Com Jesus passamos de mendigos a discípulos
Cidade do
Vaticano (RV) – A Praça São Pedro ficou lotada nesta quarta-feira (15/06) de
vento e nuvens em Roma para a Audiência Geral com o Papa Francisco.
Antes de se
dirigir à multidão, o Pontífice a saudou a bordo do seu papamóvel, recebendo e
retribuindo o carinho dos peregrinos. O tema de sua catequese foi a cura do
cego de Jericó, “um episódio que nos toca diretamente”, afirmou o Papa.
Naqueles tempos
– mas até pouco tempo atrás – um cego só podia viver de esmolas. “A figura
deste cego representa tantas pessoas que, também hoje, se encontram
marginalizadas por causa de um problema físico e ou de outro gênero”,
acrescentou Francisco. Na beira da estrada, o cego é apartado e reprovado pela
multidão, porque clama por Jesus. “Não sentem compaixão por ele; pelo contrário,
se sentem incomodados com seus gritos.
Indiferença e
hostilidade
"Deixemos que Jesus nos cure e nos perdoe" |
“Quantas vezes
vemos nas ruas pessoas doentes, sem comida... e nos sentimos incomodados. Vemos
refugiados e isso nos incomoda. É uma tentação que tomos temos, até eu. E por
vezes, a indiferença e a hostilidade se transformam em agressão e insulto...
‘Mandem embora essa gente’...” A indiferença e a hostilidade tornam cegos
e surdos, impedem de ver os irmãos e não permitem reconhecer neles o Senhor”,
completou o Papa.
Mas sem se
deixar intimidar, o cego clama várias vezes, reconhecendo Jesus como Filho de
Davi, o Messias aguardado. Diferentemente da multidão, este cego vê com os
olhos da fé. Graças a ela, a sua súplica tem uma eficácia poderosa. Jesus então
tira o cego da margem da estrada e o coloca no centro da atenção dos seus
discípulos e da multidão. “Pensemos em nossas situações ruins, de pecado: Jesus
segura a nossa mão e nos conduz ao caminho da salvação”.
O excluído no
centro
Deste modo,
obriga todos a se conscientizarem de que a boa nova implica colocar no centro
do próprio caminho quem está excluído. “A passagem do Senhor é um encontro de
misericórdia que reúne todos em volta Dele para permitir reconhecer quem
necessita de ajuda e de consolação”, disse ainda o Papa.
Quando Jesus
passa, há libertação e salvação
“É a ‘passagem’
da páscoa, o início da libertação: quando Jesus passa sempre há libertação,
sempre há salvação! Também em nossa vida Jesus passa e quando percebemos, é um
convite a sermos melhores, a segui-Lo”, improvisou ainda.
Como um servo
humilde, Jesus pergunta o que o cego deseja. Este por sua vez responde
chamando-o não mais de “Filho de Davi”, mas “Senhor” e pedindo para recuperar a
visão. O seu desejo é atendido com essas palavras: “Vê; a tua fé te salvou”.
De mendigo a discípulo
Graças à fé, o
cego recupera a visão e, sobretudo, se sente amado por Jesus. Por isso, decide
segui-Lo, se faz discípulo. “De mendigo a discípulo. Todos nós somos
mendicantes, passamos de mendigos a discípulos”. Quem queriam calar, agora
testemunha em alta voz o seu encontro com Jesus de Nazaré. Verifica-se então um
segundo milagre: a cura do cego permite que também a multidão veja além das
aparências. “Assim Jesus derrama a sua misericórdia sobre todos os que
encontra: os chama, os reúne, os cura e os ilumina, criando um novo povo que
celebra as maravilhas do seu amor misericordioso. Mas deixemos que Jesus nos
cure, nos perdoe e sigamo-Lo”, concluiu o Papa. (BF/CM)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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