Para seguir Jesus é preciso se mexer, não ter a alma “parada”
Cidade do
Vaticano (RV) - Para seguir Jesus, é preciso caminhar, não ficar parados com “a
alma sentada”. Foi o que afirmou o Papa Francisco na missa celebrada na Casa
Santa Marta (13/01).
As pessoas
seguem Jesus, o seguem por interesse ou por uma palavra de conforto. O Papa
Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia para destacar que, embora a pureza
de intenção não seja “total”, perfeita, é importante seguir Jesus, caminhar
atrás Dele. As pessoas eram atraídas por sua autoridade, explicou o Papa, pelas
“coisas que dizia e como as dizia; ele também curava e muitas pessoas iam
atrás Dele para serem curadas”. Certamente, observou o Papa, algumas vezes
Jesus repreendeu as pessoas que o seguiam porque estavam mais interessadas em
uma conveniência do que na Palavra de Deus.
Não aos cristãos
parados
“Outras vezes”,
disse ainda Francisco, as pessoas o queriam Rei, porque pensavam: ‘Ele é
político perfeito!’”, mas as pessoas “erravam” e “Jesus foi embora, se
escondeu”. O Senhor, porém, deixava que todos os seguissem, “porque sabia que
todos somos pecadores”. O maior problema, afirmou portanto Francisco, “não eram
os que seguiam Jesus”, mas os que ficavam “parados”:
Liturgia Eucarística |
“Estes eram um
grupo de parados”, advertiu o Papa. Aqueles que ficavam ali, no balcão, olhando
e julgando”. Mas há outros que ficam parados, acrescentou Francisco falando do
homem que “há 38 anos ficava perto da piscina: parado, amargurado pela vida,
sem esperança”, e “digeria a própria amargura: também este é outro parado, que
não seguia Jesus e não tinha esperança”.
Para encontrar
Jesus é preciso arriscar
Ao invés, essas
pessoas que seguiam Jesus se “arriscavam” para encontrá-Lo, “para encontrar
aquilo que queriam”:
“Essas pessoas
de hoje, que arriscaram quando abriram o teto: correram o risco de que o
proprietário da casa os acusasse, os levasse até o juiz e os fizessem pagar.
Arriscaram, mas queriam ver Jesus. Aquela mulher doente há 18 anos arriscou
quando secretamente só queria tocar a barra do manto de Jesus: arriscou sentir
vergonha. Arriscou: queria saúde, queria chegar até Jesus. Pensemos na
Cananéia: e as mulheres arriscam mais do que os homens, eh! Isso é verdade: são
mais corajosas! E isso devemos reconhecer”.
O Papa citou
ainda o caso da Cananéia, da pecadora na casa de Simão e da Samaritana. Todas
arriscaram e encontraram a Salvação. “Seguir Jesus – disse Francisco – não é
fácil, mas é belo! E sempre se arrisca”. E muitas vezes nos tornamos ridículos.
Mas se encontra aquilo que realmente conta: “os pecados são perdoados”. Porque
atrás daquela graça que nós pedimos – a saúde ou a solução de um problema ou
aquilo que for – há a vontade de ser curados na alma, de ser perdoados”. Todos
nós, acrescentou, “sabemos ser pecadores. E por isso seguimos Jesus, para
encontrá-Lo. E arriscamos”.
Evitar a alma
“sentada”
Devemos nos
questionar, provocou o Papa: “Eu arrisco ou sempre sigo Jesus segundo as regras
da casa de seguros?”, preocupados em não fazer uma coisa ou outra. “Não se
segue Jesus deste jeito”, advertiu Francisco. Assim se fica sentado, como
aqueles que julgavam”:
“Seguir Jesus
porque precisamos de algo ou seguir Jesus arriscando, e isso significa seguir
Jesus com fé: esta é a fe. Entregar-se a Jesus, confiar Nele e com esta fé na
sua pessoa essas pessoas abriram o teto para que a cama do paralítico caísse
diante de Jesus para que Ele o curasse. ‘Confio em Jesus, entrego a minha vida
a Jesus? Estou a caminho atrás de Jesus, embora seja ridículo algumas vezes?
Ou fico sentado olhando como os outros fazem, olhando a vida ou fico sentado
com a alma ‘sentada’ – digamos assim – com a alma fechada pela amargura, pela
falta de esperança?’. Cada um de nós pode fazer essas perguntas hoje”.
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Papa aos jovens:
Ouçam a voz de Deus, construam um mundo melhor
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma carta aos jovens, nesta sexta-feira
(13/01), de apresentação do documento preparatório do Sínodo dos Bispos de
2018.
O Pontífice
inicia a carta manifestando sua alegria de anunciar aos jovens que, em outubro
de 2018, se realizará a 15ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre o tema
“Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
“Quis que vocês
estivessem no centro das atenções, porque os tenho em meu coração. Exatamente
hoje foi apresentado o Documento preparatório, que confio também a vocês como
«bússola» ao longo deste caminho.”
Sair
“Vêm-me à mente
as palavras que Deus dirigiu a Abraão: «Sai de sua terra, do meio de seus
parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei». Hoje,
estas palavras são dirigidas também a vocês: são palavras de um Pai que os
convida a «sair» a fim de serem lançados em direção a um futuro desconhecido,
mas portador de realizações seguras, encontro ao qual Ele mesmo os
acompanha. Convido-os a ouvir a voz de Deus que ressoa em seus corações
através do sopro do Espírito Santo”, ressalta o Papa no texto.
Papa Francisco com os jovens na JMJ em Cracóvia |
“Mas hoje,
infelizmente, o «Sai» adquire também um significado diferente. O da
prevaricação, da injustiça e da guerra. Muitos de vocês, jovens, estão
submetidos à chantagem da violência e são forçados a fugir de sua terra natal.
O seu clamor sobe até Deus, como o de Israel, escravo da opressão do Faraó”,
destaca o Pontífice.
Discernir
“Recordo-lhes
também as palavras que certo dia Jesus proferiu aos discípulos, que lhe
perguntavam: «Rabi, onde moras?». Ele respondeu: «Vinde e vede!». Jesus dirige
o seu olhar também a vocês, convidando-os a caminhar com Ele.”
“Caríssimos
jovens, vocês encontraram este olhar? Ouviram esta voz? Sentiram este impulso a
pôr-se a caminho? Estou convencido de que, não obstante a confusão e a perturbação
deem a impressão de reinar no mundo, este apelo continua ressoando em seu
espírito para o abrir à alegria completa. Isto será possível na medida em que,
também através do acompanhamento de guias especializados, vocês souberem
empreender um itinerário de discernimento para descobrir o projeto de Deus em
sua vida. Mesmo quando o seu caminho estiver marcado pela precariedade e pela
queda, Deus rico de misericórdia estende a sua mão para os erguer”, sublinha
ainda o Papa.
Gritar
Na abertura da
última Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, perguntei-lhes várias vezes:
«Podemos mudar as coisas?». E vocês gritaram juntos um «Sim!» retumbante.
Aquele grito nasce do seu coração jovem, que não suporta a injustiça e não pode
submeter-se à cultura do descarte, nem ceder à globalização da indiferença.
Escutem aquele clamor que vem do seu íntimo! Mesmo quando sentirem, como o
profeta Jeremias, a inexperiência de sua jovem idade, Deus os encoraja a ir
para onde Ele os envia: «Não tenha medo [...] pois eu estou com você para
protegê-lo».
Constrói-se um
mundo melhor também graças a vocês, ao seu desejo de mudança e generosidade.
Não tenham medo de ouvir o Espírito que lhes sugere escolhas audaciosas, não
hesitem quando a consciência lhes pedir para arriscar a fim de seguir o Mestre.
Também a Igreja deseja colocar-se à escuta de sua voz, de sua sensibilidade, de
sua fé; até de suas dúvidas e suas críticas. Façam ouvir o seu grito. Deixem
ele ressoar nas comunidades e o façam chegar aos pastores. São Bento
recomendava aos abades que, antes de cada decisão importante, consultassem
também os jovens porque «muitas vezes é exatamente ao mais jovem que o Senhor revela
a melhor solução».
“Assim, através
do caminho deste Sínodo, eu e os meus irmãos Bispos queremos, ainda mais,
«colaborar para a sua alegria». Confio-lhes a Maria de Nazaré, uma jovem como
vocês, à qual Deus dirigiu o seu olhar amoroso, a fim de que os tome pela mão e
os guie para a alegria de um «Eis-me!» pleno e generoso”, conclui o Papa.
(MJ)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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