Mensagem de Paz e Esperança para 2017
No texto, a
Conferência afirma que todos são convocados a colaborar para construção de
sociedade justa e pacífica
Neste primeiro
dia de 2017, foi divulgada a Mensagem de Paz e Esperança da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dirigida a todos os brasileiros e
brasileiras. Recordando a crise ética, a necessidade de construção de um país
justo e fraterno e a adoção de medidas justas para a superação da crise
econômica e dos problemas sociais, a CNBB afirma que todos são “convocados a
colaborar, num esforço inadiável, para a construção de uma sociedade justa e
pacífica, preservando e defendendo a ordem constitucional e rejeitando a
violência nas suas variadas formas”. Para a entidade, o caminho da Esperança e
da Paz necessita do diálogo, da não-violência e do efetivo compromisso das
instituições democráticas.
Leia o texto na
íntegra:
P - Nº. 0886/16
MENSAGEM DA CNBB
POR OCASIÃO DO NOVO ANO
“Eu vos disse
estas coisas para que, em mim, tenhais a paz” (Jo 16,33)
A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, por ocasião do início do Novo Ano e da
comemoração do Dia Mundial da Paz, dirige a todos os brasileiros e brasileiras
sua mensagem de Paz e Esperança.
Segundo a
concepção bíblica, a Paz, dom de Deus, é fruto da justiça, do amor e da
misericórdia; é o fundamento de uma ordem social duradoura e segura. A
Esperança, por sua vez, alicerçada na fé, faz desejar o Reino dos Céus. Ela se
expressa através do compromisso com a construção de uma nova vida e de um mundo
novo. Sendo assim, iluminados pela fé em Cristo, somos chamados a caminhar na
Esperança e a contribuir na construção da Paz.
Desejosos da Paz
e fortalecidos pela Esperança, constatamos que o povo brasileiro é trabalhador,
valoriza a honestidade, sonha com uma sociedade fraterna e solidária; fica
indignado com as injustiças e manifesta perplexidade diante dos escândalos que
assolam nosso país.
Vivemos uma
profunda crise ética. Sua face mais visível é a corrupção, com prejuízos
inestimáveis para a Nação, principalmente para os mais pobres. Reiteramos o
nosso repúdio a quaisquer formas de corrupção e reafirmamos a necessidade de
continuar a combatê-la com rigor, respeitando-se sempre o ordenamento jurídico
do Estado Democrático de Direito.
Fruto da crise
ética é o descrédito com a política partidária. Posturas que privilegiam
interesses pessoais, partidários e coorporativos, em detrimento do bem-comum,
debilitam o Estado e alimentam as injustiças sociais. Necessitamos de um novo
modo de fazer política, a serviço do povo. A credibilidade da política exige o
resgate da ética.
Na construção de
um País justo e fraterno, faz-se necessário sempre o respeito à ordem
democrática. A nação brasileira perde com a desestabilidade institucional. A
superação da crise política e econômica necessita do relacionamento autônomo e
harmonioso entre os Poderes públicos. Apelamos aos responsáveis pelos Poderes
da República a zelarem pela constitucional independência e harmonia dos
mesmos.
As dificuldades
econômicas e os problemas sociais exigem a adoção de medidas justas para a sua
superação. Contudo, o ônus desse processo não deve jamais recair sobre os mais
pobres e fragilizados. É preciso sempre assegurar e defender os direitos dos
pobres e dos trabalhadores.
A Esperança e o
compromisso com a justiça nos levam a construir a Paz. O povo brasileiro possui
capacidade para superar a crise econômica e política. Todos somos convocados a
colaborar, num esforço inadiável, para a construção de uma sociedade justa e pacífica,
preservando e defendendo a ordem constitucional e rejeitando a violência nas
suas variadas formas. O caminho da Esperança e da Paz necessita do diálogo, da
não-violência e do efetivo compromisso das instituições democráticas.
Isentos de
vinculações partidárias, motivados pelos valores do Evangelho e pelo sentimento
democrático inspirado na Constituição, a CNBB continuará, juntamente com outras
entidades, a colaborar na importante e urgente tarefa de buscar soluções para o
Brasil.
As palavras do
Papa Francisco, na sua Mensagem para o 50o Dia Mundial da Paz, hoje celebrado,
sirvam de estímulo e orientação: “Desde o nível local e diário até o nível da
ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo característico das
nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em
todas as suas formas. (...) No ano de 2017, comprometamo-nos, através da oração
e da ação, a tornar-nos pessoas que baniram dos seus corações palavras e gestos
de violência e a construir comunidades não-violentas que cuidem da casa comum.
(...) Todos podem ser artesãos da paz”.
A Paz e a
Esperança do Menino Deus nos acompanhem ao longo deste Novo Ano, no qual
celebramos os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nossa
Padroeira!
Feliz Ano Novo!
Brasília, 1° de
janeiro de 2017
Dom Sérgio da Rocha - Arcebispo de Brasília - Presidente da CNBB
Dom Murilo Sebastião Krieger - Arcebispo de Salvador - Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner - Bispo Auxiliar de Brasília - Secretário Geral da CNBB
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Fonte: cnbb.org.br
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