14º Domingo do Tempo Comum
Naqueles dias,
depois de me ter falado, entrou em mim um espírito que me pôs de pé. Então eu
ouvi aquele que me falava, o qual me disse: “Filho do homem, eu te envio
aos israelitas, nação de rebeldes, que se afastaram de mim. Eles e seus pais se
revoltaram contra mim até o dia de hoje.
A estes filhos
de cabeça dura e coração de pedra, vou-te enviar, e tu lhes dirás: ‘Assim diz o
Senhor Deus’.
Quer te escutem,
quer não — pois são um bando de rebeldes — ficarão sabendo que houve entre eles
um profeta”.
...............................................................................................................................................................
Salmo: 122
– Os nossos olhos
estão fitos no Senhor:/ tende piedade, ó Senhor, tende piedade!
– Os nossos olhos estão fitos no Senhor:/ tende piedade, ó Senhor, tende piedade!
– Eu levanto os
meus olhos para vós,/ que habitais nos altos céus./ Como os olhos dos
escravos estão fitos/ nas mãos do seu senhor.
– Como os
olhos das escravas estão fitos/ nas mãos de sua senhora,/ assim os
nossos olhos, no Senhor,/ até de nós ter piedade.
– Tende
piedade, ó Senhor, tende piedade;/ já é demais esse desprezo!/ Estamos
fartos do escárnio dos ricaços/ e do desprezo dos soberbos!
...............................................................................................................................................................
2ª Leitura: 2Cor 12,7-10
Para que a
extraordinária grandeza das revelações não me ensoberbecesse, foi espetado na
minha carne um espinho, que é como um anjo de Satanás a esbofetear-me, a fim de
que eu não me exalte demais.
A esse
propósito, roguei três vezes ao Senhor que o afastasse de mim. Mas ele
disse-me: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força se
manifesta”. Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para
que a força de Cristo habite em mim.
Eis porque eu me
comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas
angústias sofridas por amor a Cristo. Pois, quando eu me sinto fraco, é então
que sou forte.
Evangelho: Mc 6,1-6
Jesus foi a
Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o
sábado, começou a ensinar na sinagoga.
"Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares" |
Muitos que o
escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isto? Como
conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres realizados por suas mãos? Este
homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas
e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por
causa dele.
Jesus lhes
dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e
familiares”. E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns
doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles.
Jesus percorria
os povoados da redondeza, ensinando.
..............................................................................................................................................................
Reflexão
Apesar da incredulidade, Jesus leva adiante a sua missão
O texto não o
diz explicitamente, mas, certamente, é para Nazaré que Jesus foi. Jesus é um
judeu praticante, piedoso. É o que o evangelho nos dá a entender, quando diz
que num dia de sábado ele foi à sinagoga para escutar a Palavra de Deus,
meditá-la, ouvir comentários sobre os textos e, por vezes, ele mesmo,
comentá-la.
O que
propriamente Jesus ensinava, Marcos não nos diz. Não somos informados do
conteúdo, porque o interesse maior, nesse episódio, está centrado na reação dos
ouvintes. O certo é que o seu ensinamento causava admiração nas pessoas, porque
certamente fazia sentido e porque ele ensinava como quem tem autoridade (cf. Mc
1,21-22.27). Não obstante a admiração, vêm a resistência, a dúvida, a
incredulidade. “Ele (Jesus) se admirava da incredulidade deles” (v. 6).
Se a fé, em
certo sentido, é confiança, abertura de coração que permite reconhecer a
presença e ação de Deus, a incredulidade é fechamento, impede de ver além das
aparências, ou melhor, impede de reconhecer nas palavras e gestos de Jesus os
sinais que remetem a Deus, e impede de receber o dom. “De onde lhe vem isso?”;
“Que sabedoria é esta que lhe foi dada?” (v. 2).
De onde vem a
falta de fé? Em primeiro lugar, da estreiteza de visão de que alguém do
convívio deles, como eles, pudesse ter tal sabedoria e realizar tais atos de
poder, como Jesus o fazia. “Não é ele o carpinteiro”; “Suas irmãs não estão
aqui conosco?” (v. 3). Em segundo lugar, do fechamento à surpresa de Deus, o
qual impede ultrapassar fronteiras e reconhecer nas palavras e gestos de Jesus
os sinais que remetem à vida de Deus que o habita. É por essa incredulidade que
Jesus não pode fazer nada ali. Se os concidadãos de Jesus se perguntam sobre a
identidade dele, eles nada respondem. A falta de humildade cega. Apesar da
incredulidade dos de sua própria pátria, Jesus leva adiante a sua missão.
O texto conclui
afirmando que Jesus percorria os povoados da região, ensinando. Jesus é um
Messias itinerante, está sempre a caminho. Não há quem Jesus não acolha, a
todos ouve e socorre em suas aflições.
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustrações: franciscanos.org.br
...............................................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário