Vingança
O “olho por
olho, dente por dente” de antigos judeus ainda persiste muito em nosso tempo.
Na época de Jesus os samaritanos não queriam acolhê-lo porque Ele estava ali somente
de passagem. Ia para Jerusalém, considerada de gente inimiga do povo da
Samaria. Os discípulos de Jesus queriam vingar-se (Cf. Lucas 9,51-56). Mas
Jesus os repreendeu. De fato, Ele ensinava a reconciliação, o perdão, a
compreensão e a misericórdia. Quem quiser segui-Lo deve imbuir-se dessas
virtudes, tão necessárias ao convívio realmente humano. Ao contrário, as
pessoas e as instituições se tornam desumanas. Daí acontecem as guerras, os
desentendimentos, mesmo nas famílias, nas comunidades e organizações. Muitas
vezes se confunde adversário com inimigo. Por isso, advêm perseguições,
difamações, calúnias, injustiças e mortes. Até no futebol há quem quer
aniquilar os adversários. Na política ficamos pasmos por vermos, às vezes,
tramas, inimizades, perseguições, injustiças e mortes.
Jesus nos ensina a amar, servir e perdoar |
Com o amor
ensinado por Jesus, revemos continuamente nosso comportamento para sermos
presença de ajuda a um convívio em que se respeita a dignidade do outro e se
colabora com o bem de todos. O apóstolo Paulo nos admoesta: “Mas, se vos
mordeis e vos devorais uns aos outros, cuidado par não serdes consumidos uns
pelos outros” (Gálatas 5, 15). De fato, quem não pratica o amor ao próximo só
pensa em si mesmo de modo pouco inteligente. Se promovermos o bem das pessoas,
teremos conseqüências positivas para nós mesmos. Se, numa viagem em um ônibus,
por exemplo, fazemos bagunça, ligamos um rádio com som muito alto e ficamos
injuriando os outros, no mínimo nos expulsarão do veículo. Ao contrário, com a
convivência amigável e de respeito aos outros, viajamos com tranqüilidade e em
paz. Assim, na caminhada da vida: se colaborarmos com o bem do semelhante,
teremos, em contrapartida, o bem-estar nosso também. Quem agride o outro está
sujeito a sofrer revide. O mandamento do amor faz-nos conviver com a mútua
colaboração. Todos se beneficiam com isso.
Quando damos vez
e sabemos compreender as deficiências dos outros, somos pessoas que plantam a
árvore frutífera com frutos deliciosos para todos. Se quisermos somente os
benefícios para nós, tornamo-nos árvores estéreis e não usufruímos dos frutos
das árvores frutíferas dos outros. A destruição e a vingança fazem-nos
pessoas sem qualidade de produzir o bem para todos e para nós mesmos. A
misericórdia nos faz grandes em sermos realmente humanos e benfazejos!
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: cnbbleste2.org.br Ilustração: blog.cancaonova.com
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