Papa Francisco:
"Não tenham medo de tocar o pobre e excluído"
Cidade do
Vaticano (RV) – A catequese do Papa nesta quarta-feira (22/06) foi centrada no
texto evangélico de Lucas que narra o milagre da cura do leproso. Cerca de 20
mil pessoas encheram a Praça São Pedro para a audiência semanal, quando
Francisco se encontra de perto com fiéis, peregrinos, turistas e romanos. Antes
de tomar posição, o Pontífice deu a habitual volta pela praça com o Papamóvel,
cumprimentando e sorrindo para todos.
A lepra, naquela
época, era considerada uma maldição, uma impuridade; e portanto, o leproso
tinha que ficar afastado, longe do templo, de Deus e dos homens. Na narração de
Lucas, o leproso não aceita estas leis, as desrespeita e entra na cidade,
procurando Jesus.
“Ao ver Jesus,
ele caiu com o rosto em terra e suplicou-lhe: “Senhor, se queres, tens o poder
de purificar-me”. Descrevendo o episódio, Francisco explicou que com este
gesto, o homem reconhece o poder de Jesus. E a sua fé dizia que Jesus podia
curá-lo. Esta súplica mostra que com Jesus, são suficientes poucas palavras,
mas acompanhadas pela confiança em sua onipotência e bondade. “Entregar-nos à
vontade de Deus significa confiar em sua infinita misericórdia”.
Somos irmãos de todos |
O Papa,
improvisando, revelou aos presentes que antes de dormir, reza 5 Pai-nosso,
pensando nas chagas de Jesus, e pede que o purifique.
Quando o leproso
pede a purificação, Jesus faz algo inconcebível: estende a mão e toca o
leproso. O Papa fez então uma comparação conosco, nos dias de hoje:
“Quantas vezes
encontramos um pobre e, mesmo sendo generosos e sentindo compaixão, não o
tocamos. Oferecemos uma moeda, mas evitamos tocar sua mão. Esquecemos que
aquele é o corpo de Cristo! Jesus nos ensina a não ter medo de tocar o pobre e
o excluído, porque Ele está neles. Tocar o pobre pode nos purificar da
hipocrisia e nos preocupar por sua exclusão”.
Improvisando
novamente, Francisco apresentou alguns jovens que subiram com ele à tribuna de
onde profere a catequese:
“Muitos pensam
que seria melhor que eles tivessem permanecido em suas terras... mas ali eles
estavam sofrendo. São os nossos refugiados, mas muitos os consideram excluídos.
Por favor, eles são nossos irmãos!”
Enfim, depois de
curar o leproso, Jesus recomendou que não o contasse para ninguém: “Mostra-te
ao sacerdote e apresenta por tua purificação a oferenda prescrita por Moisés.
Isso lhes servirá de testemunho”. Para o Pontífice, esta ordem demonstra três
coisas.
A primeira é que
a graça do Senhor não quer sensacionalismo; age com discrição e sem clamor. A
segunda é que ao apresentar oficialmente a sua cura e celebrar um sacrifício, o
leproso foi readmitido na comunidade e na vida social. A sua reintegração
completa a cura. E enfim, apresentando-se aos sacerdotes, o leproso dá
testemunho do poder e da compaixão de Jesus. A fé do homem se abre à missão.
“Ele era um excluído e se tornou um de nós”.
O Papa concluiu
convidando os fiéis a acreditarem:
“Mas pensemos em
nós, nas nossas misérias… com sinceridade. Quantas vezes as cobrimos com a
hipocrisia das ‘boas maneiras’. É precisamente então que é preciso estar a sós,
ajoelharmo-nos diante de Deus e rezar: ‘Senhor, se quiseres, podes
purificar-me!’”. (CM)
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Papa na Armênia:
Papa na Armênia:
Servo do Evangelho, mensageiro de paz
O Papa Francisco saudou o povo armênio, nesta quarta-feira
(22/06), numa vídeomensagem, em vista da 14ª viagem apostólica internacional
que terá início na próxima sexta-feira (24/06). A Armênia é a primeira etapa da
visita do Pontífice ao Cáucaso.
“Daqui a pouco
terei a alegria de estar entre vocês, na Armênia”, disse Francisco, pedindo ao
povo armênio para rezar por esta viagem apostólica.
Primeiro país
cristão
Armênia, primeira etapa da visita de Francisco ao Cáucaso |
“Venho com a
ajuda de Deus para fazer, como diz o lema da viagem, uma ‘visita ao primeiro
país cristão’. Venho como um peregrino, neste Ano Jubilar, para haurir a
sabedoria antiga de seu povo e beber das fontes de sua fé, rochosa como suas
cruzes famosas esculpidas na pedra.”
“Venho às
alturas místicas da Armênia como um irmão, animado pelo desejo de ver os seus
rostos, de rezar junto com vocês e partilhar o dom da amizade. A história e as
vicissitudes de seu povo amado causam em mim admiração e dor. Admiração porque
vocês encontraram na cruz de Jesus e em sua inteligência a força de se reerguer
sempre, até mesmo dos sofrimentos que estão entre os mais terríveis que a
humanidade recorda. A dor pelas tragédias que os seus pais viveram em sua
carne”, frisou o Papa Francisco.
Esperança
“Não permitamos
que as recordações dolorosas tomem posse de nosso coração; mesmo diante dos
ataques repetidos do mal, não nos rendamos. Façamos como Noé que depois do
dilúvio não se cansou de olhar para o céu e libertar várias vezes a pomba, até
que uma vez ela retornou a ele levando um ramo novo de oliveira. Era o sinal de
que a vida podia recomeçar e a esperança devia ressurgir”, disse ainda o Santo
Padre.
Francisco destacou
ainda na vídeomensagem que "como servo do Evangelho e mensageiro de
paz" ele deseja ir à Armênia para apoiar todo esforço no caminho da paz e
partilhar os passos na estrada da reconciliação que gera esperança.
Ecumenismo
“Os grandes
santos de seu povo, especialmente o Doutor da Igreja Gregório de Narek,
abençoem os nossos encontros, que aguardo com grande desejo. Em particular,
espero abraçar novamente o meu Irmão Karekin e, junto com ele, renovar o nosso
caminho rumo à unidade plena”, frisou ainda o Papa.
Francisco
recordou na vídeomensagem que, no ano passado, os armênios vieram a Roma de
vários países e rezaram junto com o pontífice no túmulo de São Pedro. “Agora,
venho a essa terra abençoada para reforçar a nossa comunhão, prosseguir no
caminho da reconciliação e nos deixar animar pela esperança”, concluiu o
Pontífice. (MJ)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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