Preferido de Deus
Parece um
contrassenso a chamada Teologia da Prosperidade comparada com a preferência de
Deus pelos pobres. De fato, a primeira promove a riqueza e o bem estar como
finalidade de todo o trabalho humano e da própria vida terrena. Entra de cheio
na mentalidade e na prática do consumismo materialista. Nela o dízimo tem o
enfoque de dar a Deus para Ele fazer a barganha e retribuir o ser humano, como
se Ele precisasse de algo humano.
Na manifestação
de amor pelos mais frágeis Deus manda seu Filho, nascido pobre e vivendo assim,
desapegado de tudo, mostrando que a vida tem o sentido absoluto e de riqueza
plena em Deus. Paulo fala da quênose ou do esvaziamento do próprio egoísmo e
das coisas materiais para se colocar dentro de si a maior riqueza, que é Deus.
Mais: “Deus escolheu o que no mundo é sem importância e desprezado, o que
não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é
considerado importante” (1 Coríntios 1, 28). Quem coloca Deus como finalidade
de vida, usa do que é material, cultural e espiritual para servir a quem não é
servido.
Bem-aventuranças: caminho para a santidade |
A pobreza
material é caracteriza pela falta ou o ganho do necessário para se viver
dignamente. Há ricos material e ou intelectualmente que assumem a preferência
evangélica pela defesa da causa dos pobres. Eles se juntam aos pobres social e
materialmente falando, para defender sua promoção e dignidade. Hoje, mais do
que nunca, precisamos promover os preferidos de Deus para sermos como o alongamento
da pessoa e do Evangelho de Jesus, implantando mais na sociedade, o sentido e a
prática dos bem aventurados, os pobres em espírito.
O profeta
Sofonias lembra o valor dos pobres: “E deixarei entre vós um punhado de homens
humildes e pobres. E no nome do Senhor porá sua esperança no resto de Israel”
(Sofonias 2, 12.13). Os pobres, de fato, colocam sua esperança em Deus. A
riqueza material e os outros tipos de riqueza são bons, mas quando usados
responsavelmente para se fazer o bem, sendo-se solidário com a justiça e a
promoção da dignidade humana. Então, se participa da pobreza em espírito, por
se colocar a lei de Deus em prática. Deus quer a vida terrena digna para
todos. Por isso, é preciso viver-se a pobreza evangélica de quem coloca em
prática a justiça e a solidariedade, com uma vida simples e desapegada.
Dom José Alberto Moura - Arcebispo de Montes Claros (MG)
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Fonte: cnbbleste2.org.br Ilustração: franciscanos.org.br
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