A juventude da América Latina é uma lição para a Europa
Cidade do
Vaticano (RV) – A mensagem que era para a América Latina é relançada à Europa
pelo Papa Francisco. Durante o encontro do Pontífice com os jornalistas na
viagem de retorno do Paraguai, a população jovem e o crescimento demográfico
foram usados como bússola pelo Papa, para que os europeus invertam a atual
direção e não tenham medo da juventude.
As rugas do
Velho Continente que perdeu o valor da juventude, se espelham no frescor
balsâmico da América Latina: é essa a ajuda jovem do povo e da Igreja que ‘a
outra parte do mundo’, de onde vem o Papa, pode oferecer a terras que deixaram
de fazer filhos e futuro.
Um dos encontros do Papa com as crianças na viagem à América Latina |
Francisco
oferece a sua chave de leitura aos jornalistas através da Sua experiência
vivida em solo latino-americano. E enaltece países como o Paraguai, citado pelo
Pontífice, por ter acima de 70% da população com menos de 40 anos.
"A Igreja
latino-americana tem uma grande riqueza: é uma Igreja jovem, e isso é
importante. Uma Igreja jovem com um certo frescor, também com algumas
informalidades, não muito formal. Inclusive, tem uma teologia rica, de
pesquisa. Eu quis dar ânimo a essa Igreja jovem e acredito que essa Igreja pode
dar muito a nós."
Uma Igreja
vivida em primeira pessoa pelos latino-americanos. Papa Francisco ficou
maravilhado com tamanha participação do povo, de todas as idades, por todo
lugar que passava o papamóvel ou celebrava uma missa. Sobretudo, com a
quantidade de crianças vistas pelas ruas do Equador, Bolívia e Paraguai.
"Digo uma
coisa que me surpreendeu muito. Em todos os três países, todos três, por longas
ruas tinham pais e mães com as crianças; mostravam as crianças. Nunca vi tanta
criança, tanta criança! É um povo – e também a Igreja é assim – que é uma lição
para nós, para a Europa, onde a diminuição dos nascimentos assusta um pouco, e
também as políticas para ajudar as famílias numerosas são poucas."
O Santo Padre
fez menção, então, a alguns países que sofrem com a baixa natalidade na Europa.
Como a França, “que tem uma boa política para ajudar as famílias numerosas e
chegou, eu acredito, a mais de 2% de nascimentos, enquanto outros estão
próximos a zero”, analisou o Pontífice.
Os dados
oferecidos pelo Papa vão ao encontro de um estudo divulgado em maio deste ano
pelo Instituto de Economia Internacional de Hamburgo em parceria com a
consultoria BDO: a Alemanha tem a menor taxa de natalidade do mundo. E,
considerando os países europeus, vem seguida por Portugal e pela própria
Itália. A pesquisa mostra que, nos últimos cinco anos, nasceram uma média de
8.2 crianças alemãs por mil habitantes, 9 portuguesas e 9.3 italianas por mil
habitantes.
"A riqueza
desse povo e dessa Igreja é que se trata de uma Igreja viva. É uma riqueza, uma
Igreja de vida. Isso é importante. Acredito que nós devemos aprender deles e
corrigir, porque, ao contrário, se não vêm os filhos... É isso que me
impressiona muito sobre o ‘descarte’: se descartam as crianças, se descartam os
idosos, com a falta de trabalho se descartam os jovens. Por isso os povos
novos, os povos jovens nos dão mais força. Para a Igreja, que diria uma Igreja
jovem – com tantos problemas, porque têm seus problemas – acredito que essa seja
a mensagem que eu encontro: não ter medo dessa juventude e desse frescor da
Igreja. Pode até ser uma Igreja um pouco indisciplinada, mas com o tempo irá se
disciplinar, nos dá tanto de bom." (AC)
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Fonte: radiovaticana.va
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