Enviado especial ao Congresso Eucarístico Nacional
Cardeal Hummes ao lado de Francisco em sua primeira aparição como Papa |
Nos último anos,
Dom Cláudio realizou mais de 30 visitas às mais de 70 circunscrições eclesiais
da Amazônia legal. Neste sentido, o cardeal acredita que as questões do Norte
do Brasil estarão no centro dos debates – sem negligenciar o atual
contexto brasileiro, do qual à Igreja não se exclui e aproveita para reiterar a
opção pelos pobres.
Cardeal Hummes em visita às circunscrições eclesiásticas da Amazônia |
RV: Sem esquecer
a situação atual que se vive no Brasil em outros campos:
Dom Cláudio:
"O tema foi escolhido a mais tempo tendo em vista estes centenários que
citei. Mas hoje, sendo, claro, um Congresso Nacional, ele vai acontecer dentro
de um momento de forte crise política e social no país, uma crise que tem no
centro a corrupção de modo geral. Portanto, também será um momento em que tudo
isso, o que está ocorrendo no Brasil, deverá fazer parte das preocupações e dos
enfoques deste nosso Congresso Eucarístico".
Em uma das mais
recentes entrevistas à Rádio Vaticano, o Cardeal Hummes relatou
os aspectos da sua visita à Ilha de Marajó.
Festa do Círio de Nazaré em Belém, sede do Congresso Eucarístico |
“Esta área é
muito abandonada pelo poder público estadual e federal; praticamente não há
investimentos. Melgaço é o município mais pobre do Brasil. O povo está muito
aflito por falta de oportunidade de trabalho, não existe trabalho. O desemprego
é colossal, não há investimentos ali. Os municípios não têm condições, porque
não têm arrecadação, uma vez que não existe produção. Grande parte deste povo vive
da bolsa família e às vezes de um ou outro aposentado que ajuda a sua parentela
a sobreviver. Quando andamos por Melgaço, à beira do rio, vemos as pessoas
andando, ou sentadas em casa, porque não existe trabalho. É muito triste”. (rb)
...............................................................................................................................................................
Papa a astrônomos:
"Acesso à água potável é questão de justiça"
O Papa recebeu
na manhã deste sábado, (11/6), na Sala do Consistório, cerca de 45
participantes entre professores e alunos do Curso internacional de Verão do Observatório Astronômico do Vaticano, promovido pelo Padres
Jesuítas.
Aos jovens
astrônomos, provenientes de diversos países e culturas diferentes, que
enriquecem o trabalho de pesquisa em âmbito científico, o Papa expressou seu
apreço pela complexa e maravilhosa atividade de compreender cada vez mais o
universo, dom incomparável do Criador!
A seguir,
Francisco recordou que o Observatório Astronômico do Vaticano foi fundado há
125 anos, precisamente em 1891, pelo Papa Leão XIII para confirmar “o quanto a
Igreja é amiga da verdadeira e ponderada ciência, tanto humana como divina”:
Universo
Imagem de satélite da foz da Bacia do Prata |
“Todos nós
vivemos sob o mesmo céu e todos somos movidos pela beleza, que se revela no
cosmos e se reflete também em nossos estudos sobre os corpos e as substâncias
celestes. Desta forma, somos unidos pelo desejo de descobrir a verdade sobre
este maravilhoso universo, aproximando-nos sempre mais do seu Criador”.
E, comentando o
tema discutido neste 15° Curso de Astronomia “a água no sistema solar e em
outros lugares”, o Santo Padre advertiu de como é essencial o elemento água
aqui na Terra para a vida, os seres vivos e o trabalho humano. A água nos
encanta com a sua potência, mas também com a sua humildade:
Água
“As grandes
civilizações tiveram origem ao longo dos rios. Não obstante, em nossos dias, o
acesso à água pura é um problema de justiça para o gênero humano, ricos e
pobres. Por isso, o trabalho de um cientista requer uma grande e árdua
responsabilidade, seja em âmbito local como internacional”.
O Papa concluiu
encorajando os jovens astrônomos a se dedicar com alegria à sua pesquisa,
compartilhando com todos seus resultados, com humildade e fraternidade! (MT)
...............................................................................................................................................................
Francisco:
Diversidade é um desafio que nos faz crescer
O Papa recebeu
no final da manhã deste sábado, (11/06), cerca de 650 participantes no
Congresso para Portadores de necessidades especiais, físicas, mentais ou
sensoriais, promovido pela Conferência Episcopal Italiana.
Após alguns
breves depoimentos dos responsáveis pela Pastoral da Catequese italiana, duas
meninas fizeram perguntas ao Papa, representando os diversos portadores de
necessidades especiais presentes na Sala Paulo VI.
Ao responder
espontaneamente à primeira, Francisco disse que “era uma pergunta muito
válida", por se referir às diversidades das pessoas.
Sem medo
“As
diversidades, disse o Papa, sobretudo se forem grandes, nos causam medo. Mas,
por isto mesmo, elas se tornam um desafio. É muito fácil não se incomodar com
as diferenças das pessoas, ou melhor, ignorar a sua diversidade. Porém, a
diversidade é uma riqueza”.
Se no mundo tudo
fosse igual, seria um “mundo chato”. As diversidades, mesmo as mais dolorosas,
nos ajudam, nos desafiam, nos enriquecem. Por isso, não devemos temer as
diversidades dos outros. Pelo contrário, devemos superar este medo; colocar em
comum o que temos.
Aperto de mãos
Aqui, o Papa
recordou um gesto humano muito belo, que fazemos quase inconscientemente, mas
que tem um significado muito profundo:
Francisco no encontro |
“Apertar a mão.
Com este gesto colocamos em comum o que temos com o outro, se este for um gesto
sincero. É uma coisa que faz bem a todos. A diversidade é um desafio que nos
faz crescer”.
Depois,
respondendo à segunda pergunta de uma menina, portadora de necessidades
especiais, Francisco falou da discriminação - na paróquia, na Missa, na
Comunhão, nos Sacramentos - de uma pessoa portadora de deficiência física,
mental ou sensorial.
Todos são iguais
e devem participar dos atos eclesiais, quer tenham os cinco sentidos ou não.
Diante de Deus, todos somos iguais, porque todos nós amamos a Jesus e sua Mãe
Maria. Neste sentido, “a diversidade é igualdade”, “a diversidade é uma
riqueza”.
Em uma paróquia,
explicou o Papa, devemos acolher todos, indistintamente. Os sacerdotes e os
leigos não devem fechar a porta da igreja àqueles que são diferentes de nós: ou
todos ou ninguém! Devem ajudar as pessoas diferentes a entender a fé, o amor, a
amizade.
Acolher e ouvir
Logo, é preciso
“acolher e ouvir” a todos, ou seja, pôr em prática a “pastoral da escuta”.
"Mas,
Padre, é tão chato ouvir, porque são sempre as mesmas coisas, as mesmas
histórias. Porém, ninguém é igual ao outro. As pessoas trazem Jesus no coração.
Por isso devemos ouvi-las com paciência. Acolher e ouvir a todos”.
No final do
encontro na Sala Paulo VI, o Papa convidou os presentes a invocar Nossa Senhora,
com a oração da “Ave Maria e, por fim, após conceder a sua bênção Apostólica,
passou a cumprimentar algumas pessoas portadoras de diversidades especiais mais
graves. (MT)
........................................................................................................................................
Fonte: radiovaticana.va news.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário