Sínodo, expressão da colegialidade episcopal
Cidade do
Vaticano (RV) – Tem início neste domingo, 4 de outubro, com encerramento
previsto para o próximo dia 25 a XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos
Bispos sobre o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo
contemporâneo”. É a continuação da III Assembleia Geral Extraordinária
realizada em outubro do ano passado. O Sínodo é a expressão “da colegialidade
episcopal e das famílias”.
No Sínodo
extraordinário no ano passado – palavras dos padres sinodais - tivemos um clima
de liberdade, sinceridade e espírito de comunhão fraterna que caracterizou os
trabalhos; assim todos puderam contribuir à reflexão. Por isso, o documento
final, a Relatio Synodi, publicada após o encerramento dos trabalhos refletiu
fielmente com seus matizes, os resultados dos trabalhos do Sínodo.
Rezemos pelo pleno êxito do Sínodo dos Bispos sobre a Família |
O Sínodo do ano
passado e o que tem início neste domingo com a Santa Missa no Vaticano, teve um
espaço, um prazo, que não tem precedentes na história da instituição do Sínodo.
Partindo do caminho já realizado aproveitou-se esta oportunidade especial para
aprofundar as temáticas e promover o debate em nível de Conferências
Episcopais, encontrando os recursos e as ferramentas necessárias para uma maior
participação de todos. E isso ocorreu durante o último ano com a distribuição
de um questionário que chegou às Igrejas locais solicitando às mesmas a
contribuição de todos, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos para uma maior reflexão
sobre o tema da família.
Depois tivemos a
publicação do Instrumentum Laboris. O documento de trabalho reporta a Relatio
Synodi e integra as contribuições provenientes das respostas ao questionário
que foi proposto às dioceses. O documento está dividido em três partes: a
escuta dos desafios sobre a família, o discernimento da vocação familiar e a
missão da família hoje.
No “Instrumentum
Laboris” reafirma-se que o matrimônio é um sacramento indissolúvel, não
deixando de recordar o acompanhamento que a Igreja deve fazer das situações de
sofrimento através de uma atitude de misericórdia. Não são esquecidas também as
situações de nulidade matrimonial.
O documento de
trabalho deste Sínodo, apresenta uma atenção especial aos divorciados
recasados, sendo desejada uma reflexão sobre a oportunidade de fazer cair “as
formas de exclusão atualmente praticadas no campo litúrgico-pastoral, educativo
e caritativo”, porque estes fiéis “não estão fora da Igreja”.
No caso
particular, da comunhão eucarística aos divorciados recasados, o documento
apresenta o “comum acordo” que existe sobre a hipótese de um “caminho
penitencial” sob a autoridade de um bispo.
Em relação às
uniões homossexuais o documento reafirma a posição contrária da Igreja, sendo,
no entanto, apresentada a ideia de que cada pessoa, independentemente, da sua
tendência sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com
sensibilidade e delicadeza.
Uma fundamental
referência no texto aos filhos. O Instrumentum convida a ser valorizada a
importância da adoção afirmando que “a educação de um filho deve basear-se na
diferença sexual, assim como a procriação”, pois esta tem o seu fundamento “no
amor conjugal entre um homem e uma mulher”.
A Igreja no
Brasil também está presente no Sínodo sobre a família. Cinco bispos vão
representar o episcopado brasileiro: Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília
(DF) e Presidente da CNBB; Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo
(SP); Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari (BA); Dom Geraldo Lírio Rocha,
Arcebispo de Mariana (MG); e o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de
Aparecida (SP), Presidente Delegado.
De acordo com o
Arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lírio Rocha, as contribuições do Brasil junto
ao Sínodo se darão em torno de sua riqueza cultural, do sentido de
família presente no povo brasileiro, do apreço à família, bem como das
iniciativas da Igreja brasileira com relação ao tema. “Nós levamos para o
Sínodo uma reflexão muito ampla e não só, mas uma prática de ação pastoral em
defesa da vida e em favor da família, que se consolidou no Brasil em todas as
regiões”.
Por ser um
evento mundial, o Sínodo tem suas estratégias para organizar as discussões,
como por exemplo, as plenárias e os grupos de trabalho. As plenárias são os
principais momentos de discussão, nas quais cada país fará suas colocações e
apresentará suas respectivas realidades.
Já os grupos de
trabalhos serão ocasião para os bispos, divididos por idiomas, elaborarem as
proposições que, ao final, do Sínodo serão apresentadas ao Papa Francisco. Os
idiomas oficiais do Sínodo são: latim, inglês, italiano, francês, espanhol e o
alemão.
O Sínodo não
terá um documento final a ser apresentado a toda a Igreja, mas um documento que
deverá ser entregue ao Santo Padre para que ele sim, em nome da Igreja,
apresente uma exortação apostólica pós-sinodal.
O Sínodo não é
uma espécie de parlamento, mas sim um encontro de bispos na qualidade de
pastores da Igreja. Não é uma reunião de técnicos, de especialistas ou de
peritos em determinada matéria, de alguma ciência. O Sínodo é um acontecimento
eclesial, por isso, ele se respalda na palavra de Deus e no Magistério da
Igreja, com a intercessão do Espírito Santo. Vamos rezar pelo bom êxito dos
trabalhos. (Silvonei José)
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Fonte: radiovaticana.va
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