O dia do nascituro
Por determinação
da 43ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em 2005, celebra-se, ou deveria
celebrar-se, em todo o Brasil, de 1 a 8 de outubro, a Semana Nacional da Vida e
no dia 8 de outubro o Dia do Nascituro, ou seja, o Dia pelo direito de nascer.
Uma data esquecida, mas que, sobretudo hoje, vale a pena recordar. Nascituro, o
que está para nascer, é o que todos nós fomos um dia, no útero de nossa mãe. Ali
teve início nossa existência, graças a Deus.
Vida: dom precioso, que devemos preservar e promover |
Paradoxalmente,
ao mesmo tempo em que nos maravilhamos com as atuais descobertas científicas
sobre os meses iniciais de nossa vida, quando nossa afetividade e psicologia
pessoais começam a ser formadas, constata-se a existência de ataques à vida
humana nascente.
A propósito,
diante da atual banalização da vida e de opiniões favoráveis ao aborto,
defendido por inúmeras pessoas influentes, é importante lembrar que a Igreja
compreende as situações difíceis que levam mães a abortar, mas, por uma questão
de princípios, defende com firmeza a vida do nascituro, como bem nos ensina S.
João Paulo II na Carta Encíclica "Evangelium Vitae" (Sobre Valor e a
Inviolabilidade da Vida Humana): “É verdade que, muitas vezes, a opção de
abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se
desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de
comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a
própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às
vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que levam a
pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas essas e outras razões
semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a
supressão deliberada de um ser humano inocente” (n. 58). E, usando da
prerrogativa da infalibilidade, o Papa define: “Com a autoridade que Cristo
conferiu a Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os Bispos – que de
várias e repetidas formas condenaram o aborto e que... apesar de dispersos pelo
mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina - declaro que o aborto
direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem
moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente. Tal doutrina
está fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus escrita, é
transmitida pela tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e universal”
(n. 62).
Agradeçamos ao
Criador pelo dom da vida que nos deu, e renovemos o nosso compromisso de lutar
pela vida daqueles que, como nós fomos também, ainda não têm voz, mas que são
chamados a um dia agradecerem a Deus por tão grande dom. Lutemos pela vida,
contra o aborto.
Dom Fernando
Arêas Rifan - Bispo da Administr. Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
(RJ)
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Fonte: cnbb.org.br Ilustração: arquidiocesedegoiania.org.br
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