Oração, amigos e trabalho
Cidade do
Vaticano (RV) – Durante o verão europeu, especialmente nos meses de julho e
agosto, os Papas costumavam passar alguns dias de descanso na Residência
Pontifícia de Castel Gandolfo, nas imediações de Roma.
Somente
Francisco, em cerca de dois anos e meio de Pontificado, permaneceu no Vaticano,
mantendo suas atividades, mesmo se reduzidas, em certo sentido. Por exemplo, as
audiências gerais de quarta-feira foram suspensas no mês de julho, mas serão
retomadas no mês de agosto, na Sala Paulo VI.
Francisco gosta de estar no meio do povo, em especial dos que sofrem. Aprecia o chimarrão, tradição do povo argentino. |
As Santas
Missas, celebradas na Capela da Casa Santa Marta, que contam com a participação
de um pequeno grupo de fiéis, estão suspensas durante julho e agosto e serão
retomadas no mês de setembro.
A única
atividade pública do Santo Padre, que não sofreu alteração, foi a oração
dominical do Angelus, ao meio dia, na Praça São Pedro, com os fiéis
provenientes de diversas partes do mundo.
Desde que voltou
de sua recente Viagem Apostólica à América Latina, o Papa Francisco se dedicou
à preparação da sua próxima Viagem a Cuba e EUA, de 19 a 27 de setembro. É o
que confirma Mons. Guillermo Karcher, um dos seus mais estreitos colaboradores,
que nos fala como o Papa está passando estes dias:
“Ele os
transcorre com muita serenidade e alegria. Noto, todas as manhãs, que ele está
sempre contente e sempre trabalhando, pois o vejo sempre com as mãos ocupadas,
cheias de documentos e cartas. Ele gosta de responder, pessoalmente, suas
cartas. Logo, passa muito tempo em contato com seus amigos e conhecidos. Ele
aproveita, porque tem mais tempo à disposição. Por isso, se dedica muito a
leituras de documentos e faz planos para o futuro. Quanto à viagem que fará a
Cuba e EUA, ele a vê como momento de ação de graças, pois dois países
americanos se reaproximam, graças também à sua intervenção”.
Papa Francisco
sempre foi um pastor que gostava de caminhar ao lado das suas ovelhas. No seu
parecer, Mons. Karcher, ele sente falta desta liberdade de estar em meio ao
povo?
“Sim, ele sente
falta, porque era muito acostumando a andar, caminhar entre as pessoas. No mês
de janeiro, período de férias e de grande calor, na América do Sul, ele se
dedicava às visitas às favelas de Buenos Aires, compartilhando com as pessoas
aquele período difícil, de calor e de muito sacrifício. Agora, como Papa, ele
se sente solidário com aquelas pessoas que mais sofrem. Mas, em breve, no mês
de agosto, ele retoma as audiências gerais, um momento de catequese e de
contato direto com as pessoas; ele o faz com amor, que é recíproco: dar e
receber, que lhe dá muita energia. A gente nota com quanta paternidade se
entretém com os enfermos, com as crianças e as pessoas simples. Estes são
sempre momentos ricos de experiências humana e espiritual”.
Uma última
pergunta, Mons. Karcher. O senhor, também como argentino, sabe quanto Francisco
gosta de chimarrão, que, certamente recorda a sua amada terra...
“Saiba que nós,
desde crianças, usamos esta bebida de mate. Nossas mães nos acostumam a tomar
chimarrão, um pouco morno, até misturado com leite. Trata-se de um costume
característico que nos acompanha toda a vida. Depois, o chimarrão faz companhia
e contribui para fazer amizades, pois, geralmente, é bebido com mais pessoas,
dando um profundo sentido de família; é uma bebida que se compartilha com os
outros. A título de curiosidade, este mate ajuda a combater o colesterol, para
nós que comemos muito churrasco. Esta é uma invenção dos Jesuítas, que, durante
as reduções jesuítas, combatia o alcoolismo dos índios. Enfim, com o tempo, se
tornou uma bebida medicinal”. (MT)
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Fonte: radiovaticana.va
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