17º Domingo do Tempo Comum
Naqueles dias, veio
também um homem de Baal-Salisa, trazendo em seu alforje para Eliseu, o homem de
Deus, pães dos primeiros frutos da terra: eram vinte pães de cevada e trigo
novo. E Eliseu disse: “Dá ao povo para que coma”.
Mas o seu servo
respondeu: “Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?” Eliseu disse outra
vez: “Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: ‘Comerão e ainda
sobrará’”.
O homem
distribuiu e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor.
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Salmo: 144
– Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
– Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
– Que vossas obras, ó Senhor, vos
glorifiquem,/ e os vossos santos com louvores vos bendigam!/ Narrem a
glória e o esplendor do vosso reino/ e saibam proclamar vosso poder!
– Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam/ e
vós lhes dais no tempo certo o alimento;/ vósabris a vossa mão prodigamente/ e
saciais todo ser vivo com fartura.
– É justo o Senhor em seus caminhos,/ é
santo em toda obra que ele faz./ Ele está perto da pessoa que o invoca,/ de
todo aquele que o invoca lealmente.
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Eu, prisioneiro
no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes; com
toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no
amor.
Aplicai-vos a
guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só
Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados.
Há um só Senhor,
uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que reina sobre
todos, age por meio de todos e permanece em todos.
Evangelho: Jo, 6,1-15
Jesus foi para o
outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades.
Uma grande
multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes.Jesus
subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos.
Estava próxima a
Páscoa, a festa dos judeus.
Levantando os
olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse
a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”
Disse isso para
pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.
Filipe
respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a
cada um”.
Um dos
discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: “Está aqui um menino com
cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isto para tanta gente?”
Jesus disse:
“Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram,
aproximadamente, cinco mil homens.
Jesus tomou os
pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto
queriam. E fez o mesmo com os peixes.
Quando todos
ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que
sobraram, para que nada se perca!”
Recolheram os
pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que
haviam comido. Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens
exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
Mas, quando
notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de
novo, sozinho, para o monte.
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Reflexão
Jesus é atento às necessidades da multidão
O relato da
multiplicação dos pães precede o longo discurso do “pão da vida” (Jo 6,35-58).
Encontramos esse relato também na tradição sinótica (Mt 14,13-21; Mc 6,30-44;
Lc 9,10-17). A multidão é atraída a Jesus pelos sinais que realiza em favor dos
doentes. Para o evangelista, o que Jesus pratica em favor dos enfermos é
“sinal”, mas a multidão não se dá conta disso. Basta nos remetermos à crítica
que Jesus faz aos que o procuram, depois do acontecimento dos pães (cf. Jo
6,26). Por sua própria natureza o sinal é ambíguo; precisa ser compreendido e
discernido para que remeta a pessoa à realidade para a qual ele aponta.
Os sinais que
Jesus realiza fazem os que creem entrar no mistério de Deus e do seu desígnio
de salvação. A evocação da Páscoa dos judeus (v. 4) é importante, uma vez que
ela nos faz ler e compreender o relato à luz da Páscoa de Jesus Cristo, em que
Deus selou uma Aliança definitiva com o seu povo. Jesus é atento às
necessidades da multidão que vem a ele, por isso, toma a iniciativa de
perguntar a Filipe onde comprar pães para alimentá-la (vv. 5-6). Para Filipe
não há saída, pois seria necessária uma quantia significativa de dinheiro para
que cada um comesse ao menos um pouco. Intervém outro discípulo, André, dizendo
que há um menino com cinco pães e dois peixes. Mas ele mesmo se encarrega de
observar que isso não é nada para tanta gente.
Contudo, Jesus
toma a iniciativa: depois de fazer com que se assentassem na relva, ele dá
graças e distribui os pães de cevada e os peixes, até ficarem saciados.
Sobraram doze cestos, o que mostra a importância do sinal realizado por Jesus.
Ele manifesta o seu amor para conosco dando-nos a abundância da sua graça.
Diante do acontecido, a multidão exclama que Jesus é o profeta prometido. Jesus
se distancia da multidão porque querem pegá-lo para fazê-lo rei, e recusa-se a
identificar o seu messianismo com um projeto puramente humano e político.
Trata-se de uma verdadeira tentação à qual o Senhor não cede.
Lido à luz da
Páscoa do Senhor, o relato põe implicitamente para o leitor outra questão: Qual
é o verdadeiro alimento do povo que o Cristo atrai e reúne? A resposta será
exaustivamente explicitada no longo discurso do pão da vida.
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustrações: franciscanos.org.br
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