Sofrimento humano deve unir os cristãos
Papa Francisco pede a bênção ao Patriarca Bartolomeu em Istambul (2014) |
Em seu discurso,
o Santo Padre destacou que a festa deste ano será marcada pela misericórdia, no
âmbito do Jubileu que a Igreja está vivendo. Os Santos Pedro e Paulo fizeram
ambos a experiência primeiro do pecado, depois da potência da misericórdia
divina. O primeiro renegando seu Mestre, e o segundo perseguindo a Igreja.
Renovar
“Celebrando a
festa dos Apóstolos, renovamos a memória daquela experiência de perdão e de
graça que une todos os fiéis em Cristo”, disse o Papa. Não obstante as
diferenças entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla no que diz respeito à
liturgia, às disciplinas eclesiásticas e ao modo de formular a verdade
revelada, na base das duas Igrejas está a mesma experiência do amor infinito de
Deus pela nossa pequenez e fragilidade.
“Reconhecer que
a experiência da misericórdia de Deus é o vínculo que nos une, implica que
devemos fazer com que a misericórdia se torne sempre mais o critério das nossas
relações recíprocas”, afirmou Francisco, pedindo que sentimentos como
rivalidade, desconfiança e rancor sejam superados. “A própria misericórdia nos
liberta do peso de um passado marcado por conflitos e nos permite de nos abrir
ao futuro rumo ao qual o Espírito Santo nos guia”, acrescentou.
Diálogo
Como passos
positivos, o Pontífice citou o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a
Igreja Ortodoxa e, de modo especial, a visita realizada em abril passado à ilha
grega de Lesbos, na companhia do Patriarca Bartolomeu e do Arcebispo de Atenas
e de toda a Grécia, Ieronymo II.
“Olhar o
desespero no rosto de homens, mulheres e crianças que não sabem seu destino,
ouvir impotentes o relato de suas desventuras e nos deter em oração às margens
daquele mar que devorou a vida de tantos seres humanos inocentes foi uma
experiência muito comovente, que confirmou o quanto ainda há por fazer para
garantir dignidade e justiça a tantos irmãos e irmãs”, disse o Papa Francisco.
Para ele,
católicos e ortodoxos estão sempre mais se conscientizando da responsabilidade
comum diante de quem se encontra na necessidade. “Assumir juntos esta
responsabilidade é um dever que toca a credibilidade própria do nosso ser
cristão. Por isso, encorajo toda forma de colaboração entre católicos e
ortodoxos em atividades concretas a serviço da humanidade sofredora.”
O Pontífice
citou ainda a recente realização em Creta, na Grécia, do Concílio Pan-ortodoxo,
fazendo votos de que deste evento possam germinar frutos abundantes para o bem
da Igreja. E concluiu seu discurso garantindo seu respeito e amor fraterno pelo
Patriarcado Ecumênico e pedindo orações por si e por seu ministério. (bf)
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Bartolomeu I:
O compromisso ecumênico na defesa das minorias perseguidas e a
importância dos princípios cristãos diante da crise dos migrantes e refugiados.
Estas foram as duas passagens-chave da carta enviada ao Papa pelo Patriarca
Ortodoxo Ecumênico, Bartolomeu I. A missiva foi entregue ao Pontífice na manhã
desta terça-feira, durante a audiência concedida à delegação do Patriarcado
Ecumênico de Constantinopla.
Diálogo na caridade
leva ao recíproco enriquecimento espiritual
Francisco e o Patriarca Bartolomeu I |
Civilização
europeia não pode ser compreendida sem raízes cristãs
Em particular,
Bartolomeu lança um olhar para a Europa: “A atual crise dos migrantes e dos
refugiados – afirma – demonstrou a necessidade, para as nações europeias, de
enfrentar o problema com base nos princípios cristãos de fraternidade e justiça
social”. Neste sentido, o chamado para reconhecer que “a civilização
europeia não pode ser entendida sem fazer referência às suas raízes cristãs”,
porque “o seu futuro não pode ser uma sociedade inteiramente secularizada ou
sujeita exclusivamente à economia ou ao fundamentalismo”. De fato – explica
Bartolomeu –“a cultura da solidariedade alimentada pela cristandade não se
preserva por meio do progresso da internet e da globalização”.
Caminho
ecumênico, diálogo de verdade na caridade
Em seguida, o
Patriarca invoca o empenho ecumênico para o bem da humanidade, para sua
liberdade, em contraste contra o mal social e no esforço de fazer prevalecer a
justiça e a paz. Um compromisso comum que constitui “um bom testemunho para a
Igreja de Cristo – escreve Bartolomeu – fortalecendo as recíprocas
responsabilidades espirituais diante dos desafios contemporâneos”.
Quanto ao
caminho rumo à unidade de ortodoxos e católicos, o Patriarca afirma que o
diálogo na caridade “confirma os comuns modelos cristãos” e leva “ao
conhecimento teológico, à experiência ecumênica e ao recíproco enriquecimento
espiritual”.
Conversão
ecológica para salvaguardar a criação
Outro ponto
central da mensagem é a salvaguarda da criação, tema muito caro também ao
Patriarca Ecumênico, cujo compromisso também é recordado pelo Papa Francisco na
“Encíclica Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum”. Bartolomeu sublinha
“as causas espirituais e morais da crise ecológica atual” e alerta para a
necessidade de “uma mudança radical de atitudes” para encontrar uma solução.
Oração pelo
êxito do Sínodo Pan-Ortodoxo
Olhando, então,
ao Concílio Pan-ortodoxo recém concluído em Creta, Bartolomeu pediu ao Papa
para rezar por "um resultado frutuoso de tal encontro", o primeiro
depois de mais de um mil de anos. Finalmente, o Patriarca reza a Deus para que
fortaleça o Papa "para o bem da Igreja e a unidade dos cristãos, em
benefício da humanidade tão conturbada". (JE/IP)
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Francisco:
Bento XVI continua servindo a Igreja com vigor e sabedoria
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa Francisco conduziu nesta terça-feira (28/06), na Sala
Clementina do Vaticano, a celebração solene de comemoração dos 65 anos de
Ordenação sacerdotal do Papa emérito Bento XVI.
“Hoje,
festejamos a história de um chamado iniciado há 65 anos com a sua Ordenação
sacerdotal ocorrida na Catedral de Frisinga em 29 de junho de 1951”, disse
Francisco a Bento XVI.
Abraços de irmãos |
“É esta a nota
que domina uma vida inteira dedicada ao serviço sacerdotal e à teologia que o
senhor não por acaso definiu como a ‘busca do amado’; é isto que o senhor
sempre testemunhou e testemunha ainda hoje: que a coisa decisiva nos nossos
dias - de sol ou de chuva - a única com a qual vem também todo o resto, é que o
Senhor esteja realmente presente, que o desejemos, que interiormente sejamos
próximos a ele, que o amemos, que realmente acreditemos profundamente nele e
acreditando o amemos verdadeiramente. É este amar que realmente nos preenche o
coração, este acreditar é aquilo que nos faz caminhar seguros e tranquilos
sobre as águas, mesmo em meio à tempestade, precisamente como acontece a Pedro;
este amar e este acreditar é o que nos permite de olhar ao futuro não com medo
ou nostalgia, mas com alegria, também nos anos já avançados de nossa vida.”
Testemunho
“E assim,
precisamente vivendo e testemunhando hoje em modo tão intenso e luminoso esta
única coisa realmente decisiva - tendo o olhar e o coração voltado a Deus - o senhor,
Santidade, continua servindo a Igreja, não deixa de contribuir realmente com o
vigor e a sabedoria para o crescimento dela”, disse Francisco que
acrescentou:
“E o faz daquele
pequeno Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano, que se revela desta
forma ser bem outra coisa do que um daqueles cantinhos esquecidos nos quais a
cultura do descarte de hoje tende a relegar as pessoas quando, com a idade, as
suas forças começam a faltar. É bem ao contrário; e isto permite que o diga com
força o seu Sucessor que escolheu chamar-se Francisco!".
"Porque o
caminho espiritual de São Francisco iniciou em São Damião, mas o verdadeiro
lugar amado, o coração pulsante da ordem, lá onde o fundou e onde no final
rendeu sua vida a Deus foi a Porciúncula, a 'pequena porção', o cantinho junto
à Mãe da Igreja; junto a Maria que, pela sua fé tão firme e pelo seu viver tão
inteiramente do amor e no amor com o Senhor, todas as gerações chamarão
bem-aventurada. Assim, a Providência quis que o senhor, caro irmão, chegasse a
um lugar por assim dizer propriamente 'franciscano' do qual emana uma
tranquilidade, uma paz, uma força, uma confiança, uma maturidade, uma fé, uma
dedicação e uma fidelidade que me fazem tão bem e dão força para mim e para
toda a Igreja".
Palavras de
Bento XVI
E o Papa
Francisco concluiu: “Que o senhor, Santidade, possa continuar sentido a mão do
Deus misericordioso que o sustenta, que possa experimentar e nos testemunhar o
amor de Deus; que, com Pedro e Paulo, possa continuar exultando de alegria
enquanto caminha rumo à meta da fé.”
A seguir, o Papa
emérito Bento XVI, em um breve discurso improvisado de agradecimento, recordou
que sua vida sacerdotal foi marcada desde o início pela palavra grega "Eucharistomen"
e suas tantas dimensões.
“Ao final,
queremos nos incluir neste obrigado do Senhor e, assim, receber realmente a
novidade da vida e ajudar a transubstanciação do mundo, que seja um mundo não
de morte, mas de vida – um mundo no qual o amor venceu a morte.” (JE/MJ/RB)
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O agradecimento de Bento XVI
Os 65 anos de ordenação sacerdotal do Joseph Ratzinger foram
celebradas esta terça-feira na Sala Clementina, no Vaticano, na presença do
Papa Francisco e do próprio Papa emérito, além de numerosos Cardeais e a
delegação do Patriarcado Ecumênico em visita ao Vaticano por ocasião da Festa
dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
Bento XVI foi
saudado pelo Papa Francisco, pelo Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé
Cardeal Gerhard Müller e pelo Decano do Colégio Cardinalício, Cardeal
Angelo Sodano. O último a se pronunciar foi o próprio Papa emérito, que usou
estas palavras:
65 anos atrás,
um irmão ordenado comigo me convenceu de escrever no santinho da primeira missa
somente, exceto o nome e as datas, uma palavra, em grego: "Eucharistomen",
convencido que com esta palavra, nas suas múltiplas dimensões, já está dito
tudo o que pode se pode dizer neste momento. "Eucharistomen" diz
um agradecimento humano, obrigado a todos. Obrigado especialmente ao senhor,
Santo Padre! A sua bondade, desde o primeiro momento da eleição, em cada
momento da minha vida aqui, me toca, me leva, realmente, interiormente. Mais do
que nos Jardins do Vaticano, com a sua beleza, a Sua bondade é o lugar onde eu
moro: Sinto-me protegido. Obrigado também pela palavra de agradecimento, por
tudo. E esperamos que o senhor possa seguir em frente com todos nós neste
caminho da Divina Misericórdia, mostrando o caminho de Jesus, para Jesus, para
Deus.
Graças também ao
senhor, [Cardeal Sodano], por suas palavras que realmente me tocaram o coração: Cor
ad cor loquitur. O senhor fez presente quer a hora da minha ordenação
sacerdotal, quer também a minha visita em 2006 em Frisinga, onde eu
revivi tudo isso. Eu só posso dizer que assim, com estas palavras, o senhor
interpretou a essência da minha visão do sacerdócio, do meu agir. Lhe sou grato
pelo laço de amizade que até agora continua por um longo tempo, de telhado a
telhado [refere-se a suas casas que estão próximas]: é quase presente e
palpável.
Obrigado,
Cardeal Müller, pelo o seu trabalho que faz para a apresentação dos meus textos
sobre o sacerdócio, nos quais procuro também ajudar os confrades a entrarem
sempre de novo no mistério em que o Senhor se dá em nossas mãos.
"Eucharistomen":
naquele momento o amigo Berger queria mencionar não somente à dimensão da
gratidão humana, mas naturalmente à palavra mais profunda que se esconde, que
aparece na Liturgia, nas Escrituras, nas palavras gratias agens benedixit
Fregit deditque. "Eucharistomen" lembra-nos da realidade de ação de
graças, àquela nova dimensão que Cristo deu. Ele transformou em gratidão e
assim em bênção, a cruz, o sofrimento, todo o mal no mundo. E então basicamente
ele transubstanciou a vida e do mundo e deu-nos e nos dá a cada dia o pão da
verdadeira vida, que supera o mundo graças à força do Seu amor.
No final,
queremos inserir-nos neste "obrigado" do Senhor, e assim receber
realmente a novidade de vida e ajudar para a transubstanciação do mundo: é um
mundo não de morte, mas de vida; um mundo em que o amor venceu a morte.
Obrigado a todos
vocês. Que o Senhor abençoe a todos nós.
Obrigado, Santo
Padre”
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Quatro arcebispos brasileiros receberão pálio nesta quarta-feira
Por ocasião da Festa dos Santos padroeiros Pedro e Paulo nesta
quarta-feira, 29 de junho, o Papa Francisco preside à Santa Missa na Basílica
Vaticana com a entrega do pálio aos novos Arcebispos metropolitanos.
Este ano, 25
Arcebispos estão contemplados, entre eles quatro brasileiros: Dom Roque
Paloschi, de Porto Velho (Rondônia), Dom Zanoni Demettino Castro, de Feira de
Santana (Bahia), Dom Rodolfo Luís Weber, de Passo Fundo (Rio Grande do Sul),
Dom Darci José Nicioli, C.SS.R. de Diamantina (Minas Gerais).
Os outros 21
Arcebispos são oriundos de França, Equador, Estados Unidos, Antilhas, Itália,
Espanha, Bélgica, Turquia, Cuba, México, Polônia, Ilhas Salomão, Mianmar e
Benin.
Rádio Vaticano
A Rádio Vaticano
transmite esta cerimônia ao vivo, com comentários em português, a partir das
9h25 hora local, 4h25 no horário de Brasília. Depois da celebração, o Papa
rezará com os fiéis na Praça a oração mariana do Angelus, sempre com
transmissão da Rádio Vaticano.
Mudança
O Papa Francisco
instituiu uma mudança na imposição do pálio aos novos Arcebispos. Com uma carta
datada de 12 de janeiro de 2015, o Mestre das Celebrações Pontifícias, Mons.
Guido Marini, informou que a faixa de lã branca será somente entregue e não
colocada pelo Santo Padre. A imposição do pálio será realizada nas respectivas
arquidioceses pelo Núncio Apostólico no país.
“O significado
desta alteração é colocar em maior evidência a relação dos bispos
metropolitanos com a sua Igreja local e, assim, dar também a possibilidade a
mais fiéis de estarem presentes neste rito tão significativo para eles, e
também particularmente aos bispos das dioceses sufragâneas que, deste modo,
poderão participar do momento da imposição. Neste sentido, mantém-se todo o
significado da celebração de 29 de junho, que sublinha a relação de comunhão e
também de comunhão hierárquica entre o Santo Padre e os novos arcebispos; ao
mesmo tempo, a isto se acrescenta – com um gesto significativo – esta ligação
com a Igreja local”, explicou Mons. Marini à Rádio Vaticano.
O pálio
O pálio é
elaborado com lã branca, com cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na
frente e outro nas costas. Possui seis cruzes bordadas em lã preta. É
confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma,
utilizando a lã de dois cordeiros que são oferecidos ao Papa no dia 21 de
janeiro de cada ano na Solenidade de Santa Inês.
O uso do pálio,
que nos primeiros séculos do Cristianismo era exclusivo dos Papas, passou a ser
usado pelos Metropolitanos a partir do século VI, tradição que perdura até aos
nossos dias. O pálio é símbolo do serviço e da promoção da comunhão na
própria Província Eclesiástica e na sua comunhão com a Sé Apostólica. (BF)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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