sexta-feira, 24 de julho de 2015

Papa incansável nas férias:

Oração, amigos e trabalho

Cidade do Vaticano (RV) – Durante o verão europeu, especialmente nos meses de julho e agosto, os Papas costumavam passar alguns dias de descanso na Residência Pontifícia de Castel Gandolfo, nas imediações de Roma.
Somente Francisco, em cerca de dois anos e meio de Pontificado, permaneceu no Vaticano, mantendo suas atividades, mesmo se reduzidas, em certo sentido. Por exemplo, as audiências gerais de quarta-feira foram suspensas no mês de julho, mas serão retomadas no mês de agosto, na Sala Paulo VI.
Francisco gosta de estar no meio do povo, em especial dos que sofrem.
Aprecia o chimarrão, tradição do povo argentino.
As Santas Missas, celebradas na Capela da Casa Santa Marta, que contam com a participação de um pequeno grupo de fiéis, estão suspensas durante julho e agosto e serão retomadas no mês de setembro.
A única atividade pública do Santo Padre, que não sofreu alteração, foi a oração dominical do Angelus, ao meio dia, na Praça São Pedro, com os fiéis provenientes de diversas partes do mundo.
Desde que voltou de sua recente Viagem Apostólica à América Latina, o Papa Francisco se dedicou à preparação da sua próxima Viagem a Cuba e EUA, de 19 a 27 de setembro. É o que confirma Mons. Guillermo Karcher, um dos seus mais estreitos colaboradores, que nos fala como o Papa está passando estes dias:
“Ele os transcorre com muita serenidade e alegria. Noto, todas as manhãs, que ele está sempre contente e sempre trabalhando, pois o vejo sempre com as mãos ocupadas, cheias de documentos e cartas. Ele gosta de responder, pessoalmente, suas cartas. Logo, passa muito tempo em contato com seus amigos e conhecidos. Ele aproveita, porque tem mais tempo à disposição. Por isso, se dedica muito a leituras de documentos e faz planos para o futuro. Quanto à viagem que fará a Cuba e EUA, ele a vê como momento de ação de graças, pois dois países americanos se reaproximam, graças também à sua intervenção”.
Papa Francisco sempre foi um pastor que gostava de caminhar ao lado das suas ovelhas. No seu parecer, Mons. Karcher, ele sente falta desta liberdade de estar em meio ao povo?
“Sim, ele sente falta, porque era muito acostumando a andar, caminhar entre as pessoas. No mês de janeiro, período de férias e de grande calor, na América do Sul, ele se dedicava às visitas às favelas de Buenos Aires, compartilhando com as pessoas aquele período difícil, de calor e de muito sacrifício. Agora, como Papa, ele se sente solidário com aquelas pessoas que mais sofrem. Mas, em breve, no mês de agosto, ele retoma as audiências gerais, um momento de catequese e de contato direto com as pessoas; ele o faz com amor, que é recíproco: dar e receber, que lhe dá muita energia. A gente nota com quanta paternidade se entretém com os enfermos, com as crianças e as pessoas simples. Estes são sempre momentos ricos de experiências humana e espiritual”.
Uma última pergunta, Mons. Karcher. O senhor, também como argentino, sabe quanto Francisco gosta de chimarrão, que, certamente recorda a sua amada terra...
“Saiba que nós, desde crianças, usamos esta bebida de mate. Nossas mães nos acostumam a tomar chimarrão, um pouco morno, até misturado com leite. Trata-se de um costume característico que nos acompanha toda a vida. Depois, o chimarrão faz companhia e contribui para fazer amizades, pois, geralmente, é bebido com mais pessoas, dando um profundo sentido de família; é uma bebida que se compartilha com os outros. A título de curiosidade, este mate ajuda a combater o colesterol, para nós que comemos muito churrasco. Esta é uma invenção dos Jesuítas, que, durante as reduções jesuítas, combatia o alcoolismo dos índios. Enfim, com o tempo, se tornou uma bebida medicinal”. (MT)
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