Direito inviolável à vida pertence também ao criminoso
Cidade do
Vaticano (RV) - O Santo Padre enviou uma vídeo-mensagem ao VI Congresso mundial
contra a pena de morte, em andamento em Oslo, na Noruega, cuja realização se dá
desta terça até a próxima quinta-feira (23/06).
A vida é sagrada em todas as circunstâncias |
Após saudar os
organizadores do Congresso, o grupo de países que apoiam a iniciativa,
especialmente, a Noruega – país anfitrião –, representantes dos governos e
organizações internacionais e a sociedade civil, o Papa expressa seu
agradecimento pessoal, e também dos homens de boa vontade, pelo compromisso com
um mundo livre da pena de morte.
Para Francisco,
o desenvolvimento na opinião pública de uma crescente oposição à pena de morte,
“é um sinal de esperança”.
Pena de morte é
ofensa à dignidade da pessoa humana
Efetivamente,
“hoje em dia a pena de morte é inadmissível, por quanto grave tenha sido o
delito do condenado. É uma ofensa à inviolabilidade da vida e à dignidade da
pessoa humana que contradiz o desígnio de Deus sobre o homem e a sociedade e
sobre a justiça misericordiosa, e impede cumprir qualquer finalidade justa das
penas”, afirma o Pontífice na vídeo-mensagem.
O Papa assevera
que com a pena de morte “não se faz justiça às vítimas, mas se fomenta a
vingança”. O mandamento “não matarás” tem valor absoluto tanto para os
inocentes como para os culpados, acrescenta.
Direito
inviolável à vida pertence também ao criminoso
O Santo Padre
diz ainda que “o Jubileu da Misericórdia é uma ocasião propícia para promover
no mundo formas cada vez mais maduras de respeito à vida e à dignidade de cada
pessoa”. “Não se pode esquecer que o direito inviolável à vida, dom de Deus,
pertence também ao criminoso”, observa.
Francisco
aproveita a oportunidade para reiterar auspícios expressos em outras ocasiões.
“Desejo hoje incentivar todos a trabalhar não somente pela abolição da pena de
morte, bem como pelo melhoramento das condições de detenção, para que respeitem
plenamente a dignidade humana das pessoas privadas de liberdade.”
Após enfatizar
que “fazer justiça” não significa que se deve buscar a punição por si mesma, o
Santo Padre recorda que as penas devem ter como finalidade fundamental a
reeducação de quem praticou o delito.
Pena aberta à
reinserção do culpado na sociedade
Ao expressar tal
conceito, o Papa explicita que a questão deve ser enquadrada na ótica de uma
justiça penal que seja aberta à esperança de reinserção do culpado na
sociedade. “Não existe pena válida sem esperança! Uma pena fechada em si mesma,
que não dá lugar à esperança, é uma tortura, não é uma pena”, pondera.
O Papa Francisco
faz votos de que o Congresso possa dar um novo impulso ao compromisso em prol
da abolição da pena capital. “Por isso mesmo, encorajo todos os participantes a
continuar com esta grande iniciativa e lhes asseguro minhas orações”, conclui.
Promovido pela
Ong “Juntos contra a pena de morte” e pela “Coalisão mundial contra a pena de
morte”, com o apoio do Ministério dos Assuntos Exteriores da Noruega, o
Congresso tem a participação de cerca de 140 organizações do mundo inteiro, e
traz por finalidade “eliminar a obrigatoriedade da pena de morte” e transformar
os países abolicionistas de fato em abolicionistas de direito. (RL)
........................................................................................................................................
Fonte: radiovaticana.va news.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário