafio da velhice, do fim da vida, o desafio da viuvez ou do abandono das
pessoas que são deixadas sozinhas por um casamento rompido, ou pela prole que
não cuida. Ou, quando não tem prole, pessoas que chegam na idade avançada e
estão sozinhas. Mas também o desafio das situações onde tem drogados, por
exemplo, ou uma pessoa com deficiência, onde tem por exemplo situações de
homossexualismo, como os pais cuidam e tratam disso, como a família encara isso.
Tem as situações que podem criar tensões, como o casamento mistos e
inter-religiosos, quando começa a ter tensão e briga, de um que puxa para uma
religião e outro que puxa para outra. E como é que fica, no caso, a educação
dos filhos no meio dessa briga que, às vezes, se estabelece entre os casais por
uma questão religiosa. Então de fato existe um raio, um espectro muito amplo de
situações desafiadores da família que devem ser encaradas de forma humana,
cristã e a partir daquilo que constitui o núcleo básico da família, que é o
amor, a ternura e o afeto.”
Propostas
O Cardeal Odilo
Scherer explicou que nesta quinta-feira continuam os Círculos Menores:
“No final do
dia, cada Círculo Menor deve ter uma série de propostas, emendas ao texto do
Instrumento de trabalho. E essas emendas elaboradas, votadas nos círculos
menores, vão ser apresentadas no grande plenário através da Comissão que
está encarregada de elaborar o texto.” (SP/BF)
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Sínodo reflete também sobre tema do diaconato feminino
“A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo
contemporâneo”: este é o tema que norteia a XIV Assembleia Geral Ordinária do
Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano, cujos trabalhos se concentram,
neste momento, nos Círculos menores.
Conduzida pelo
diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, a coletiva
desta quinta-feira teve como convidados, na qualidade de relatores e membros
dos Círculos menores, o arcebispo de Ancona-Osimo (Itália), Cardeal Edoardo
Menichelli; o arcebispo de Acra (Gana), Dom Charles Palmer-Buckle; e o
Patriarca de Antioquia dos Sírios, Dom Ignatius Youssif III Younan, o qual
lançou um apelo: “O Ocidente não esqueça os cristãos do Oriente Médio”.
“Estamos
realmente preocupados e alarmados com a situação das comunidades cristãs no
Oriente Médio e, sobretudo, com as provações catastróficas a que as famílias
são submetidas, divididas porque fazem de tudo para sair do inferno em que
vivem na Síria e no Iraque.”
Foi o dramático
apelo lançado pelo Patriarca Younan. “Deploramos o fato de não conseguirmos
convencer as novas gerações a permanecer onde o cristianismo teve suas
origens.”
Trabalhos intensos pela Família |
E reiterou:
“Temos centenas de pessoas reféns dos terroristas islâmicos, é um fenômeno
catastrófico de longa duração.
O apelo é feito
no sentido de trazer a voz dos perseguidos, sobretudo, para o Ocidente, porque
– ressaltou o patriarca – “nos sentimos esquecidos e traídos pela Europa e
EUA”. E concluiu: “Trazemos a nossa voz aos potentes a fim de que a situação
mude”.
“Não estamos
aqui para frear ninguém, mas para propor aquilo que sentimos acerca da família
e para o bem da Igreja”, acrescentou, por sua vez, o arcebispo ganense, Dom
Palmer-Buckle. Na África, explicou, “há um conceito alargado de família e nós
queremos ver como manter vivos os valores e as alegrias de tal família
alargada”.
“O futuro da
família é a missão da Igreja”, reiterou o arcebispo de Acra, sobretudo no
continente africano, onde a Igreja católica está crescendo muito rapidamente.
Em seguida, o prelado assegurou: os temas do Sínodo não são somente europeus,
mas da Igreja em sua universalidade.
Por sua vez, o
Cardeal Menichelli observou que este Sínodo é um Sínodo do povo, fruto da
contribuição das dioceses”, afirmando que na assembleia se refletiu também sobre
o tema do diaconato feminino.
O purpurado fez
uma análise sobre as modalidades de trabalho nos Círculos menores:
“O clima é muito
aberto, não há personalismos. Há, propriamente, esse desejo de conhecer para
oferecer indicações novas, para manifestar aquele amor para com as famílias e
também aquela preocupação que a Igreja muitas vezes manifesta diante de
fenômenos que gostariam – entre aspas – de não nobilizar a realidade familiar.”
Por fim,
respondendo à pergunta de um jornalista sobre o pronunciamento do Papa aos
padres sinodais, na terça-feira, dia 6, em particular, sobre a expressão
“hermenêutica conspiradora” a ele atribuída, Pe. Lombardi explicou:
“Eu não referi
essa expressão, como bem sabem, saiu de outra fonte. Evidentemente, o conceito
é: não devemos pensar que existam complôs. Portanto, a visão que devemos ter do
Sínodo é de um processo de intercâmbio, de comunicação, que se dá de modo
sereno, sincero, e não deve ser considerado guiado por interesses particulares
e por tentativas de manipular ou de conduzir diferentemente daquilo que, ao
invés, é o processo de busca comum, no espírito que a comunidade eclesial deve
fazer.” (RL)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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