Papa Francisco:
O pobre em espírito
sabe ser humilde e disponível à graça de Deus
sabe ser humilde e disponível à graça de Deus
Cidade do
Vaticano (RV) - Quanto mais tenho, mais quero: isso mata a alma. E o homem ou a
mulher que tem essa atitude não é feliz e não alcançará a felicidade: disse o
Papa Francisco no Angelus deste domingo, ao meio-dia, na alocução que
precedeu a oração mariana.
Francisco havia
partido das Bem-aventuranças, “carta magna” do Novo Testamento, que
caracterizam a liturgia deste IV Domingo do Tempo Comum. No sermão da montanha
“Jesus manifesta a vontade de Deus de conduzir os homens à felicidade”,
destacou.
Nesta sua
pregação Jesus segue um caminho particular: começa com o termo “bem-aventurados”,
ou seja, “felizes”; prossegue com a indicação da condição para ser tais; e
conclui fazendo uma promessa, explicou o Pontífice.
Francisco
acrescentou que o motivo da bem-aventurança não está na condição de “pobres em
espírito”, “aflitos”, “famintos de justiça”, “perseguidos”, mas na promessa
sucessiva, a ser acolhida com fé como dom de Deus. “Parte-se da condição de
dificuldade para abrir-se ao dom de Deus e aceder ao mundo novo, o ‘reino’
anunciado por Jesus.”
Francisco em oração antes do Angelus |
“O pobre em
espírito é aquele que assumiu os sentimentos e a atitude daqueles pobres que em
sua condição não se rebelam, mas sabem ser humildes, dóceis, disponíveis à
graça de Deus.”
A felicidade dos
pobres – dos pobres em espírito – tem uma dúplice dimensão: em relação aos bens
e em relação a Deus, explicou o Santo Padre, acrescentando:
“Em relação aos
bens, aos bens materiais, esta pobreza em espírito é sobriedade: não
necessariamente renúncia, mas capacidade de experimentar o essencial, de
partilha; capacidade de renovar todos os dias a admiração pela bondade das
coisas, sem sucumbir na opacidade do consumo voraz."
“Quanto mais
tenho, mais quero; mais tenho, mais quero: esse é o consumo voraz. E isso mata
a alma. E o homem ou a mulher que faz isso, que tem essa atitude ‘mais tenho,
mais quero’, não é feliz e não alcançará a felicidade.”
Em relação a
Deus, afirmou, “é louvor e reconhecimento que o mundo é bênção e que na sua
origem está o amor criador do Pai. Mas é também abertura a Ele, docilidade a
sua senhoria: “é Ele, o Senhor, é Ele o Grande, não eu sou grande porque tenho
tantas coisas! É Ele: Ele que quis o mundo para todos os homens e o quis para
que os homens fossem felizes”, acrescentou.
Papa no Angelus com dois adolescentes da Ação Católica de Roma |
“Se em nossas
comunidades existissem mais pobres em espírito, haveria menos divisões,
contrastes e polêmicas. A humildade, como a caridade, é uma virtude essencial
para a convivência nas comunidades cristãs. Os pobres, nesse sentido
evangélico, se mostram como aqueles que mantêm firme a meta do Reino dos céus,
fazendo entrever que este é antecipado de forma germinal na comunidade
fraterna, que privilegia a partilha à posse.”
Após a oração
mariana, o Pontífice lembrou a celebração, neste domingo, do Dia mundial de
luta contra a hanseníase, ressaltando que esta doença, mesmo em diminuição,
encontra-se ainda entre as mais temidas e atinge os mais pobres e marginalizados.
“É importante lutar contra esta enfermidade, mas também contra as
discriminações que ela gera”, exortou.
Encontravam-se
presentes na Praça São Pedro, em meio aos cerca de 25 mil fiéis e peregrinos,
três mil jovens da Ação Católica de Roma, formando a “Caravana da Paz”. Dois
deles, um garoto e uma garota, se juntaram ao Santo Padre durante a saudação do
Pontífice aos diversos grupos de fiéis e peregrinos reunidos na Praça. O garoto
leu uma breve mensagem aos presentes. Em seguida, foram soltos alguns balões,
símbolo da paz.
O Papa lembrou
mais uma vez as populações do centro da Itália, expressando sua proximidade a
estes que ainda sofrem as consequências do terremoto e das difíceis condições
atmosféricas deste inverno europeu.
O Pontífice
despediu-se dos presentes pedindo que não se esquecessem de rezar por ele. (RL)
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Assista:
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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