Papa aos fiéis:
"Diante da morte, a esperança da vida eterna"
Cidade do
Vaticano (RV) – “Jonas, a esperança e a oração”: este foi o tema da catequese
feita pelo Papa aos fiéis em seu encontro nesta quarta-feira (18/01), para a
audiência geral.
Francisco se
concentrou de modo mais concreto na nossa decisão de nos pormos em oração
movidos pela esperança no perdão de Deus e mencionou a parábola do Profeta
Jonas, em cuja vida esta relação ficou bem clara.
Jonas é um
profeta ‘em saída’, ‘em fuga’, disse o Papa, um profeta que Deus enviou ‘à
periferia’, em Nínive, para converter os moradores daquela grande cidade...
Mas o profeta não quis ir: Nínive fez demasiado mal ao seu povo, para
Jonas conseguir desejar-lhe a salvação. Então o profeta toma uma nave, com o
propósito de seguir na direção oposta de Nínive.
Francisco improvisa durante a Catequese |
“Durante sua
fuga, o profeta entra em contato com os pagãos, os marinheiros do navio, para
se afastar de Deus e de sua missão. E é justamente o comportamento destes
homens que nos faz hoje refletir sobre a esperança que, diante do perigo e da
morte, se expressa em oração”.
Uma grande
tempestade ameaça afundar a nave; sobre ela, desesperados, todos começam a
rezar cada um ao seu próprio deus para que os salve. Todos não! Jonas dorme no
porão. O comandante o acorda dizendo -lhe: “Invoca o teu Deus, a ver se por
acaso se lembra de nós e nos livra da morte”.
Nestas palavras
– explicou o Pontífice – transparece toda a esperança do ser humano na sua
impotência face a um perigo mortal. É a esperança que se faz oração, uma
súplica cheia de angústia que sobe dos lábios humanos em perigo iminente de
morte.
O fato destas
palavras saírem da boca de “pagãos”, como era o comandante da nave, só confirma
como a necessidade de o fazer seja intuitiva e generalizada na alma humana. O
pavor instintivo de morrer revela a necessidade de esperar no Deus da
vida.
“Muitas vezes,
facilmente, nós não nos dirigimos a Deus no momento da necessidade por
considerarmos uma oração interesseira e imperfeita. Deus, no entanto, conhece
as nossas fraquezas, sabe que nós nos recordamos Dele para pedir ajuda, e com o
sorriso indulgente de um pai, responde positivamente”.
“Quando Jonas,
reconhecendo as próprias responsabilidades, se joga no mar para salvar seus
companheiros de travessia, a tempestade se calma.Aceitando sacrificar-se por
eles, Jonas agora conduz os sobreviventes ao reconhecimento do verdadeiro
Senhor”.
E a oração
ditada pela esperança surtiu efeito, Deus realizou quanto esperavam e pediam: a
nave foi salva, o profeta aprendeu a obedecer e Deus perdoou à cidade
arrependida.
O Papa concluiu
a reflexão afirmando que sob a misericórdia divina, e ainda mais, à luz do
mistério pascal, a morte pode se tornar, como o foi para São Francisco de
Assis, “nossa irmã morte” e representar, para cada homem e para cada um de nós,
a surpreendente ocasião para conhecer a esperança e encontrar o Senhor. (CM)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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