Amor, melhor configuração do discípulo missionário
Assunção (RV) –
“Como não sonhar com uma Igreja que espelhe e repita, na vida cotidiana, a
harmonia das vozes e do cantos!”, exclamou o Papa, ao dirigir-se aos bispos,
sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas e movimentos
católicos, reunidos para a celebração das Vésperas na Catedral de Assunção,
último compromisso do Santo Padre no sábado.
“Fazemo-lo nesta
catedral que tantas vezes teve de ser começada de novo; esta catedral é sinal
da Igreja e de cada um de nós: às vezes, as tempestades de fora e de dentro
obrigam-nos a pôr de lado o que se construiu e começar de novo. Sempre, porém,
com a esperança em Deus; e, se olharmos para este edifício, sem dúvida Ele não
decepcionou os paraguaios. Porque Deus nunca desilude! E por isso O louvamos
agradecidos”.
Na oração, cada
um de nós quer tornar-se cada vez mais parecido com Jesus, observou o Pontífice.
A oração traz à superfície aquilo que vivemos ou deveríamos viver na existência
diária; pelo menos uma oração que não queira ser alienante ou apenas
preciosista:
A oração nos impulsiona |
“A oração dá-nos
impulso para pôr em ação ou examinar-nos sobre o que rezamos nos Salmos: nós
somos as mãos de «Deus, que levanta o pobre da miséria» e somos quem trabalha
para que esterilidade com a sua tristeza se transforme em campo fértil.
Cantando que «muito vale aos olhos do Senhor a vida dos seus fiéis», somos os
que lutam, pelejam, defendem o valor de toda a vida humana, desde o nascimento
até os anos serem muitos e poucas as forças. A oração é reflexo do amor que
sentimos por Deus, pelos outros, pelo mundo criado; o mandamento do amor é a
melhor configuração do discípulo missionário com Jesus”.
Estar agarrados
a Jesus dá profundidade à vocação cristã, que – interessada no «agir» de Jesus,
que engloba muito mais do que as atividades – procura assemelhar-se a Ele em
tudo o que realiza. A beleza da comunidade eclesial nasce da adesão de cada um
dos seus membros à pessoa de Jesus, formando um «conjunto vocacional» na
riqueza da diversidade harmônica.
“É belo ver-vos
a colaborar pastoralmente, partindo sempre da natureza e função eclesial de
cada uma das vocações e carismas. Quero exortar-vos a todos – sacerdotes,
religiosos e religiosas, leigos e seminaristas – a que vos empenheis nesta
colaboração eclesial, especialmente a partir dos planos de pastoral das
dioceses e da Missão Continental, cooperando com toda a disponibilidade
possível para o bem comum. Se a divisão entre nós provoca a esterilidade (cf.
Evangelii gaudium, 98-101), não há dúvida que, da comunhão e da harmonia, surge
a fecundidade, porque estão em profunda consonância com o Espírito Santo”.
“Todos temos
limitações, disse o Papa. Ninguém pode reproduzir totalmente Jesus Cristo. E,
embora cada vocação se conforme de maneira mais saliente com este ou aquele
traço da vida e obra de Jesus, há alguns elementos comuns e indispensáveis a
todas”. Não fazer alarde é uma característica de toda vocação cristã. Neste
sentido, “quem foi chamado por Deus não se pavoneia, nem corre atrás de
reconhecimentos ou aplausos efêmeros; não sente ter subido de categoria, nem
trata os outros como se estivesse num degrau superior”.
Todo o
consagrado deve estar configurado com Aquele que, na sua vida terrena, “por
entre orações e súplicas, com grande clamor e lágrimas”, alcançou a perfeição
quando aprendeu, sofrendo, o que significava obedecer. E isto também é parte da
nossa vocação.
“Sempre que
rezamos, somos feitos de novo por Deus, firmes como um campanil, felizes por
divulgar as maravilhas de Deus. Partilhemos o Magnificat e deixemos o Senhor
fazer, através da nossa vida consagrada, grandes coisas no Paraguai”, concluiu
Francisco. (JE)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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