Francisco:
Oração é via de saída para fechamentos
Como é tradição
nesta celebração, o Pontífice abençoou os pálios dos novos arcebispos
metropolitanos – dentre eles, quatro brasileiros – que serão impostos pelos Núncios
Apostólicos nas respectivas arquidioceses.
Em sua homilia, o Papa recordou episódios decisivos e fundamentais
da vida dos Apóstolos e da comunidade cristã para superar seus próprios
egoísmos, medos e fechamentos.
“A principal via
de saída dos fechamentos é a oração... A oração, como humilde entrega a Deus e
à sua santa vontade, é sempre a via de saída dos nossos fechamentos pessoais e
comunitários”, afirmou o Pontífice.
Abertura
O próprio Paulo,
ao escrever a Timóteo - prosseguiu o Papa – fala da sua experiência
de libertação, de saída do perigo de ser ele também condenado à morte.
“Entretanto,
Paulo fala de uma ‘abertura’ muito maior, para um horizonte infinitamente mais
amplo: o da vida eterna, que o espera depois de ter concluído a ‘corrida’
terrena”, discerniu Francisco.
Já a confissão
de fé de Pedro e a consequente missão a ele confiada por Jesus – disse
Francisco – mostra-nos que a vida do pescador galileu Simão – assim como a vida
de cada um de nós – se abre, desabrocha plenamente quando acolhe, de Deus Pai,
a graça da fé.
Orgulho
“E Simão põe-se
a caminhar – um caminho longo e duro – que o levará a sair de si mesmo, das
suas seguranças humanas, sobretudo do seu orgulho misturado com uma certa
coragem e altruísmo generoso”, recordou o Papa.
Francisco na Solenidade de São Pedro e São Paulo |
“Então Simão Pedro
foi liberto da prisão do próprio eu orgulhoso e medroso, e superou a tentação
de se fechar à chamada de Jesus para O seguir no caminho da cruz”, recordou o
Papa.
Medos
Neste ponto, ao
recordar o episódio de Pedro liberto que bate à porta mas ficam com medo de
abrir porque ele é procurado, o Papa disse que o medo sempre nos paralisa, nos
fecha às surpresas de Deus.
“Este detalhe
fala-nos de uma tentação que sempre existe na Igreja: a tentação de fechar-se
em si mesma, à vista dos perigos”, advertiu o Papa.
Porém, atrás
daquela porta estavam muitas pessoas que rezavam, narra o Evangelho. E esta é
uma brecha por onde Deus pode agir, concluiu o Pontífice.
“A oração
permite que a graça abra uma via de saída: do fechamento à abertura, do medo à
coragem, da tristeza à alegria. E podemos acrescentar: da divisão à unidade”.
Assista:
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Pedro e Paulo, colunas e luzes
que brilham no coração dos fiéis do Oriente e Ocidente
Sua alocução,
que precede a oração, foi toda dedicada aos dois Apóstolos, cuja fé é o
fundamento “da Igreja de Roma, que sempre os venerou como padroeiros”. Todavia
– observa o Santo Padre – é “toda a Igreja universal que olha para eles com
admiração, considerando-os como duas colunas e duas grandes luzes que brilham
não somente no céu de Roma, mas no coração dos fieis do Oriente e do ocidente.
“Se aqui em Roma
conhecemos Jesus – explicou o Papa – e se a fé cristã é parte viva e
fundamental do patrimônio espiritual e da cultura deste território, isto se
deve à coragem apostólica destes dois filhos do Oriente próximo”.
A difusão de fé cristã tem seu fundamento em Pedro e Paulo |
“Eles, por amor
à Cristo, deixaram sua pátria e, independentemente das dificuldades da longa
viagem e dos riscos e das suspeitas que encontrariam, desembarcaram em Roma.
Aqui eles se tornaram anunciadores e testemunhas do Evangelho entre as pessoas,
selando com o martírio a sua missão de fé e caridade”.
E este fato
ocorrido nos primórdios do cristianismo, é trazido por Francisco para os tempos
atuais:
“Pedro e Paulo
hoje retornam idealmente entre nós, percorrendo novamente as ruas desta cidade,
batendo na porta de nossas casas, mas acima de tudo dos nossos corações. Eles
querem trazer mais uma vez Jesus, o seu amor misericordioso, a sua consolação,
a sua paz. Acolhamos a mensagem deles! Façamos tesouro de seu testemunho! A fé
firme e sincera de Pedro, o coração grande e universal de Paulo, nos ajudarão a
ser alegres cristãos, fiéis ao Evangelho e abertos ao encontro com todos”.
Francisco voltou-se
então para a cerimônia por ele presidida esta manhã na Basílica vaticana onde
abençoou os Pálios dos Arcebispos Metropolitas nomeados no últimos ano, vindos
de diversos países:
“Renovo a minha
saudação e o meu augúrio a eles, aos familiares e àqueles que os acompanham
nesta peregrinação. Os encorajo a prosseguir com alegria a sua missão a serviço
do Evangelho, em comunhão com toda a Igreja e especialmente com a Sé de Pedro,
como expressa precisamente o sinal do Pálio”.
Por fim, o
Pontífice recordou a presença na mesma cerimônia dos Membros da Delegação vinda
a Roma em nome do Patriarca Ecumênico, “o caríssimo irmão Bartolomeu”:
“Também esta
presença é sinal das fraternas ligações existentes entre as nossas Igrejas.
Rezemos para que se fortaleçam sempre mais os vínculos de comunhão e o
testemunho comum”.
Ao concluir, o
Papa Francisco confiou a Salus Populi Romani “o mundo inteiro e em
particular esta cidade de Roma, para que possa encontrar sempre nos valores
espirituais e morais de que é rica o fundamento da sua vida social e da sua
missão na Itália, na Europa e no mundo”. (JE)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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