domingo, 26 de junho de 2016

Reflexão para seu domingo:

Vingança
O “olho por olho, dente por dente” de antigos judeus ainda persiste muito em nosso tempo. Na época de Jesus os samaritanos não queriam acolhê-lo porque Ele estava ali somente de passagem. Ia para Jerusalém, considerada de gente inimiga do povo da Samaria. Os discípulos de Jesus queriam vingar-se (Cf. Lucas 9,51-56). Mas Jesus os repreendeu. De fato, Ele ensinava a reconciliação, o perdão, a compreensão e a misericórdia. Quem quiser segui-Lo deve imbuir-se dessas virtudes, tão necessárias ao convívio realmente humano. Ao contrário, as pessoas e as instituições se tornam desumanas. Daí acontecem as guerras, os desentendimentos, mesmo nas famílias, nas comunidades e organizações. Muitas vezes se confunde adversário com inimigo. Por isso, advêm perseguições, difamações, calúnias, injustiças e mortes. Até no futebol há quem quer aniquilar os adversários. Na política ficamos pasmos por vermos, às vezes, tramas, inimizades, perseguições, injustiças e mortes.
Jesus nos ensina a amar, servir e perdoar
Precisamos implantar mais compreensão, amizade, diálogo, perdão e colaboração. O seguimento a Jesus nos faz canalizar nossos instintos para produzirmos entendimento, mútua colaboração, generosidade e doação. Ao contrário, seguindo as tendências instintivas, nos tornamos irracionais e pervertidos. A cultura do entendimento, com retidão moral e ética, nos faz pessoas solidárias com a causa dos mais fragilizados e até com os errados, para ajudá-los a se corrigirem de modo educativo e benéfico. Ter a mente limpa com a reta intenção, faz-nos  pessoas de grandeza de caráter, a ponto de termos compaixão com os que erram. Assim,  iremos em busca de meios pessoais e sociais para ajudar a mudança de vida dos fragilizados em sua mente e atitude doentias. Isso não significa compactuar-se com o erro, mas sim com atitude de ajuda à correção dos erros de modo eficaz. Nosso sistema prisional, por exemplo, não tem ajudado à correção e educação dos errados. Precisamos rever seu encaminhamento para que as penalizações sejam realmente de ajuda à modificação dos erros e delitos. A penalização não pode ser feita como vingança e sim como correção.
Com o amor ensinado por Jesus, revemos continuamente nosso comportamento para sermos presença de ajuda a um convívio em que se respeita a dignidade do outro e se colabora com o bem de todos. O apóstolo Paulo nos admoesta: “Mas, se vos mordeis e vos devorais uns aos outros, cuidado par não serdes consumidos uns pelos outros” (Gálatas 5, 15). De fato, quem não pratica o amor ao próximo só pensa em si mesmo de modo pouco inteligente. Se promovermos o bem das pessoas, teremos conseqüências positivas para nós mesmos. Se, numa viagem em um ônibus, por exemplo, fazemos bagunça, ligamos um rádio com som muito alto e ficamos injuriando os outros, no mínimo nos expulsarão do veículo. Ao contrário, com a convivência amigável e de respeito aos outros, viajamos com tranqüilidade e em paz. Assim, na caminhada da vida: se colaborarmos com o bem do semelhante, teremos, em contrapartida, o bem-estar nosso também. Quem agride o outro está sujeito a sofrer revide. O mandamento do amor faz-nos conviver com a mútua colaboração. Todos se beneficiam com isso.
Quando damos vez e sabemos compreender as deficiências dos outros, somos pessoas que plantam a árvore frutífera com frutos deliciosos para todos. Se quisermos somente os benefícios para nós, tornamo-nos árvores estéreis e não usufruímos dos frutos das árvores frutíferas dos outros. A destruição e a vingança  fazem-nos pessoas sem qualidade de produzir o bem para todos e para nós mesmos. A misericórdia nos faz grandes em sermos realmente humanos e benfazejos!
                        Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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                                              Fonte: cnbbleste2.org.br   Ilustração: blog.cancaonova.com

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