"Diante da dor,
palavras de coração, silêncio, gestos e carinho"
palavras de coração, silêncio, gestos e carinho"
Cidade do Vaticano
(RV) – Prosseguindo seu ciclo de catequeses semanais sobre a esperança cristã,
o Papa Francisco recebeu na Sala Paulo VI milhares de fiéis e peregrinos para a
audiência geral. “O choro de Raquel por seus filhos” foi o tema do encontro na
manhã desta quarta-feira (04/01).
O Papa iniciou
antecipando sua intenção de refletir sobre uma figura de mulher que fala da
esperança vivida no pranto: a de Raquel, esposa de Jacó e mãe de José e de
Benjamim. Aquela que, como nos ilustra o Genesis, morreu ao dar à luz o segundo
filho.
“Um clamor se
ouve em Ramá, de lamento, de choro, de amargura. É Raquel que chora seus filhos
e recusa ser consolada, porque eles já não existem!”
“Para falar de
esperança a quem está desesperado, é preciso compartilhar o seu desespero; para
enxugar as lágrimas do rosto de quem sofre, é preciso unir o nosso pranto ao
seu. Só assim podem as nossas palavras ser realmente capazes de dar um pouco de
esperança”.
Francisco na entrada da Sala Paulo VI nesta quarta-feira |
Nós vemos isto
acontecer na profecia de Jeremias quando se dirige ao povo exilado na Babilônia
e personificado em sua matriarca Raquel, esposa do patriarca Jacó e mãe dos
seus filhos, José e Benjamim.
Ela morreu
precisamente ao dar à luz este segundo filho: morreu para que Benjamim vivesse.
O profeta imagina Raquel, ou seja, um povo deportado em lágrimas pelos filhos
que já não existem, desapareceram para sempre. Mas Deus, na sua delicadeza e no
seu amor, responde ao pranto de Raquel com a promessa: “Haverá recompensa para
as tuas penas. Eles voltarão do país inimigo”.
“Descansa tua
voz do gemido, poupa os olhos das lágrimas! Pois há uma paga por teus
trabalhos: – oráculo do Senhor – eles voltarão da terra inimiga! Há esperança
para tua descendência: – oráculo do Senhor – teus filhos voltarão para a terra
que é deles.
Justamente pelo
pranto da mãe, há ainda uma esperança para os filhos. Suas lágrimas geraram
esperança: o povo retornará do exílio e poderá livremente viver, na fé, a sua
relação com Deus.
Como sabemos, o
evangelista Mateus vê estas lágrimas de Raquel nos rostos das mães de Belém que
choram os filhos mortos pelos sicários de Herodes, quando este se propôs matar
Jesus. As crianças de Belém morreram por causa de Jesus. Mas Ele haveria, por
sua vez, de morrer por todos.
O Filho de Deus
entrou na dor dos homens, compartilhou e aceitou a morte; a sua palavra é
definitivamente palavra de consolação, porque nasce do pranto. E, na cruz, será
Ele, o Filho moribundo, a dar uma nova fecundidade à sua Mãe, confiando-Lhe o
discípulo João e tornando-A mãe do povo dos crentes.
A morte está
vencida e a profecia de Jeremias chega assim ao seu pleno cumprimento. Também
as lágrimas de Maria, como as de Raquel, geram esperança e nova vida.
.............................................................................................................................................
Fonte: radiovaticana.va news.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário